sexta-feira, março 28, 2008

IVAmos assim!

Respondendo a um “desafio-convite” do Samuel, coloquei um "post" sobre a medida do Governo de baixar o IVA de 21% para 20%. Em comentário final (eu, que apenas queria transcrever dois trechos comprovando a “pouca vergonha” deste Governo, que em tudo se mostra), dizia que voltaria, naturalmente, a este tema.
E, apesar da ausência de comentários e dúvidas que o justifiquem, aqui estou de regresso ao tema.
Para sublinhar, telegraficamente, alguns aspectos:
1. a medida é demagógica
2. insere-se na “campanha” mediática de que este Governo-PS usa e abusa (da nossa paciência).
3. é já campanha eleitoral, tendo em vista o ano de 2009.
4. a medida (isolada) fazia parte de um conjunto de medidas que, na oportunidade da discussão do OE para 2008, o GP do PCP apresentou, e o Governo-PS olímpica e categoricamente rejeitou.
5. no entanto, a proposta do PCP foi apresentada como primeiro passo num caminho que não é, de modo nenhum aquele em que o Governo-PS tem percorrido e insiste em continuar, contra os interesses dos trabalhadores e das populações.
6. a medida só poderia ter efeitos (colaterais!) benéficos para o consumo privado, necessariamente diminutos, se não se repercutisse nos preços como a actual política faz prever, e mais diminutos ainda seriam para os estratos mais carenciados cujo orçamento familiar se baseia em bens de primeira necessidade.
7. é que acresce que, sendo a taxa normal de IVA de 21% (em Portugal continental), aos chamados bens de primeira necessidade é aplicada a taxa de 5%.
8. trata-se de uma medida política de ordem fiscal, sem que nela se possam vislumbrar quaisquer intenções reais de ter consequências (positivas, como tão urgente é) no plano social.
9. e com este "ruim defunto" não gasto mais cera, quando há tanta coisa a exigir a nossa atenção, até porque não quero contribuir para colaborar na campanha dos srs. ministro das finanças-primeiro ministro, valorizando o que é demagogia e passo em caminhos que não são os nossos, porque não servem os trabalhadores e as populações.

quinta-feira, março 27, 2008

Iraque, 5 anos de ocupação - 2

Há um blog - outrostemas.blogspot.com - que propõe um tema para que autores de outros blogs lhes enviem fotos, que são publicados e recebem comentários. O último proposto foi Iraque, e houve respostas que achei muito interessantes. Permito-me destacar esta, que considero excelente, de bettips:


A que um comentador, zambujal, juntou este comentário:
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A estratégia da aranha.
Que enreda e em si se enreda.
A teia poderosa que não resiste a um sopro, a uma vassourada.
Que, entretanto, faz vítimas.
Que, entretanto, nos faz vítimas. Enquanto não descobrimos a nossa força.

Iraque, 5 anos de ocupação - 1


A redução do IVA de 21% para 20%

Confesso ter-me sentado à secretária com outras intenções. Mas na "viagem preambular", passando pelos blogs da lista dos favoritos, tropecei no cantigueiro, onde o Samuel, no "serviço público" de comentários pertinentes e contundentes que nos está prestando faz um endosso e um desafio para mim e para aqui.
Depois de, sob fundo vangeliano (estes músicos...), citar duas socratianas frases "A crise orçamental está ultrapassada", "É altura de aliviar o esforço pedido aos portugueses" e de rematar que Sócrates deixa em aberto novas descidas de impostos em 2009, comenta, perguntando: "Que importa se os esforços foram só para alguns? Que importa que uma boa parte da receita que permitiu baixar o déficit seja irrepetível, já que provém das cobranças coercivas de milhões de euros de dívidas fiscais e do aumento da carga fiscal sobre os que trabalham?", e vá de me meter "ao barulho": "Que importa... olhem... eu não sou economista. Para esclarecimentos especializados queiram dirigir as vossas dúvidas ao Sérgio Ribeiro no "Anónimo do Séc.XXI".
É de amigo! E vou tentar antecipar-me a algumas eventuais dúvidas que aí venham.
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Sem comentários, transcrevo tomada de posição do Grupo Parlamentar do PCP, de 30 de Outubro de 2007, na oportunidade da discussão do Orçamento de Estado para 2007:
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«(...) Finalmente, o PCP vai apresentar uma proposta (era a 4ª) de redução, para 20%, da taxa normal do Imposto sobre o Valor Acrescentado, que, de acordo com informações do Governo representa cerca de 60% da receita global de IVA, sendo as receitas correspondentes aos restantes 40% resultantes da aplicação das taxas intermédias e reduzidas, que não seriam alteradas.

