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domingo, março 07, 2021

VERGONHA

 De vez em quando, dos sombrios recantos da direita, surgem uns personagens com ares sobranceiros de quem sempre teve certezas (mesmo que as de hoje sejam diferentes das de ontem), de quem nunca teve dúvidas (razão pela qual nunca aprenderam nada) e vociferam. 

Agora, aí veio aquela criatura de que suspiramos de alívio por o termos visto sair de cena, aquela escavacada figura. Procurando uma pose que não tem, uma postura grave que só lhe aumenta o ridículo, lendo mal e disfarçadamente umas cábulas que só ele (ou algum seu familiar ou apaniguado) podia ter escrito,  tartamudeou umas invectivas e insistiu, no seu curto vocabulário, na palavra que um outro usa com veemência mas igual despropósito: vergonha.

Vergonha, sr. Cavaco Silva, tenho eu de ter assinado, como presidente da direcção CDUL, o cartão de atleta de um jovem pernilongo da minha escola (ISCEF), e tê-lo afirmado todo contente porque esperava vê-lo voar sobre as barreiras nos 110 metros e afinal... nada. Vergonha pequenina, mas que nunca esqueci porque bem maiores se lhe vieram somar.

De outras, pequenas ou pontuais vergonhas, não falo, mas escrevo, persisto e assino, que vergonha, essa sim e grande, foi de o ter tido como Presidente da República.

Mas, se esse era um custo a pagar por se ser cidadão em liberdade e democracia, após luta contra o fascismo e a guerra colonial, aguentava-se. Não resignado. Em luta, em condições de liberdade e democracia (mesmo que bem mitigada) para que a vergonha não demorasse muito.

Agora o que é insuportável, o que envergonha a imagem da liberdade e democracia em que vivemos, é que venha Cavaco Silva a apresentar-se como doutrinador e julgador. A ditar como deve ser a democracia, a decretar como vergonhosos números que nos deveriam solidariamente preocupar e que outros bem piores seriam se tivéssemos tido o desastre de ter Cavaco Silva como PdaR e se tivesse conseguido impor algumas das suas intenções, suas opções e agentes seus. 

Tenha vergonha!


                               


 todo impante

sexta-feira, novembro 27, 2015

Cavaco e os relógios

Durante a tomada de posse do XXI governo constitucional, e enquanto falava o empossado primeiro ministro, Cavaco foi apanhado (por um fotógrafo do Público... parabéns!) a olhar para o relógio de pulso

não seria, decerto, para este:
para que tantos de nós olham, 
com vontade de lhe "dar corda"
... e aos sapatos que Cavaco calça!



quinta-feira, novembro 26, 2015

O "sapo", os discursos e as ameaças

O "sapo" é grande. Difícil de digerir.
Seguindo o sapo, podendo reler-se os discursos "ouvistos" e revistos e comentados nos canais todos, a tomada de posse e o início de funções do XXI governo constitucional não teria encerrado um ciclo e começado um outro.
A "direita" não se conforma e Cavaco Silva, com o seu discurso em que diz estar a dar uma posse que não queria dar mas a que era obrigado com a ameaça de que, não abdicando de nenhum dos poderes que ele considera ser os seus (de um PdaR, de acordo com a Constituição?), vai vigiar e dificultar quanto pouder a acção (e que até pode vir a demitir) do governo que, contra a sua vontade, acabara de empossar.
Os cidadãos que também não abdicam das suas prerrogativas de cidadania estão completamente fartos do senhor Cavaco Silva a representar no papel de Presidente da República sem saber o texto (ou não lhe ligando nenhuma), improvisando mal e porcamente, como se ele fosse tudo no palco e o resto paisagem e figurantes   

terça-feira, novembro 24, 2015

Chamada ao quadro

Sala de aula, lá para os Algarves, intemporalmente.
A professora primária chama ao quadro o Anibalzinho.

