Comunicado do Reitor da Universidade de
Lisboa
Quando | 9 de
Abril de 2013
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Não é fechando o
país que se resolvem os problemas do país
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"1. Por despacho do ministro das Finanças, de 8 de Abril
de 2013, o Governo decidiu fechar o país e bloquear o funcionamento das
instituições públicas: ministérios, autarquias, universidades, etc. O
despacho é uma forma de reacção contra o acórdão do Tribunal Constitucional,
como se explica logo na primeira linha. O Governo adopta a política do
“quanto pior, melhor”. Quem, num quadro de grande contenção e dificuldade,
tem procurado assegurar o normal funcionamento das instituições, sente-se
enganado com esta medida cega e contrária aos interesses do país.
2. Todos sabemos que estamos perante uma situação de crise
gravíssima. Mas é justamente nestas situações que se exige clareza nas
políticas e nas orientações, cortando o máximo possível em todas as despesas,
mas procurando, até ao limite, que as instituições continuem a funcionar sem
grandes perturbações. O despacho do ministro das Finanças provoca o efeito
contrário, lançando a perturbação e o caos sem qualquer resultado prático.
3. É um gesto insensato e inaceitável, que não resolve
qualquer problema e que põe em causa, seriamente, o futuro de Portugal e das
suas instituições. O Governo utiliza o pior da autoridade para interromper o
Estado de Direito e para instaurar um Estado de excepção. Levado à letra, o
despacho do ministro das Finanças bloqueia a mais simples das despesas, seja
ela qual for. Apenas três exemplos, entre milhares de outros. Ficamos
impedidos de comprar produtos correntes para os nossos laboratórios, de
adquirir bens alimentares para as nossas cantinas ou de comprar papel para os
diplomas dos nossos alunos. É assim que se resolvem os problemas de Portugal?
4. No caso da universidade, estão também em causa importantes
compromissos, nomeadamente internacionais e com projectos de investigação,
que ficarão bloqueados, sem qualquer poupança para o Estado, mas com enormes
prejuízos no plano institucional, científico e financeiro.
Na Universidade de Lisboa saberemos estar à altura deste
momento e resistir a medidas intoleráveis, sem norte e sem sentido. Não há
pior política do que a política do pior."
Lisboa, 9 de Abril de 2013
António Sampaio da Nóvoa
Reitor, Universidade de Lisboa
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1 comentário:
Ê realmente uma medida de desnorte!O "louco" do vitor,terâ pesado as consequencias de tao tresloucado despacho?
Um beijo
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