A redução desta taxa do IVA significará assim uma redução previsível na receita deste imposto, inscrita no Orçamento do Estado, igual a 60% de 674 milhões de euros (20/21 avos da receita global inscrita no OE, de 14145 milhões de euros).

Esta perda de receita fiscal, correspondente a 404,4 milhões de euros, seria parcialmente compensada pelo efeito da proposta de revogação dos benefícios fiscais dos PPRs, que o PCP também irá apresentar, correspondendo a uma receita adicional de 109, 4 milhões de euros.

Sendo assim a receita global seria diminuída de, quando muito, 295 milhões de euros. É legítimo, porém, admitir que, por efeitos de um aumento de consumo resultante de uma diminuição da taxa do IVA, em todo o País e particularmente nas zonas de fronteira onde seria diminuída em 20% o diferencial de taxas entre os dois lados da fronteira, a perda de receitas seria inferior àquele valor.

Mesmo admitindo uma perda de receita fiscal de 295 milhões de euros, o défice inscrito no Orçamento do Estado para 2008 passaria a ter um valor total de 4 385,4 milhões de euros (4 090,4 mais 295,0). Isto significaria um défice orçamental em 2008 de 2,59%, ainda inferior ao valor previsto no Programa de Estabilidade e Crescimento para 2008, aprovado pelo Governo e entregue em Bruxelas em Dezembro de 2006. Isto significaria que, em vez do valor anunciado pelo Governo, de um défice em 2008 de 2,4%, o Orçamento do Estado continuaria a prever um valor muito próximo de 2,6%, incluído no PEC, já abaixo dos 3% que o Pacto de Estabilidade impõe.»
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Por mim, convidado a participar no Prós-e-Contras sobre esse Orçamento, com a presença do ministro, depois de referir a proposta do GP do PCP, disse o que depois procurei reproduzir em artigo no avante!:

«(...) apesar de cada crítica ser uma proposta alternativa, explicita-se uma: redução da taxa normal do IVA de 21% para 20% em 2008 e para 19% em 2009, para iniciar um caminho de normalização da taxa superior do IVA, com a finalidade de dinamizar o consumo interno e aumentar a competitividade dos sectores produtivos. O Governo, como atrás se disse, vai ainda mais além do que se comprometeu com Bruxelas e não utiliza a margem que as suas próprias contas demonstram existir já para 2008. Não há razão para não se iniciar já a redução da taxa normal do IVA… a não ser, provavelmente, a de se usar essa redução apenas em 2009, de acordo com o calendário eleitoral…
Segundo o Governo, a taxa normal representa cerca de 60% da receita global de IVA. Esta redução significaria uma redução previsível na receita do imposto, inscrita no OE, igual a 60% de 674 milhões de euros. A eventual perda de receita fiscal, de 400 milhões de euros (menos de 3% da receita global), seria parcialmente compensada pelo efeito da redução de outros benefícios fiscais e, sobretudo, por efeito de um aumento de consumo resultante de uma diminuição da taxa do IVA, em todo o País e particularmente nas zonas de fronteira, onde, assim, seria diminuído em 20% o diferencial de taxas entre os dois lados da fronteira, pelo que perda de receitas seria, decerto, inferior àquele valor.
Mesmo admitindo uma perda de receita fiscal de 300 milhões de euros, o défice inscrito no OE para 2008 passaria a ter um valor total de 4,4 mil milhões de euros, pelo que o défice orçamental passaria a 2,6 (a manter-se -- simples hipótese algébrica! – igual valor do PIB, que tal medida faria decerto aumentar, aumentando o denominador da fracção), ainda inferior ao valor previsto no tal Programa de Estabilidade e Crescimento para 2008, de Dezembro de 2006.
Assim se manteria o respeito pelo Pacto de Estabilidade, a que o PCP sempre se opôs pela (fácil) previsão das consequências que milhões de portugueses estão a viver/sofrer, mas não se levaria tão longe a obediência (ou o servilismo?) à maneira de “meninos muito bem comportados”.»
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Voltarei, naturalmente, a este tema, sobretudo procurando abordar as consequências da medida no dia-a-dia dos portugueses. No entanto, estas estarão condicionadas pela reacção nos preços, isto é, de quem os determina. Por outro lado, essas consequências serão necessariamente diminutas (para o bem ou para o mal) pois trata-se, apenas, de um passo num caminho. Como o PCP propôs, num caminho de alguma recuperação do que tem vindo a ser perdido. Na estratégia do Goverso/PS num outro caminho, político-demagógico, já em campanha pré-eleitoral (sai mais Vangelis...).

