quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Um caso de...quê?...

Ontem, quando saia do restaurante da esquina da aldeia onde almoço quando estou sozinho (e almoço...), ainda à conversa de despedida com os vizinhos, os olhos caíram-me nas parangonas do Correio da Manhã da véspera (Fuga ao fisco atinge 24 mil milhões). Por ser da véspera, perguntei se podia trazer para casa, e a resposta foi "... se há-de ir p'ró o lixo...". Por isso, voltei para casa de jornal debaixo do braço.
Nas últimas leituras do dia/noite, folheei aquele jornal. Até à última página, à última coluna, aquela que tem o elucidativo título de Diário da Manhã (nome do jornal oficial do fascismo que, quando Marcelo Caetano mudou o nome às coisas que coisas se mantiveram - PIDE para Direcção Geral de Segurança, União Nacional para Acção Nacional Popular - também de nome mudou, agora sintomaticamente recuperado*).
Não vou perder muito tempo com tão ruim defunto, mas não posso deixar de "postar" uma nota, para que farei o exercício de não usar qualquer adjectivo.
Cheguei àquela crónica diária (da manhã), cujo autor se intitula jornalista, depois de, já perto, ali ao lado, ter lido, na primeira coluna da mesma página, uma "breve" que me informava que "LARA LOGAN Roupa arrancada - a jornalista da CBS atacada sexualmente no Egipto revelou que a sua roupa foi arrancada e que só não foi violada porque um grupo de mulheres a salvou", "informação" que achei que me era dada bem "à maneira" do CM.

Pois na coluna oposta dessa página, a do tal "jornalista", no meio da sua prosa habitual, em que de vez em quando tropeço e, desta vez, se endereçava aos "amantes do terror islâmico", sai-se com esta: "No meio dos jasmins, dos muros de Berlim e das revoluções de Abril, bandos de selvagens violaram uma jornalista americana no Cairo aos gritos de judia." Não comento, porque acho inútil, porque me obrigaria a usar adjectivos e porque eles estão profusamente espalhados no curto texto de que extraí este período, e terão efeito de ricochete.
É gente desta que está a "informar" quem passa por todos os cafés e restaurantes do País e, até por desfastio, lê o que lá está em cima de mesas e balcões!
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Este auto-alcunhado jornalista é um fascista! (E não estou a usar adjectivos, trata-se de um substantivo.)
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* - é muito significativa a escassísima informação sobre estas mudanças de nomes, e sobre os jornais oficiais do fascismo.

4 comentários:

José Rodrigues disse...

Dos jornais:ministra Ana Jorge admite imposto sobre a saúde,embora seja ser necessário rever a Constituição.Este fascista declarado,já perfilha a ideologia,ao arrepio da matriz constitucional...até quando?

Abraço

samuel disse...

As duas coisas virem na mesma página, ilustra bem o cuidado jornalístico envolvido...
Também apreciei bastante.

Abraço.

Graciete Rietsch disse...

Até já médicos dos Centros de Saúde comentam que o SNS está a virar-se para as Seguradoras. Isto foi apenas o que ouvi dizer. Pode ser boato.

Um beijo.

aferreira disse...

-Eu, estou mais preocupado com aquela da água paga fora do prazo etc $ tal

-Já que o tal escrevedor de serviço fora do prazo está!
aferreira