segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Encontros (e desencontros) numa viagem a algumas origens

Recuando.
Jovem economista, licenciado em 1958 (na pré-história, como gosto de dizer…), já tinha tomado partido e queria aprender. Na vida, claro!, e nos livros. Na luta. E muito ela me tem ensinado…
De Marx e Engels conhecia o pouco (e muito foi) que a escola, o ISCEF, me dera, uns textos e resumos clandestinos. Quando descobri forma de acesso às editions sociales, às publicações do PCF, “foi uma festa!”. Além do l’Huma, era o L’Humanité Dimanche, a Economie et Politique, a France Nouvelle, de vez em quando La Pensée, e outras. E os livros. A partir de determinada altura, comecei a estudar - e também a traduzir e a editar, na Prelo e não só – textos e livros de alguns autores.
Destaco, agora, um economista (também historiador), Paul Boccara, que me “apresentou” leituras estimulantes de Marx. Foram-se espaçando essas leituras, até porque outras se abriram, mas nunca deixei de acompanhar as reflexões e "produção" deste e de outros autores desses anos 60/70, embora nem sempre com elas coincidindo, por vezes divergindo.
Porque Boccara participara com um texto (o imediatamente anterior ao meu) no livro que se lançou em Paris, nas notas iniciais da minha intervenção referia-o, e quis o acaso que a organização nos tivesse colocado lado a lado.
Não deu para conversar muito, mas ainda trocámos algumas impressões antes do início da sessão, ouvimo-nos, e Paul Boccara ofereceu-me a sua última publicação, uma pequena brochura com uma simpática dedicatória referindo as “nossas lutas comuns inacabadas”.



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Assim quero acabar estes apontamentos sobre uma ida de dois dias e meio a Paris, que parece ter sido uma longa viagem a algumas origens.

5 comentários:

samuel disse...

Bonito!

Abraço.

anamar disse...

Parabéns a dobrar, Sérgio.
Abraço.

GR disse...

Parabéns Sérgio, grande satisfação me deu em ler este +equeno texto, com tão grandes palavras.

Gd BJ,

GR

Justine disse...

De como o tempo de 3 dias se pode esticar por décadas! Privilégio de quem já viveu muito. E de quem sabe viver (e viajar...)

Graciete Rietsch disse...

Que linda história de vida tu tens para contar!

Um beijo.