quarta-feira, março 26, 2008

"O mito e a realidade a propósito do Tibet"

Este era o título de um texto publicado no Figaro (conhecido jornal da direita francesa), de 22.09.2000. Faço, apenas, referência aos três "mitos" enunciados no texto com brevíssimas anotações dele retiradas:
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«1. "A ocupação do Tibet pela China"
O Tibet faz parte integrante da China a partir do meio do século XIII. Pretender que a China ocupa o Tibet, é como se se alguém afirmasse que a França ocupa a Bretanha, a Borgonha, a Côte d'Azur ou a Córsega.
2. "Os direitos do homem são espezinhados no Tibet"
O governo chinês seria "o mau da fita" enquanto o dalai-lama seria o "santo dos santos". Antes de 1959, quando o dalai-lama governava o Tibet, o regime que se praticava era o da "servidão", sendo 95% da população composta por "servos", não considerados como seres humanos... pelo que a questão dos direitos humanos não se punha. Este regime foi abolido em 1959. Antes de 1959, a esperança de vida dos tibetianos era de 35,5 anos, agora (2000) é de 67 anos; antes de 1959, a taxa de escolaridade das crianças não chegava aos 2%, agora (2000) é de 81,3%.
3. "O governo chinês está a destruir a identidade cultural tibetiana"
A China é um país multi-étnico. Há 56 etnias na China. A cultura tibetiana, conservando a sua identidade, faz parte integrante da cultura chinesa. No Tibet, o estudo da língua e da escrita tibetiana é garantida pela lei.»
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Isto é parte do que foi publicado, em 2000, no Figaro, podendo, por exemplo, substituir-se França e Bretanha, e Borgonha, e Côte d'Azur ou Córsega, por Portugal e Algarve, e Madeira ou Açores.
Ainda falta acrescentar, aparentemente a despropósito, que os Jogos Olímpicos são este ano e estão marcados para Pequim. E porque é que me lembrei de 1980, e dos Jogos Olímpicos de Moscovo? Porque teria sido?...

segunda-feira, março 24, 2008

As lições de Maio (de 1968)

De um (novo) trabalho em curso, sobre Maio de 1968, não resisto a transcrever (em tradução... livre) um trecho de um livro de Laurent Salini, Mai des prolétaires, editado pelas editions sociales, em Novembro de 1968, que estou a revisitar:
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«Os ataques convergem sobre o Partido Comunista Francês, e todos têm por finalidade enfraquecê-lo, dividi-lo, destrui-lo se possível, de acabar, enfim, com um partido que a classe operária francesa há meio século vem construindo.
Para desorientar o movimento operário e levá-lo à parede e à derrota, para levantar obstáculos à marcha para o socialismo por vias novas e francesas, para retardar a inevitável chegada de uma democracia avançada, nunca a grande burguesia empregou tantos esforços. E o traço novo destes ataques (e que são, também, a sua defesa), a mais recente jogada, é a critica de “esquerda”, a tentativa de criar um partido rival do PCF, um partido que o venha a reprovar, não por ser radical e revolucionário, mas por ser morno, reformista, moderado, frouxo. Enquanto, por dentro, o procuram descaracterizar, esquecer a sua base teórica, abandonar as suas formas de organização, aceitar que a história não é a luta de classes.»

domingo, março 23, 2008

Os símbolos e o que... simbolizam

(ver "post" anterior)

No começo da década de 90, em revista com um interessante/apetecível grafismo, dei alguma colaboração. Propunham, ou perguntavam. E eu escrevia, ou respondia.



