quinta-feira, setembro 22, 2011

Ponto da situação

Económico
22/09/11


Europa
Bolsas afundam 4% com ‘sell-off’ na banca

As medidas do Fed para estimular a maior economia do mundo e os cortes de 'rating' na banca geraram o pânico nas bolsas europeias.

A tensão voltou hoje às principais praças europeias, que são hoje palco de fortes quedas. Em Frankfurt, Madrid e Paris as perdas já superam os 4%.

Lisboa também não escapa à pressão vendedora. O PSI 20 cede 3,34% para 5.898,56 pontos, com todas as vinte cotadas no vermelho.

Os investidores estão a reagir negativamente à decisão da Reserva Federal dos EUA (Fed) de comprar até ao fim de Junho de 2012 um total de 400 mil milhões de dólares (293,3 mil milhões de euros) das obrigações do Tesouro de médio e longo prazo do país (com maturidade entre os seis e os 30 anos), usando como pagamento as obrigações com maturidade inferior a três anos que detém. Além disso, o banco central dos EUA admitiu que os "significativos riscos de contracção em termos de perspectivas económicas" vão exigir a manutenção dos juros "em níveis excepcionalmente baixos pelo menos até meados de 2013".

Para piorar, a Moody's anunciou ontem que reduziu o "rating" dos americanos Bank of America e do Wells Fargo, devido aos receios de risco de falência.

Também a Standard & Poor's decidiu baixar o 'rating' de sete bancos italianos, incluindo o Intesa Sanpaol. Isto depois de ter feito o mesmo à notação da dívida de Itália esta terça-feira, o que aconteceu pela primeira vez em cinco anos.

2 comentários:

Pata Negra disse...

Isto é mais ao menos ao como o preço dos combustíveis, descem um cêntimo uma semana e na seguinte sobem três! Previsão do PSI para amanhã: vai subir 0,36%! Não perguntem como chego a um resultado tão exacto, posso errar previsões - aprendi com eles!
Um abraço do meio da situação

Ricardo O. disse...

Segundo o discurso de Ben S. Bernanke, Governador da Reserva Federal dos EUA, no passado dia 8 de Setembro, a produção agregada (aggregate output, na versão original) ainda não regressou ao nível atingido antes da crise.
No mesmo discurso podemos ler que o crescimento económico verificado nos últimos dois anos não permite reduzir sustentadamente a taxa de desemprego, que tem-se mantido acima dos 9%, acrescentando o agravamento dos riscos de contracção económica para os próximos meses.

Perante este cenário qual a resposta? As orientações políticas em POrtugal e na Europa centram-se no agravamento da chamada austeridade. Ou seja, na redução dos salários, no aumento do tempo de trabalho, no aumento do desemprego e na redução de todas as prestações e transferências sociais que limitam o efeito dos baixos salários e do desemprego. Ou, dizendo de outra forma, na redução da capacidade dos trabalhadores satisfazerem as suas necessidades.

Em conclusão, as muito graves perspectivas económicas que, sempre que vão sendo publicadas tornam-se ainda piores, apresentam uma tendência para virem a transformar-se numa realidade ainda mais negra. Isto significará que só a mobilização dos trabalhadores e dos povos permitirá fazer frente e conquistar posições necessárias à ruptura e superação das orientações políticas que sustentam os interesses dominantes do sistema.