«O menino é teimoso e, além de a ter sempre fisgada, gosta de repetir as coisas, não gosta?, como daquela vez que disse 3 ou 4 vezes "eu estive 5 meses em gestão". Pois agora vai copiar, da Constituição da República Portuguesa, o artigo 133º, alínea f), e o artigo 187º, e escrever 3 vezes, aqui no quadro,
indicar é um verbo que não é sinónimo de nomear
indicar é um verbo que não é sinónimo de nomear
indicar é um verbo que não é sinónimo de nomear»

Última hora: Costa indigitado

Depois da "cena" de ontem, que abriu um período de aberta ditadura cavaquista - que apenas durou um dia! -, o secretário-geral do PS foi nomeado (formulação constitucional a que o "verbo" de Cavaco fugiu para "indicar"...) pelo Presidente da República (em retomadas funções) primeiro-ministro para formar governo, governo que tem a garantia (por "palavra dada" e acordos) de não ser rejeitado na Assembleia da República.
O protelamento, por Cavaco Silva, do que era sua obrigação constitucional como eleito Presidente da República foi um "acto falhado", ou um mero adiamento, inútil e prejudicial para o País?
Ontem à noite, escrevia no meu dias de agora:

Quanto ao terceiro "inesperado" de hoje, ele foi a fórmula engendrada pela cavacal criatura para colocar condições e reservas ao PS… mas sobretudo ao acordo com o PCP.

&-----&-----&

Condições que serão impraticáveis mas que servirão para memória futura, para a História segundo Cavaco, para lembrete ao próximo Presidente da República, para uso nas eleições que vierem a realizar-se. 

quinta-feira, março 12, 2015

Também acho...

Vai por aí um grande alarido por o Presidente da República ter feito um retrato, a traço grosso, das qualidades que deve ter o próximo inquilino do Palácio de Belém. Não faz sentido. A haver um alarido devia ser para pedir a Cavaco Silva para detalhar ainda mais as características do futuro Presidente da República e do futuro primeiro-ministro. Se devem ser altos. Ter movimentos rígidos. Caminhar como se tivessem engolido uma vassoura. Coisas importantes para seguirmos a sua douta opinião quando formos chamados a votar para o substituir em Belém. 

O Presidente é criticado quando fala ou quando está calado. Há quem diga que ele fala quando devia estar calado e devia estar calado quando fala. São os maldizentes do costume, que tem problemas lá em casa (como Cavaco lembrou há muitos anos) e não é nada justo. O Presidente fala com voz grossa quando o governo não lhe agrada (caso do executivo de José Sócrates) ou o governante não lhe caiu no goto (Santana Lopes) ou quando as medidas lhe pesam nos bolsos (cortes nas pensões decretados pelo atual governo, que o atingiram violentamente). E está calado quando há descalabros na Educação ou na Justiça – mas isso decorre do juízo que faz de que os colapsos no sistema informático da Justiça ou a barafunda na colocação de professores são coisas perfeitamente normais e, logo, a confirmação do regular funcionamento das instituições.

Ora o que disse demais o Presidente? Que o seu sucessor tenha alguma experiência no domínio da política externa e uma formação, capacidade e disponibilidade para analisar e acompanhar os dossiês relevantes para o país. É assim uma coisa tão fora do contexto? Na verdade, são características que só excluem Rui Machete de se candidatar ao cargo, dada a sua manifesta incompreensão do mundo atual. Mas Marcelo Rebelo de Sousa, que fala de todos os assuntos, de economia ao ténis, obviamente não pode ser excluído. Santana Lopes também não, até porque já veio lembrar a sua experiência como primeiro-ministro durante seis meses. A Durão Barroso o fato veste-lhe como uma luva. Mas a António Guterres também. E António Vitorino, que foi comissário europeu, está igualmente na corrida. E Sampaio da Nóvoa pode sempre apresentar o cartão de visita de conselheiro do governo brasileiro para a educação. Claro que, se chegarem a Belém têm de ler uns dossiês. Mas também não parece que isso assuste os putativos candidatos.

As características que Cavaco enunciou como sendo essenciais para o seu sucessor, na verdade só excluem Rui Machete de se candidatar ao cargo, dada a sua manifesta incompreensão do mundo atual. Todos os outros podem manter as suas esperanças de chegar a Belém.

Portanto, à semelhança de tantas coisas que já disse, Cavaco Silva é muito lapalissiano neste prefácio de mais um volume dos seus Roteiros. E como também ninguém liga ao que ele diz, não se percebe o alarido. Mais importante foi o Presidente ter dito que os problemas de Passos Coelho com o fisco e a segurança social são lutas político-partidárias, pelo que se abstinha de os comentar – até porque já cheira a campanha eleitoral.