O nome da revista era aliciante, Nuestra Bandera, e o grafismo do cabeçalho interessante, como ponto de interrogação a destacar-se: uto?ías!

Esse grafismo parece ter tomado conta do partido que "animava" a revista, e no número de 3 anos depois, que era dedicado ao congresso desse partido, lá estava:

A foice transformada em ponto de interrogação e o martelo em ponto de exclamação, parecendo hesitar-se entre a afirmação e a dúvida, quando - isto acho eu - a afirmação nasce das dúvidas, a partir de princípios, valores, convicções, que têm expressão em símbolos!

Teria sido por "marketing" e para "comprar votos"? Valeu a pena?

Nós por cá... tudo bem!

Um Partido para velhos que se sintam novos e com futuro, um Partido para jovens que se revejam no passado e não se sintam velhos!

(pode ser que venha a haver mais... mas, por agora, fico-me por aqui)

Aquele partido não será para velhos...

A dra. Manuela Ferreira Leite foi uma respeitável e respeitada directora-geral do Ministério das Finanças. Com ela "valia a pena" discutir os orçamentos de Estado. No plano técnico, porque depois chegava-se ao plano da decisão política, e lá estava o ministro (Miguel Cadilhe) para a tudo dizer não a tudo que a oposição propunha (com uma única excepção: o jardim-horto Camões, para Constância).


Depois, por opções igualmente respeitáveis, "meteu-se" activamente na política. Chegou a ser ministra da educação. E, no partido que é o seu, tem ocupado lugares de grande responsabilidade, sendo, de vez em quando, "hipótese de"...


Colabora no Expresso, como colunista, na capciosa qualidade de "experta".


Costumo lê-la, quase sempre em desacordo, sempre com proveito. Esta semana, surpreendeu. Em vez da crónica "de economista" saíu uma sobre a mudança de símbolo do PSD, o seu/dela partido. Vale a pena ler. Termina Manuela Ferreira Leite:


"São tempos em que se vendem ideias e se compram votos.
São tempos em que o altruismo e o sentimento são esmagados pelo marketing.
Será que vale a pena?"


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Ó dra.!, em todo o lado, em todos os partidos, em toda a gente? Olhe que não, olhe que não!


(ver próximo "post")

sexta-feira, março 21, 2008

Apontamento-"caixa" para trabalho em curso

A propósito de pauperismo
(
nos 160 anos do Manifesto Comunista)




1848 – o operário torna-se indigente (Pauper) porque “o operário moderno, em vez de se elevar com o progresso da indústria, afunda-se mais abaixo das condições da sua própria classe”
1872 – não obstante “as condições muito se terem alterado nos últimos vinte e cinco anos” (prefácio de 1872), era ainda no terreno criado para a burguesia ascendente pelo “descobrimento da América (e) a circum-navegação de África” que “a grande indústria estabeleceu o mercado mundial (que) deu ao comércio, à navegação, às comunicações por terra, um desenvolvimento imensurável” e se definem as "condições de classe do operário moderno" que levam à "lei" do pauperismo.
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1876 – primeira experiência com o telefone
1877 – invenção do microfone e do fonógrafo
1883 - regista-se a patente automóvel
1887 – ondas de rádio (hertzianas)
1897 – criação do circuito eléctrico sintonizado
1903 - primeiro voo de um aparelho motorizado e "mais pesado que o ar"
1913 – primeiro frigorífico doméstico
1924 – primeira demonstração de sistema semi-mecânico de televisão analógica
1946 - primeiro computador electrónico
1954 – aparecimento da televisão a cores
1983 – início da comercialização dos telemóveis
1991 – adopção de medidas para a criação das auto-estradas da informação
*
2008 – o assalariado moderno é indigente (Pauper) se não dispuser de frigorífico, automóvel, televisão a cores e cabo, microondas, telemóvel, computador, internet, ou se tiver tudo isso, ou parte disso tudo, através do crédito com que hipotecou o seu futuro e/ou da venda da sua força de trabalho sem limites temporais (escravatura). É indigente porque está “afundado” abaixo das “condições da sua própria classe” mas não tem consciência de o ser porque julga "viver melhor” do que vivia em 1848 e em 1983.

