Nota do Gabinete de Imprensa do PCP
Sobre a resposta do PCP à carta endereçada pelo Governo
Terça 30 de Abril de 2013
O PCP deu, hoje, em carta dirigida ao Ministro Adjunto e do Desenvolvimento
Regional, resposta à proposta endereçada pelo Governo.
Na resposta, o Secretariado do Comité Central do PCP sublinha que “A
disponibilidade manifestada pelo Governo para um encontro para debater a
denominada «Estratégia para o Crescimento, Emprego e Fomento Industrial –
2013/2020» não corresponde a um propósito de seriedade política. Na verdade,
apresenta-se desprovida de qualquer credibilidade o enunciado de um punhado de
medidas e promessas para o crescimento económico subordinadas e amarradas a um
«Programa de Ajustamento» que é em si mesmo uma condenação ao declínio e à
recessão, ao desemprego e à dependência.
Os pressupostos a que o governo insiste em amarrar o País têm na situação
económica e social a expressão dramática que a realidade revela – nível de
desemprego sem precedentes, alastramento da pobreza e da miséria, definhamento
do tecido económico, negação de direitos básicos essenciais, redução do valor
dos salários e pensões de reforma, menos protecção social, mais
endividamento.
Crescimento económico e criação de emprego são inseparáveis de uma política
que liberte o país da dependência e do rumo de exploração e de saque dos
recursos nacionais de que o governo é entusiasta executante.
O que o país reclama para assegurar o seu desenvolvimento soberano é, não da
submissão a um programa que é uma verdadeira agressão ao país e aos interesses
nacionais, mas sim a rejeição do Pacto de Agressão.
O que o país reclama não são medidas de propaganda, mas sim a imediata
demissão do governo ainda em funções e a convocação de eleições
antecipadas.”
O PCP reafirma, nesta ocasião, que “ A solução dos problemas nacionais é
inseparável de uma política patriótica e de esquerda que tenha como elementos
essenciais a rejeição do «memorando de entendimento» e a renegociação da dívida,
a recuperação pelo Estado do controlo das empresas e sectores estratégicos (a
começar pelo sector financeiro), a elevação do valor dos salários e pensões de
reforma indispensável à dinamização da procura interna e à criação de emprego, a
preservação das funções sociais do Estado e de uma efectiva protecção social.
Política patriótica e de esquerda que de uma forma mais ampla foi definida no
XIX Congresso do PCP e que em anexo remetemos.
Como é do conhecimento do Governo está agendado pelo Grupo Parlamentar do PCP
para a próxima quinta-feira a discussão de um Projecto de Resolução com
propostas concretas para resgatar o País do declínio económico e social em que
se encontra. O Governo tem pois ainda a oportunidade de, com a sua presença,
participar nesse debate.
Independentemente dos aspectos referidos e das opiniões agora expressas que
consubstanciam a posição do PCP sobre a política necessária para o
desenvolvimento do País, se o Governo continuar a considerar oportuna a proposta
que nos endereçou, o PCP não deixará de reafirmar nesse momento as posições
agora explicitadas ficando a aguardar para o efeito o vosso contacto.”
2 comentários:
Gostei da resposta.
Um beijo.
Ê a resposta correcta de um partido que defende os interesses dos trabalhadores.
Um beijo
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