Ora os problemas de Passos com a Autoridade Tributária e com a segurança social não foram inventados pelos jornalistas ou pelos partidos da oposição: existem e foram reconhecidos pelo primeiro-ministro. Depois, um primeiro-ministro que também exigiu aos portugueses nestes três anos em matéria fiscal, em que tantos contribuintes foram penhoradas pelas suas dívidas para com o Estado, e que teve ao longo deste período um discurso culpabilizador para os cidadãos não pode arranjar meia dúzia de desculpas esfarrapadas, que foi mudando várias vezes e sair lampeiro e airoso de tudo isto. Mas o Presidente da República assim não entende e logo lhe veio pôr a mão por cima (ou por baixo, como se quiser): são jogos políticos e é a campanha eleitoral a aquecer.

Lá está: Cavaco não deveria ter falado sobre o tema. Ou se falasse, como falou, não deveria ter dito o que disse. Mas é assim tão estranho? Esperava-se algo diferente? O Presidente amparou o Governo sempre que este mostrava sinais que se podia desconjuntar; e o Governo apoiou-se sempre no Presidente quando os escolhos surgiam no caminho. 

Para falar verdade, este novo tomo dos Roteiros vai fazer companhia aos outros oito anteriores. Ficam muito bem na estante a criar pó.

quarta-feira, fevereiro 11, 2015

Uma única palavra como comentário: VERGONHA!

Cavaco: 

"Solidariedade" com a Grécia 

representa "milhões de euros

tirados aos portugueses"

terça-feira, abril 16, 2013

"a imagem do país"!...


Depois da higiene matinal,  apanho logo porcaria em cima ao fazer a revista do noticiário, que passa por uma visita aos sapo(s). e onde encontro coisas destas:

Presidente acredita que Barroso foi importante para recuperar imagem do país após o chumbo do Tribunal Constitucional (TC).
_______________________________________________

O sr. P da R (não deveria passar a P de R, para se lhe levantar uma providência cautelar?), em voo para Bogotá confidenciou o que está acima aos jornalistas da caravana. 
Não surpreende, mas não deixa de ser uma vergonha! 
É o "supremo magistrado da Nação", eleito pelo povo português (escassamente... mas eleito) que confidencia que a decisão do TConstitucional fez mal à imagem de Portugal nos "mercados" - o que, para ele, é crime de lesa Pátria (se nos é permitido escrever isto...) - e "valoriza a ajuda de Barroso", do Durão, para recuperar essa imagem. 
Ao fim e ao cabo a imagem de um País que tem uma Constituição para cumprir, que tem séculos e instituições, de um Povo que não é, apenas, um somatório de trabalhadores a explorar, de reformados que se deseja que vivam pouco tempo, de cidadãos cuja saúde só importa como doença que dê lucro, de consumidores sem poder de compra para serem procura interna, de contribuintes para sacos azuis.
Este homem, que foi 10 anos primeiro ministro e nos enterrou na União Europeia então a criar os caboucos do desastre financeiro, da destruição da economia produtiva, este homem é o maior/um dos maiores responsáveis pela situação que os portugueses estão a viver. 
O outro, bem... o outro, é o retrato robot do oportunista que, com chave da casa que lhe foi emprestada pelos votos, abriu a porta a Bush, a Blair, a Aznar para aquela reunião de mentiras (já mais que denunciadas e reconhecidas) para justificar guerra e mais guerra, e recebeu a recompensa dos trinta dinheiros para viajar para Bruxelas deixando vago o lugar e entregando a chave a um parceiro, como se a casa fosse dele.

Às vezes é preciso lembrar
... e desabafar.                             

sexta-feira, abril 05, 2013

Hipócrita sabe-me a pouco...