quinta-feira, março 20, 2008


Conselho Português para a Paz e Cooperação
Rua Rodrigo da Fonseca, 56 - 2º 1250 -193 Lisboa, Portugal
Tel. 21 386 33 75 / Fax 21 386 32 21
e-mail : conselhopaz@netcabo.pt
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Lisboa, 20 de Março de 2008
DENÚNCIA E PROTESTO
IRAQUE: 5 ANOS DE OCUPAÇÃO – 5 ANOS DE RESISTÊNCIA
AUTORIDADES POLICIAIS TENTAM IMPEDIR O EXERCÍCIO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS E LIBERDADES DEMOCRÁTICAS
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Hoje, na data que marca o 5º aniversário do início da ignóbil guerra contra o Iraque, organizações portuguesas protestaram pacificamente contra a guerra e a ocupação, exigindo a retirada das tropas de ocupação e o fim imediato do genocídio do povo iraquiano.

A colocação de faixas em Lisboa, num viaduto junto à Embaixada dos Estados Unidos, mereceu a deslocação de um desproporcionado dispositivo policial, que procurou, através de vários meios de coação, impedir o livre exercício dos direitos e liberdades democráticas consagradas na Constituição Portuguesa.

Representantes do Conselho Português para a Paz e Cooperação, Tribunal Mundial Iraque, Colectivo Mumia Abu-Jamal, Movimento Democrático de Mulheres, Juventude Comunista Portuguesa, Partido Ecologista Os Verdes e Ecolojovem, foram identificados pela PSP, não tendo em nenhum minuto, vergado perante a intimidação exercida: as faixas foram colocadas, o direito de protesto exercido e a firme convicção que nos batemos uma uma causa justa, reforçada.

Nesta ocasião, o CPPC deseja manifestar a sua solidariedade com todos as pessoas envolvidas neste protesto e suas respectivas organizações. Pela nossa parte, reafirmamos o nosso compromisso de tudo fazer em prol da paz e da solidariedade entre os povos.

A Direcção Nacional do
Conselho Português para a Paz e Cooperação

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Transcrito como manifestação de toda a solidariedade. Ao CPPC e a quem o CPPC manifesta solidariedade.

quarta-feira, março 19, 2008

A vertigem da ruptura

A sensação de que se está a viver sob o mando de quem está possesso. Com a vertigem da ruptura. Porque há quem disponha de uma democrática maioria absoluta. Da democracia representativa como se fosse única. E absoluta. Isto é, absolutamente não democrática.
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E têm um hino:
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Nós somos os bons,
os melhores,
os únicos,
nós somos os únicos (entram, em fundo, (a)os xutos e pontapés)
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Nós somos a maioria absoluta! (estribilho)
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Diz o chefe, o maior,
o primeiro,
o engenheiro:
mudem tudo, mexam tudo, baralhem tudo
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Nós somos a maioria absoluta!
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Mudem tudo,
apesar de tudo,
contra todos,
são todos uns outros, não tiveram votos como nós
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Nós somos a maioria absoluta!
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Que tudo mude,
para que continue,
mais depressa,
tudo na mesma ao serviço dos mesmos
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Nós somos a maioria absoluta!
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A nossa resposta a esta maioria absoluta só pode ser...
luta, luta, e mais luta!

segunda-feira, março 17, 2008

Será ele o culpado?

Stephen Jaffe, EPA
Alan Greenspan já foi acusado de ter contribuído para a "bolha" do mercado imobiliário
(do "site" da RTP)
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'Tão mesmo "c' a bolha"!

domingo, março 16, 2008

Da janela do almoço, vê-se o "largo do pelourinho" (tantas recordações...), que o sol ilumina e aquece. Estas árvores descarnadas mas já com flor a despontar são belas e servem de moldura ao pelourinho, obra nossa de que tanto nos orgulhamos... e envergonhamos. Ao canto, a Junta de Freguesia que é Casa de Bragança e já foi Câmara.

