sexta-feira, julho 27, 2007

Assim sendo...

“Foi assim”, diz elaZita.
Ah! Foi? E terá sido assim que foi, para esta que ela é hoje, tão outra relativamente ao que ela era quando teria sido assim?
Por isso, assim conta que foi assim. Como se tivesse sido.
E há uma corteZita boba a acenar com a cabeça, a fazer vénias e salamaleques, a aproveitar-se do que ela escreve para dizerem: vêem como foi? Foi assim!
Mas… para quê gastar tanta cera com tão ruim defunta?
Talvez lá tenha de ser, como reacção necessária a toda a cera que é gasta para alumiar a defunta e tornar útil uma múmia.
Talvez.
Será que ao coro dos coiros há mesmo que responder com a verdade das coisas? E, por outro lado, a indignação perante certos comportamentos também não resiste a vir manifestar-se com veemência.
Cá por mim, para este consumo interno, e depois de tanto ter lido e ouvido, apenas deixo uma constatação e uma lembrança muito pessoal.
Foi assim comprovado que D. Zita, ao tempo em que assim teria sido alta dirigente do PCP, conspirava em reuniões e jantares em sua casa, às quartas-feiras com o Sr. Vital Moreira, que era já putativo secretário-geral, escolhido à revelia das regras estatutárias e democráticas de que o PCP se orgulha, noutros dias “em plena dissidência, jantava tudo lá em casa”, segundo disse na RTP1, que não lhe poupa antena.
E para que conspiravam?
Pois “para evitar o declínio sem remédio do PCP”, dizi(t)a ela; pois para “a superação da crise que, sem aquela (renovação do Partido), o conduzirá, a breve prazo, a um irreparável definhamento”, escreveu o vital Moreira.
Assim se explicará a enorme contrariedade que sofrem e denotam os então conspiradores por não verem comprovados, como tanto desejariam, o “declínio sem remédio”, o “irreparável definhamento” do PCP.
E assim se compreende que tanto se continuem a esforçar para que eles – "o declínio" e "o definhamento” – aconteçam.
Ainda acrescento, por mero desfastio, uma lembrança muito pessoal: como militante de base, participei, há uns 25/30 anos, numa iniciativa do PCP, em que a dirigente Zita Seabra coordenava uma secção, e coube-me a tarefa de ir para a mesa e de a secretariar.
Foi a única vez que nos cruzámos em tarefas partidárias, e foi uma experiência penosa.
Sempre convivi mal com o autoritarismo, a falta de respeito pelos outros, a prepotência, e mais ainda quando a postura “muito dura mas relações humanas”, “a frieza de um revolucionário” (“qualidades” para si invocadas por Zita Seabra em Foi assim!) são uma espécie de máscara que esconde a fragilidade de convicções, a falta de caboucos ideológicos, a ausência de um “gostar dos outros” que, estas sim, são – a meu ver, claro – as qualidades de quem quer ser revolucionário. Toda uma vida. Com os erros e as fraquezas que inevitavelmente a preencherão.

5 comentários:

Anónimo disse...

Sobre a obrazita da criaturazita vale a pena ler o excelente texto de José Manuel Jara, publicado no Avante de ontem.

GR disse...

Com a dita (tem piada o nome dela tem quatro letras, diferente do nome de quatro letras que lhe chamo!!!), irremediavelmente cruzei-me(mo-nos) neste concelho muitas vezes com ela!
Detesto falar do que não existe e porque não tenho que ter respeito pelo que não existe, por aqui me fico!

Permite-me dar (aqui)os parabéns ao camarada José Maunel Jara!

GR

Sérgio Ribeiro disse...

Também li (e recomendo a leitura!) do texto do José Manuel Jara no Avante.

miguel disse...

o texto tem lá tudo o que para mim, novo e jovem quando olho para esses tempos com ignorância, me faria falta. alguma coisa fizesse num caso destes...

um grande abraço sérgio - has-de me deixar o teu e-mail para combinar um almoço!

Anónimo disse...

Para o "pedras contra canhões" (e para mais quem) aqui avi o meu endereço emailico: sergio.f.ribeiro@mail.telepac.pt.
Às ordens para quem e com um grande abraço para o "pedras...". E vamos ao almoço!