... talvez execrável. É diferente mas, em acumulação, talvez traduza melhor o sentir.
Refiro-me ao que sinto em reacção às falas do P da R no actual momento político.
Ao colocar-se na postura que lhe vem do passado, do fascismo e das suas declarações de consonância, ele-Cavaco Silva ajeita-se ao regime.
Sendo o único eleito directo e individual dos portugueses (com bem minguado resultado, lembre-se) diz que disse, que alertou, que avisou, que faz o que pode e deve fazer... mas que há o governo, que há uma maioria que o sustenta, que houve uma moção de censura que a A da R rejeitou, que os partidos-que-contam devem entender-se, que se espera um parecer do TC, que se têm de cumprir as regras que ele jurou fazer respeitar. E que aparenta desconhecer nas opções suas sobre os princípios e os valores.
É assim o agora SExa., como era antes, e antes do antes. Cobre-se com a capa do regime e faz pela sua vidinha. Ajeitando-se ao tempo e às intempéries.
Curiosamente, vem-me à memória um telefonema de um muito estimado camarada, nos idos começos dos anos 80, a perguntar-me se conhecia aquele jovem e desconhecido economista que dissera "umas coisas" na televisão, "coisas" que até lhe pareciam acertadas mas de que tinha dúvidas.
Dei-lhe a minha opinião sobre o personagem. Confirmando as dúvidas, e muito desconfiado. Aliás, baseava-me na perspectiva do que se viria a confirmar. Que se os ventos soprassem de/para outro lado talvez o "meu colega" (salvo seja...) viesse a fazer a rodagem para outras paragens que não as da Figueira da Foz e do Congresso do PSD, ou viesse a achar conveniente adiar essa rodagem para momento mais oportuno. Para ele, que só ele existe, vazio, sem uma leitura, um filme, um jornal, oco mas sempre coerente consigo próprio...
E sublinho este pormenor significativo: o actual P da R acabou por ir de carrinho até ao congresso de um partido a que pediu boleia para fazer a sua carreira de "grande homem de Estado"; fez, depois, o percurso que esse partido lhe proporcionou para, a seguir, se apear e começar uma viagem de cavaleiro solitário e, sublinhe-se, contra os partidos. Que - alguns deles, e num regime como este... - são como são porque assim os fazem gente como ele. Com a sua prática de cuco, nada colectiva e anti-democrática.
Como se fosse um Tim a fazer carreira a solo e a dar Xutos nos Pontapés... e, sobretudo, no público que nem sabia que ele existia se não houvesse bandas e música tocada por vários instrumentos e grupos formados por gente. (que me perdõe o Tim e os Xutos por os ter usado como eventual mau exemplo)

Adiante. Tinha que desabafar depois do que ouvi.

sábado, março 09, 2013

Cavaco disse...

... aos costumes, o costume.
Que se poderia esperar?!

Espelho meu, espelho meu,
há alguém mais responsável que eu?

terça-feira, dezembro 04, 2012

Os estigmas e o estigmatizante


Os estigmas

Margarida Botelho

«É necessário olhar para o que esquecemos nas últimas décadas e ultrapassar os estigmas que nos afastaram do mar, da agricultura e até da indústria, com vista a produzirmos mais, em maior gama e quantidade, produtos e serviços que possam ser dirigidos aos mercados externos.» Tirando a tolice sobre os estigmas e a fixação no mercado externo, até parece uma constatação justa, não parece?
O pior é quem diz a frase: Cavaco. O Presidente da República falava na abertura do Congresso das Comunicações, subordinado ao tema «Mar de Oportunidade», com o tom a que recorre quando quer parecer um oráculo. É assim que fala quando quer parecer que vai revelar ao País e ao mundo a solução para todos os males.
Os que o rodeiam devem gabar-lhe a clarividência e a autoridade. O pior são os outros. Os que têm memória, os que vivem do seu trabalho, os que reflectem sobre o País. Cavaco pode afivelar o seu melhor sorriso e o seu ar mais compenetrado, mas não se livra do ricochete: é que o homem foi primeiro-ministro dez anos (10!), de 1985 a 1995. E antes tinha sido ministro. E como Presidente já leva quase sete anos. Ou seja: «nas últimas décadas», se há pessoa com responsabilidades em opções, esquecimentos e estigmas (chamemos-lhes assim) é… Cavaco.
Se há pessoa que a história e o povo julgarão por ter destruído a construção naval, a frota pesqueira e a marinha mercante, por ter arruinado a agricultura e destruído parte significativa do nosso aparelho produtivo, essa pessoa é Cavaco Silva.
A não ser que o Presidente tenha um caso muito grave de perturbação da personalidade que o leva a não reconhecer os seus próprios actos nos últimos vinte anos, o que temos aqui é uma hipocrisia do tamanho do mundo.
Se o Presidente quer verdadeiramente que produzamos mais, que nos viremos para o mar, que invistamos na agricultura, que reindustrializemos o País, tem agora uma ocasião soberana de começar a inversão de rumo: quando receber o Orçamento do Estado para 2013 no seu Palácio, não o promulgue. É um Orçamento que é o oposto do que o País precisa, chumbe-o. A prática é o critério da verdade e dia 15 vamos a Belém exigir que este Orçamento não passe.