O almoço foi óptimo.


O homem do km. 110 da A1 e os amigos. E ela...

Um amigo (grande e "urso"), escreveu, para uma oportunidade especial, um texto que muito me comove, sobre "o homem que olha o Castelo ao km 110 da A1"

Outro amigo (que à de amigo junta outras "qualidades", próprias e comuns), sempre que passa na A1 e ao km. 110, telefona-me e diz "olha... estou ao quilómetro 110 e a ver os Castelos" - fê-lo agora mesmo, e diz-me que estão esplendorosos com este sol primaveril.

De um outro amigo fui procurar uma sua foto dos tais Castelos que eu vejo e sou, e ia-me perdendo na sua impressionante galeria de fotos e sensibilidade (a1clique). Encontrei esta (do outro lado do km. 110 da A1... mas não vou procurar mais):


Está decidido! Hoje, porque é um dia especial (entre todos, que todos o serão quando e enquanto e encanto), vamos os dois dar uma volta aos Castelos que se vêem ao Km. 110 da A1, e por lá almoçar!

E vamos aproveitar o sol primaveril para tirar umas fotos!

sábado, março 15, 2008

Isto está a ficar preocupante!

- Quando se lêem coisas como esta:
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Manifestações provocatórias
Condenando finalmente a manifestação provocatória (para além de ilegal) contra o comício do PS de hoje, à qual poderia ser associado, vem o PCP considerar que «os protestos devem ser dirigidos ao poder político (...) e não a instalações ou actividades partidárias».
E, desta vez, diz bem o PCP. Mas uma coisa é dizer, outra é praticar. É de registar que o PCP não condenou idênticas manifestações pseudo-espontâneas recentemente ocorridas em Lisboa e em Bragança, sendo aliás indesmentível que ao longo destes meses a própria Fenprof, braço sindical do PCP, organizou acções semelhantes contra reuniões do PS em vários locais do País.
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[no blog Causa-nossa, editada por Vital Moreira, na sequência do que tem vindo, por ali e outros "públicos", a escrever sobre "manifestações pseudo-espontâneas" que, por mais que o PCP diga (e bem, dit-il)) que não tem nada a ver, VM insinua, sugere que são "prática" do PCP, e fala de "indesmentíveis" "acções semelhantes" (que se sabe que nem para ele o serão...) do "braço sindical do PCP", no uso de terminologia falsa e rasca];
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- quando a ex-ministra Isabel Pires de Lima, na "qualidade" de ex-PCP, vem alertar para o "dedo do PCP" que "sente" metido em tudo quanto é sítio, com a "autoridade" de quem já esteve "lá dentro";
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- quando tantos outros sinais
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razões temos nós, os comunistas, para estar preocupados, nós que, tantas vezes na História, sofremos esta pouco original reacção fascistóide (antes de ser fascista) das "manifestações provocatórias" (e outras "acções semelhantes" mais graves), para delas sermos acusados e para justificarem represálias contra quem, verdadeiramente, faz frente ao que é injusto, desumano, criminoso.
Cuidado, malta! Quanto têm receio da nossa força, "eles" não olham a meios. Na nossa história recente (para mim...) os casos República, Rádio Renascença, Embaixada de Espanha, "maioria silenciosa", 11 de Março, estão bem vivos... e muito mal contados.

O martírio dos sábados de manhã.

Fui "lá abaixo" comprar jornais. Automaticamente, tenho de ouvir algumas das entrevistas e outras faladuras que enxameiam os radiofónicos sábados de manhã. Agora mesmo, não consegui escapar àquele ministrozinho que tem ar de bébé chorão (e voz ibidem, embora a voz soe, de vez em quando, com laivos socráticos), de que nunca me lembro do nome. Irrelevante...
Senti, neste regresso aos silêncios caseiros, uma vontade irreprimível: "quando for grande, quero ter, como aquele menino, uma maioria absoluta!".
Se não... "assim não brinco!".

Porque me apetece...



