quinta-feira, setembro 15, 2005

PASSEIOS À VOLTA DA CASA E DA MEMÓRIA - Itinerário 1 - 4

(continuação)


Olá, vizinha, bom dia…”
“Bom dia… veio ver as terras que eram do seu paizinho… lembra-se delas?...”
“É verdade… se me lembro bem…”
“Pois é… agora esta, que está nas minhas costas é amanhada pelo meu filho”
“Ainda bem que não está ao abandono… Boa sorte, vizinha”
“Obrigada, boa sorte também, deus o ajude”.


Uns metros à frente, pelo carreiro, faz-se a curva para a direita e tem-se à frente o poço e a picota. Que hoje é tudo de cimento e blocos… e sem préstimo. Quando os conheci, o poço não tinha muro de segurança, só umas tabuitas e a picota enganchava numa oliveira. Lembro-me de uma fotografia com o meu pai, rapaz novo, encavalitado na oliveira onde fazia eixo com a picota. Hei-de encontrá-la…


Sai da borda do ribeiro, seco e sujo, dei uma corrida pelo campo e fui onde, antes, estavam os pessegueiros das minhas sobremesas. De pessegueiros nada, como era de esperar, mas o canavial lá está. E sem a abertura para passar para o outro lado da levada que por ali passa. Raras vezes com água… sobretudo este ano em que a água escasseia.


No entanto, mais ao lado, mantinha-se aberta uma outra passagem. Seca, claro. Por onde passámos os dois, com ajudas mútuas.

(continua)







2 comentários:

Anónimo disse...

Tão carinhosa a vizinha, quando se refere ao teu pai, “...do seu paizinho”.
Demonstra muita afeição e ternura!
Apesar de tudo, a preservação ainda existe!
Árvores, poços, pedras, tudo deve estar “quase” igual.
Nós continuamos a seguir, o trajecto.
Belos passeios!Bonitas fotos!

GR

Anónimo disse...

É pena só encontramos pessoas idosas, os jovens abandonaram de vez o campo...