avante!
de 29.11.12

sábado, agosto 11, 2012

A "mensagem" facebookiana do PR - uma outra abordagem

A recente tomada de posição, por via de uma rede social, do Presidente de República Portuguesa,“desafiando” o Banco Central Europeu a comprar dívida portuguesa, se nos suscitou imediata reacção – de surpresa, escárnio e maldizer –, mereceu outros comentários mais autorizados.

Parece-nos, no entanto, de ainda sublinhar, muito seriamente, alguns aspectos:

1. A utilização daquela via para que o Presidente da República (qualquer presidente de qualquer república) divulgue "mensagens" sobre tema de tanta importância é completamente desapropriada;

2. Fazê-lo sob a forma, explícita ou não, de “desafio” a uma instituição (federal) cujo presidente está a tomar posições verbais que agitam os “mercados”, e são como que testes ou ensaios, é desajustado e inconveniente;

3. Considerar tal “mensagem” como manobra de auto-promoção e de “limpeza de imagem”, procurando desresponsabilizar quem, nesse como em anteriores cargos e por mais de duas décadas, tem as maiores responsabilidades na situação em que nos encontramos, é pouco e até pode ter o efeito contrário de desvalorizar essas inapagáveis responsabilidades;

4. Por outro lado, ao colocar a questão nesses termos, aceita-se como boa, ainda que invia, desajustada e inconveniente, a “mensagem” e a proposta (ou o “desafio”) em si mesmas, ainda que demagógicas.

5. O que não pode ser o caso, coerentemente com as posições tomadas e reafirmadas de que a grave crise que o sistema atravessa, particularmente na União Europeia e sua União Económica e Monetária, não se resolve nem atenua com medidas como as que, pelo BCE e outras entidades, se verbalizam em manobras dilatórias e de diversão, enquanto a estratégia de classe prossegue numa intensificação da exploração dos trabalhadores, numa agudização da situação social, numa assimetrização regional levada ao paroxismo da centralização e do ataque a todas as autonomias, criando manchas de desertificação, pela libertinagem da circulação dos capitais financeiros e a especulação.

quarta-feira, julho 18, 2012

... e fingem-se ofendidos quando se fala de "pacto de agressão"!

do sapo:

«Troika põe cada português
a ganhar menos 450 euros
 (DE)

No final do programa de ajustamento da troika, em 2014, cada trabalhador português por conta de outrem estará a ganhar entre 452 e 491 euros a menos face a 2011.»
___________________
"... cada trabalhador por conta de outrém..."!
E os exploradores por conta própria e ao serviço de outréns quanto terão a mais?

E quais foram aqueles que, segundo a preclara declaração de quem usa o título de Presidente da República, legal mas não legitimamente, tiveram "uma vida fácil" e foram "demasiado negligentes" e que, por isso, agora estão a sofrer as consequências? Ler (com calma...) aqui!