... e porque quero lembrar que o Juventude Ouriense não é só hóquei,
e saudar a presença da Inês Sousa e da Nádia Faria na Taça Latina de Show e Precisão, de patinagem artística, em Madrid.

sexta-feira, março 14, 2008

Mais uma do Ministério da (má) Educação

Recebi o jornal (de) A Voz do Operário, como todos os meses e comecei folheando-o.
Este é um número especial, relativo ao 125º aniversário desta colectividade. Passei páginas, e detive-me na crónica assinada pelo presidente de direcção, Modesto Navarro. O título: Presença notável e uma ausência inaceitável nas Comemorações do 125º Aniversário. Não reproduzo a lista das presença na Sessão Solene, que foi presidida pelo Presidente da Assembleia da República, 2ª figura da hierarquia do Estado, porque seria demasiada extensa (e pesada de significado), mas transcrevo este parágrafo:
"... enviámos três ofícios à Senhora Ministra, a convidá-la para integrar a Comissão de Honra, para que participasse na sessão solene de 13 de Fevereiro e no jantar de 16 de Fevereiro. Nem uma linha recebemos do gabinete do Ministério, a cumprir, ao menos, o que é obrigatório na função pública, ou seja, dizer que tinham recebido as nossas comunicações e que oportunamente iriam responder."
Depois, vem o mais importante, que ultrapassa o devido protocolarmente, para ser verdadeiramente "kafkiano":
"... temos manifestado toda a disponibilidade para que voltem a ser celebrados contratos simples, relativos ao estudo de crianças e jovens de famílias com mais dificuldades financeiras. Representam 72% dos estudantes da Voz, com 50% daquela percentagem nos escalões de rendimentos mais baixos. Foi e é A Voz do Operário, desde 2003, que suporta à cabeça, logo no acto do pagamento, a comparticipação desta instituição e a do Ministério da Educação, sem qualquer aumento para as famílias. A ausência de comparticipações do Ministério representa um prejuízo acumulado de 800.000 euros para A Voz do Operário. Entretanto, não contentes com isso, o Ministério e a Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo insistem na exigência da devolução de 401.582 euros relativos a contratos entre 1995 e 2002, em que A Voz do Operário realizou o trabalho com os alunos e descontou, nas suas mensalidades, desde logo, nos actos de pagamento, o que A Voz assumia e o que o Ministério só iria entregar mais tarde.(...)"
Cada vez mais solidário com a direcção ainda transcrevo o que esta, pelo seu presidente, lembra mais adiante:
"... continuamos a respeitar e a levar à prática o que foram os objectivos desde o início definidos e cumpridos pelos fundadores da nossa casa, que não sabiam ler mas criaram um jornal, em 1879, que aprenderam a construir a sua associação, quatro anos depois, em 1883, num trabalho colectivo e abnegado de afirmação humana, de entrega ao ideal mais digno e estimulante, de contrariar o destino miserável que lhes queriam impor e de transformar a vida para melhor (...)"
terminando deste modo:
"Pelo nosso lado, estamos disponíveis para o diálogo democrático, assim como responderemos a todos os ofícios que o gabinete da Senhora Ministra da Educação venha eventualmente a enviar-nos, em cumprimento dos bons princípios de relacionamento institucional."

Mudanças (e confirmações) de cor!

Os "laranja", de tão "menezes" que andam... azularam-se.
Os "cor de rosa", de tão "socrates", estão mesmo rapidamente a empalidecer.
Os "preto & amarelo", com tantas fotocópias "portas" adentro, não sabem bem de que cor são.
Os "vermelhos", com tantas massas na rua, estão mais vivos, mais vermelhos.
Os "verdes", devagar e sempre, lá vão fazendo pela vida (e pelo ambiente) em verde.
Qual é cor dos outros?... palavra, palavrinha que não sei! Parece-me assim uma mistura...

quinta-feira, março 13, 2008

Quem é que toma posições (sérias!) sobre OGM?

