... talvez execrável. É diferente mas, em acumulação, talvez traduza melhor o sentir.
Refiro-me ao que sinto em reacção às falas do P da R no actual momento político.
Ao colocar-se na postura que lhe vem do passado, do fascismo e das suas declarações de consonância, ele-Cavaco Silva ajeita-se ao regime.
Sendo o único eleito directo e individual dos portugueses (com bem minguado resultado, lembre-se) diz que disse, que alertou, que avisou, que faz o que pode e deve fazer... mas que há o governo, que há uma maioria que o sustenta, que houve uma moção de censura que a A da R rejeitou, que os partidos-que-contam devem entender-se, que se espera um parecer do TC, que se têm de cumprir as regras que ele jurou fazer respeitar. E que aparenta desconhecer nas opções suas sobre os princípios e os valores.
É assim o agora SExa., como era antes, e antes do antes. Cobre-se com a capa do regime e faz pela sua vidinha. Ajeitando-se ao tempo e às intempéries.
Curiosamente, vem-me à memória um telefonema de um muito estimado camarada, nos idos começos dos anos 80, a perguntar-me se conhecia aquele jovem e desconhecido economista que dissera "umas coisas" na televisão, "coisas" que até lhe pareciam acertadas mas de que tinha dúvidas.
Dei-lhe a minha opinião sobre o personagem. Confirmando as dúvidas, e muito desconfiado. Aliás, baseava-me na perspectiva do que se viria a confirmar. Que se os ventos soprassem de/para outro lado talvez o "meu colega" (salvo seja...) viesse a fazer a rodagem para outras paragens que não as da Figueira da Foz e do Congresso do PSD, ou viesse a achar conveniente adiar essa rodagem para momento mais oportuno. Para ele, que só ele existe, vazio, sem uma leitura, um filme, um jornal, oco mas sempre coerente consigo próprio...
E sublinho este pormenor significativo: o actual P da R acabou por ir de carrinho até ao congresso de um partido a que pediu boleia para fazer a sua carreira de "grande homem de Estado"; fez, depois, o percurso que esse partido lhe proporcionou para, a seguir, se apear e começar uma viagem de cavaleiro solitário e, sublinhe-se, contra os partidos. Que - alguns deles, e num regime como este... - são como são porque assim os fazem gente como ele. Com a sua prática de cuco, nada colectiva e anti-democrática.
Como se fosse um Tim a fazer carreira a solo e a dar Xutos nos Pontapés... e, sobretudo, no público que nem sabia que ele existia se não houvesse bandas e música tocada por vários instrumentos e grupos formados por gente. (que me perdõe o Tim e os Xutos por os ter usado como eventual mau exemplo)
Adiante. Tinha que desabafar depois do que ouvi.
1 comentário:
É mais uma "criatura"do salazarismo...não presta!
Abraço
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