O IDH (índice de desenvolvimento humano), criado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e objecto de um relatório anual há mais de 20 anos, procura ponderar os habituais indicadores económicos e financeiros com indicadores e referências à saúde e à educação (e a outras situação) dos países escrutinados, que são 187. Todos os anos se procura estudar os relatórios, tendo o de 2012 saído já em 2013, no mês passado.
Uma informação que se estima muito relevante resulta do confronto entre a ordem dos países segundo o PIB (produto interno bruto) ou o RN (rendimento nacional) por cabeça, isto é, divididos pela população de cada país, com a ordem dos IDH, ou seja, depois de ponderados com os indicadores de saúde e educação.
Um outro ordenamento que se faz anualmente é o dos países apenas pelo IDH excluindo-se os indicadores monetarizados, os habitualmente usados para todos os confrontos. Assim se pode ver qual a diferença entre a ordem no que respeita aos IDH, que inclui os indicadores monetarizados, e a ordem que teriam se se usassem apenas os indicadores de saúde e de educação, que se baseiam em anos de vida, mortalidades, estados sanitários, anos de escolaridade, níveis de formação, e outros.
Com base nesses dados - e usando a versão francesa por ter a expressão explícita "IDH não-monetarizado" -,viu-se a diferença entre os dois ordenamentos e ordenou-se por essa diferença.
Assim, o país em que essa diferença é maior é Cuba (59º no IDH e 26º no IDH não-monetarizado) e o último, entre os 60 primeiros do IDH, é o Qatar (36º no IDH e 59º no IDH não-monetarizado).
Três observações particulares (e por nossa conta e risco):
- os países que passaram por anos de estruturas nacionais fundadas em objectivos de construção de sociedades já em socialismo têm, claramente, posições de maior diferença entre os dois ordenamentos, em resultado, decerto, de políticas valorizando os domínios da saúde e da educação das populações sem (ou com menos) predomínio das vertentes à dimensão monetarizada da economia enquanto satisfação de necessidades de toda a população;
- aqueles países em que os seus recursos (petrolíferos ou outros) e onde se localizam "paraísos financeiros" e de especulação têm maiores diferenças pela negativa em relação aos indicadores de saúde e educação;
- Portugal desce 3 lugares no confronto entre os dois ordenamentos.
2 comentários:
Uma outra visão (Marxista) destes importantes indicadores. Muito bom!
"Esperamos por mais." :-)
Um abraço,
Jorge
Interessante reflexao!...
Bjo
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