"vida fácil"?...
a mãezinha dele!

quinta-feira, janeiro 26, 2012

Ex-citações - O regresso de Nicky Florentino


Na mesma situação. Há muita coisa em que não dá o sebo para a mecha. Daí que não espante que o cúmulo de rendas do senhor prof. doutor Aníbal António Cavaco Silva, contando apenas as - quantas? - que lhe são garantidas pela fazenda pública, não chegue para as despesas decorrentes da vida espartana que declarou levar. Consta que a criatura é experta em finanças públicas. Sabe-se o que significa. Uma ilustração. Em julho de dois mil e dez declarou não valer a pena recriminar as agências de notação financeira norte-americanas. Em julho de dois mil e onze declarou que as mesmas eram uma ameaça à estabilidade europeia e tal. Em janeiro de dois mil e doze declarou surpresa pelo mais de um quarteirão de líderes da união europeia amochar diante das agências referidas. Como atestado, o senhor prof. doutor Aníbal António Cavaco Silva está sempre em pé desde há muito tempo. O que, admita-se, talvez lhe custe mais do que o que consegue arrecadar. Nicky Florentino.

aguarela © Georg Grosz, Unemployed, 1934

terça-feira, janeiro 24, 2012

Um ano de reincidência presidencial

A propósito do último "post" aqui colocado, e particularmente dedicado a algum passante que, há um ano, acaso em Cavaco Silva tenha votado.

Sobre a acção do Presidente da República,
um ano após as eleições presidenciais de Janeiro de 2011

Breves - não chega já? deixe-se o homem, ataquem-se as políticas de que é protagonista

Invade o meu espaço uma onda criativa (alguma de muita qualidade), traduzindo indignação pelo que o Presidente da República disse, enquanto Aníbal Cavaco Silva. Mas... na minha modesta opinião, acho que chega. Estou a ficar farto, e saltou-me a imagem de se atacar um violador por ele ter mau hálito.
Há que passar da nota de indignação face a uma "escorregadela", para a tomada de consciência daquilo por que Cavaco Silva é responsável, como primeiro ministro que foi longo tempo e presidente da República que reincide.    

domingo, janeiro 22, 2012

Em defesa de Maria e Aníbal (modesto contributo)

Andou o fim-de-semana agitado por causa do casal MariAni, acrónimo que, só por si definiria o casal, ou aos dois num só.
É que o Aníbal, com a sua proverbial capacidade de se exprimir na língua pátria, resolveu dizer umas coisas sobre a sua vida privada, e foi, evidentemente, mal compreendido.
Apesar da nossa pessoal e intransmissível compreensão, que nos faz vir em defesa do casal, começamos por admitir que o Aníbal teve alguma culpa. Mas também tem de se aceitar que o homem não é muito dotado para o discurso directo. Mesmo para os discursos escritos por outros, é o que se ouve e vê…
Pois o Aníbal veio lembrar aos compatriotas que a equidade existe, pois ele não escapa às dificuldades que os portugueses têm de suportar, apesar de ser quem é. Ele, Aníbal, e mais a Maria, claro.
Dos soldos de reformados que recebem os dois, referiu a sua reforma mixuruca, depois de décadas de desconto como professor universitário e como investigador gulbelkião, que anda por três salários mínimos. Realmente, para quem tanto deve ter descontado, pode parecer pouco. No entanto - dizem os de tractores... - não referiu as outras reformas que aufere e que, feitas as cont(inh)as, o levaram a abdicar da remuneração a que o cargo lhe dava direito, mas não em acumulação, pelo que as suas/dele reformas são superiores ao que deveria ser o mais alto salário da Nação.
É verdade que não o disse, mas também ele não estava no confessionário, tem de se perceber isso. Até porque, mesmo que fosse no confessionário (se é que ele frequenta esses lugares em que tem de se pôr de joelhos), desconfia-se que nem ao confessor Aníbal confessaria todo o total dos seus réditos. Porquê? Porque, nesse total, vultuosas parcelas são provenientes de inconfessáveis frequentações, de manigâncias de entidades bancárias (de cuja criação se não alhear), das que facultam multiplicações vertiginosas. É quase certo que fugiria a enumerar pormenores sobre a forma como avolumou  rendimentos seus (e da Maria, e da filha, por ele e por ela, e sabe-se lá que mais) provenientes de especulação e usura. É que poderia o seu confessor ser discípulo de S. Tomás de Aquino, e grande seria a penitência, talvez até pondo em causa a legitimidade (não a legalidade demo crática) de ocupar lugar em que se assenta.
É facto que nos perdemos nestas minudências, distraindo-nos da intenção de vir em defesa do casal e das suas/deles dificuldades, que, aliás apenas sofrem (oh!, se sofrem) por tão solidários serem. Mas a nossa defesa é curta, e con tudo contun dente.

