sábado, fevereiro 19, 2011

Que G20?

De repente, e surpreendentemente, vejo-me assim numa espécie de moderador de ânimos exaltados contra o G20.

Até pode parecer...

O que gostaria que ficasse claro é que, nesta reunião e no calendário que, sob a "presidência francesa", será levado até Novembro, vai haver muita luta.

Como haveria se a reunião fosse apenas de 7 ou 8, entre os países "desenvolvidos" de evidente matriz capitalista, nesta época de desmesurada competição e de demência monetarista, uma luta inter-imperialista.

Mas "eles" não estarão sozinhos.

Nos 20, que serão 24 países mais a U.E., estão também os chamados "emergentes", onde se incluem a China e a Índia, com perto de 2,5 mil milhões de habitantes, a população mundial de 1950, e mais de um terço da população actual, com Estados que não se podem conotar simplisticamente com o sistema capitalista dadas as relações de forças internas e as suas expressões institucionais (e muito longe nos levaria a reflexão sobre a China!, desde há mais de 50 anos sob a direcção de um Partido Comunista, que não deixa de se afirmar como tal... e da China!), e o "nosso" Brasil, não parecendo nada dispostos a abrandar o seu crescimento econónico e a não deixar que não seja, também, desenvolvimento que retire os seus muitos milhões de povo do subdesenvovimento e do atraso social quando os recursos são seus. Logo, luta e decerto dura porque a interdependência tem provocado assimetrias e desigualdades insuportáveis.

Por outro lado, dentro e fora dos países que formam o tal G20, há muita luta dos povos, das massas, nalguns casos organizadas e com uma finalidade de real libertação, noutros não (ainda não, e não se podem prever se e quando).

Tudo mexe!

Ia agora o G20 ser uma reunião de quietude, tranquila, em que os "senhores" decidiam e nós apenas protestávamos, indignados?, "eles" que, entre si, não se entendem?... embora se saiba que de tudo são capazes quando sentem as "barbas de molho" ou os dólares (ou euros ou ienes) a poderem fugir das mãos que os criam/querem todos para si.

Nem moderador e/ou "advogado de defesa", nem me associando aos protestos e à indignação pela sua existência e realização, embora me sinta indignado que chegue por tanta indignidade e desumanidade que nos rodeia, esperando sempre resultados da luta. De todas as horas, em todos os lugares.

2 comentários:

Pintassilgo disse...

Eu gostava era de vê-los todos à lapada.

Graciete Rietsch disse...

Em toda a discussão a luta de classes presente.

Um beijo.