
___________________________________________
Nós, que somos hispanos, no bom significado do termo latino e medieval, mas não espanhóis, como pretende Madariaga, quebrámos os vínculos políticos com Espanha em 1640, e não há que rever, nem por sombras, o gesto decidido dos nossos avós.
Para o castelhano das três dimensões, homem de touros e zarzuela, nunca se desvaneceu o sonho da união ibérica. Livrem-nos os fados de tal conjuntura! Alianças ou conúbios destes seriam como os da panela de ferro e da panela de barro, levadas na corrente de um rio. Nós, dum momento para o outro, poderíamos ficar escaqueirados. Olho no monstro: ainda quando nos aparece como filósofo salvador é sempre Caliban. Sem dúvida que aparentou sempre discursador da beatitude terrena em Deus do Céu.
Com Espanha – dizia Mazarin – são de desejar todas as boas relações de vizinhança. Mas fique-se na cortesia. Se ides mais longe, às duas por três, sem vos consultar, nem dar cavaco, o vosso aliado manda queimar as naus. Não que o faça sempre por trancafio, mas por orgulho, indómito orgulho, e que mais não seja para exercício da vontade, ou pôr à prova o estado da senhoria que lhe é visceral.
___________________________Para o castelhano das três dimensões, homem de touros e zarzuela, nunca se desvaneceu o sonho da união ibérica. Livrem-nos os fados de tal conjuntura! Alianças ou conúbios destes seriam como os da panela de ferro e da panela de barro, levadas na corrente de um rio. Nós, dum momento para o outro, poderíamos ficar escaqueirados. Olho no monstro: ainda quando nos aparece como filósofo salvador é sempre Caliban. Sem dúvida que aparentou sempre discursador da beatitude terrena em Deus do Céu.
Com Espanha – dizia Mazarin – são de desejar todas as boas relações de vizinhança. Mas fique-se na cortesia. Se ides mais longe, às duas por três, sem vos consultar, nem dar cavaco, o vosso aliado manda queimar as naus. Não que o faça sempre por trancafio, mas por orgulho, indómito orgulho, e que mais não seja para exercício da vontade, ou pôr à prova o estado da senhoria que lhe é visceral.
Que tal? É apenas uma amostra. Amostra de um tema que, a propósito de vários momentos do livro de Cervantes, é abordado por Mestre Aquilino. Naturalmente. D. Quixote foi escrito e editado no período em que os Filipes eram reis de Portugal...
Sem comentários:
Enviar um comentário