domingo, fevereiro 27, 2011

Contos não políticos - A amizade nas mãos

Neste intervalo domingueiro, resolvi ir buscar um "post" deixado noutro "blog" mas que tive a ideia (mais uma e esta para já) que ficaria bem aqui, no anónimo do séc. xxi:
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Estávamos num intervalo de acções de campanha eleitoral. Lanchávamos e conversávamos, no Centro de Trabalho de Alpiarça. Falávamos de "coisas de África", da guerra.
O Jerónimo contava alguns episódios por ele vividos. De forma vivida, viva. A merecer ser contada e ouvida (ou lida) para além daquela conversa de lanche entre camaradas. Disse-lho. "É pá!, isso devia ser escrito... aliás, acho que deveriam ser publicadas em livro algumas das tuas intervenções... mas estou a falar destas coisas não políticas..."
Ele olhou para mim, com um ar meio surpreso... "Se calhar..." e acrescentou, como se só para ele, timidamente, "... mas eu já publiquei umas coisitas... não leste?..., até já me publicaram um conto não político... e foi um sucesso...".
Não sabia! Disse-o, quase envergonhado.


E ele contou. Naquela conversa. Ali. Informal e amiga.
"Pois foi. Convidaram-me. Eu escrevi. E depois, vê lá tu..., o Marcelo Rebelo de Sousa, lá no programa dele, falou do livro, e fez uma referência elogiosa ao conto do Jerónimo... E mais: no lançamento do livro no Corte Inglês, o actor - não me lembro do nome... -, que fora encarregado de escolher um texto do livro para ler, escolheu o meu. E leu-o muito bem. Houve alguns rangeres de dentes... Foi giro.»
E ficou por ali a conversa. Ou melhor: mudou de assunto, até porque via-se que o Jerónimo nem tanto queria ter dito sobre o seu conto A amizade nas mãos e os e Pis, nascidos de uma linda cerejeira e de um belo castanheiro, duas árvores que "cresceram juntas e fizeram uma grande amizade".
Logo que me foi possível comprei o livro (ah!, a falta que me faz o Som da Tinta...), e gostei muito (mesmo muito!) do conto não político do Jerónimo de Sousa.
Quando nos encontrámos, na vez seguinte (antes do começo da reunião do Comité Central, logo a seguir às eleições), disse-lho, quando ia a caminho do meu lugar. Sorriu, com timidez e - também - alguma não escondida satisfação: "Ah! leste?... que bom teres gostado..."

3 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Amigo e camarada. Estive dois dias fora, com a UPP, em visita às aldeias históricas de Trás-os-Montes,de que destaco O MUSEU DO COA e, quando abro o computador, encontro o teu post que tão bem demonstra a simplicidade, mas também o valor, do nosso camarada Jerónimo.
Vou ver se encontro o livro.
O nosso Partido merece bem homens como ele.

Um beijo.

samuel disse...

Também tenho uma estorinha com o Jerónimo e este livro... que sairá um dia destes.
E sim, é bem supimpa o conto dele!

Abreço.

Justine disse...

Também gostei muito do tom pedagógico e cheio de ternura do conto!