Já pensaram - os de tractores, olhando para as suas próprias dificuldades quotidianas - no que deve custar viver em Belém, e não no andar na Rua do Patrocínio para que aquela reforma estaria dimensionada?, já pensaram nas despesas de manutenção (um cano que entupiu, uma lâmpada que se fundiu… e são tantos os canos e as lâmpadas de um palácio!)?, já pensaram nos custos com o pessoal, seja o pessoal menor (os cozinheiros, as criadas de dentro e de fora, os motoristas), seja o pessoal maior (os assessores civis e militares)?, já pensaram nos reflexos do IVA nas refeições?, já pensaram nas exigências do protocolo?, já pensaram nas deslocações, quando não são aboletados em casa de algum parente ou amigo que lhes cede o quarto da filha que estuda em Lisboa?

Oh!, meus amigos, tem de ser no concreto que tudo se aprecia, que tudo se avalia! Não tivesse sido o casal tão poupadinho, com a Maria ao leme do orçamento do casal enquanto o Aníbal se ocupa em promover e promulgar o Orçamento (viram a diferença no tamanho do o?...), e teríamos talvez de passar pela vergonha de ver o “presidente de todos nós” (salvo seja) a recorrer à caridadezinha que tão patrioticamente estimulam (e para que contribuem, evidentemente, com o seu óbolo).
Tenhamos – e tenham como nós – compreensão.

Aliás, devemos dizer, num outro registo, que estas palavras de Aníbal Cavaco Silva, verdadeiros espelhos das suas cultura e sensibilidade, se cotejadas com outras malfeitorias por que é dos maiores fautores (em duração e grau de reponsabilidades), nem mereciam tanto escândalo. Só nos distrairam e fizeram perder tempo. Já se deveria ter conhecimento bastante do personagem para não nos surpreenderem "escorregadelas" destas. 

domingo, julho 17, 2011

Comentários pertinentes

Surgem, por aqui, comentários que, pela sua pertinência, me facilitam a vida. Estando, como estou, ocupado em trabalhos absorventes, passo por aqui, transcrevo um outro comentário surgido (já agradeci ao Ricardo O.), e volto ao que está entre mãos (e excel, e teclas, e outras manigâncias). Agora, agradeço a Mário Reis.
Diz este bem-vindo visitante: 

«As descobertas de Cavaco e as congratulações do BE, deixam-me confuso...
1) A coisa (a exploração e a indignidade resultante do capitalismo) não se resolve com a desvalorização do euro;
2) Exportando nós cerca de 75% para os países da zona euro, a tal desvalorização em muito pouco resolvia os nossos problemas;
3) O problema fulcral que vem desde 1992 com Maastricht e com o euro depois, tudo coisas que a cavacal governança apoiou cegamente, é não podermos competir (panela de barro c/ a panela de ferro), neste quadro de ortodoxia monetária desenhado pelo capital industrial e financeiro, com o colosso industrial alemão.
E isso impica (implicou e implicará) pensar o futuro, fora destas politicas de "asfixia" dos países como Portugal.

Já estávamos avisados que Cavaco quando fala, pouco acerta. Agora as congrutalações do BE?»

As descobertas de Cavaco Silva

Ontem, corria quilómetros no carro, e ouvi o Presidente da República falar. Não ia a conduzir, e tomei umas notas... porque não resisto a guardar as "pérolas" que Sexa. atira, de quando em vez, à escumalha que nos deve julgar:

  • Cavaco Silva “descobriu a pólvora”:
  • Desvalorize-se o euro!
  • Essa medida, de que Sexa quer ser o assumido (e semvergonha) arauto e protagonista, viria beneficiar as exportações (portuguesas e não só).
  • Até porque, diz ele, o euro é a moeda mais forte do mundo.
  • Mas não foi assim, e para isso, que ela foi criada?
  • O dr. CS parece estar “infância da arte”, nas “pré-primárias” das economias.
  • Porque destas pouco mais adiante teria ido,
  • mas sobretudo porque quer enganar os que saberiam menos que ele... que seríamos todos, evidentemente.
  • Pelo que diz, como diz, quando diz.
  • É um demo crata!