"(...)
Para quem por aqui passar, pelo menos, fica a nota de que o PCP apresentou, além da sua persistente denúncia e combate à acção do Governo e à sua submissão aos interesses do grande capital dos agro-negócios, um Projecto de Lei que proíbe o cultivo de Organismos Geneticamente Modificados em todo o território nacional, abrindo apenas excepções para investigação científica e fins medicinais. No entanto, mesmo para esses efeitos, o diploma do PCP apenas permite o cultivo em ambientes controlados que garantam a não contaminação dos ecossistemas exteriores.
Para os interessados, o Projecto do PCP encontra-se aqui:
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(de um post em imperiobarbaro.blogspot.com)

Lembrança para Rogério Ribeiro. Hoje!

Na segunda metade da década de 80 (do século XX), um grupo de ex-cooperantes em Cabo Verde e amigos animavam uma associação de amizade Portugal-Cabo Verde (AAP-CV). Pareceu-lhes que a melhor maneira de cimentar a amizade entre os dois povos seria contribuir para que o campo de concentração do Tarrafal, a que também estão ligados outros povos das ex-colónias, se tornasse num museu, num memorial, no que melhor se encontrasse para essa finalidade. O que só teria sentido, evidentemente, como sugestão a concretizar pelo Partido então no poder na República de Cabo Verde, o PAICV, com possível ajuda da AAP-CV.


E, aceite a sugestão, essa ajuda começou com uma visita de Rogério Ribeiro a Cabo Verde e ao Tarrafal, de onde trouxe ideias, apontamentos, esboços. Que transformou numa primeira proposta. Que pareceu excelente e de que dois membros da direcção da AAP-CV (a Té e o Zé Santa-Bárbara) fizeram entrega a responsáveis do PAICV, numa sua visita ao País.


Entretanto, houve eleições em Cabo Verde, o PAICV perdeu-as (ou não as ganhou...), o País fez a sua viragem "democrática" à maneira de, a AAP-CV feneceu com o desinteresse (para só isto dizer) da "nova" representação diplomática da República de Cabo Verde em Portugal. E não mais se falou desse projecto.


Hoje, a morte de Rogério Ribeiro veio lembrá-lo.

quarta-feira, março 12, 2008

jogo de palavras (com coisas muito sérias)

1.
à tarde
- Então?... parece que o governo recuou nesta coisa da avaliação dos professores, já não vai ser como diziam...
- Qual quê! Este governo deste PS deste Sócrates não recua, flexibiliza...
- Ou seja?...
- Dá meia volta, dá uns passos em frente mas no sentido contrário... até poder fazer outra vez meia volta e continuar (sempre!) a andar em frente.
.
2.
à noite
- É mesmo verdade que ele, à tarde, disse flexibilizar?
- É... porquê?
- Porque ela, agora à noite, disse simplificar...
.
3.
a qualquer hora
- Não se pode ligar ao que eles dizem...
- 'Tá tudo dito!

terça-feira, março 11, 2008

Um post e uma pergunta de o castendo

Educação: 32 anos de políticas do centrão...

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
* MÁRIO AUGUSTO SOTTOMAYOR LEAL CARDIA
23 de Julho de 1976 a 23 de Janeiro de 1978
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
* MÁRIO AUGUSTO SOTTOMAYOR LEAL CARDIA
23 de Janeiro de 1978 a 29 de Agosto de 1978
* CARLOS ALBERTO LLOYD BRAGA
29 de Agosto de 1978 a 22 de Novembro de 1978
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
* LUÍS FRANCISCO VALENTE DE OLIVEIRA
22 de Novembro de 1978 a 7 de Julho de 1979
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
* LUÍS EUGÉNIO CALDAS VEIGA DA CUNHA
7 de Julho de 1979 a 3 de Janeiro de 1980
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA
* VITOR PEREIRA CRESPO
3 de Janeiro de 1980 a 9 de Janeiro de 1981
* VITOR PEREIRA CRESPO
9 de Janeiro de 1981 a 4 de Setembro de 1981
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DAS UNIVERSIDADES
* VITOR PEREIRA CRESPO
4 de Setembro de 1981 a 12 de Junho de 1982
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
* JOÃO JOSÉ RODILLES FRAÚSTO DA SILVA
12 de Junho de 1982 a 9 de Junho de 1983
* JOSÉ AUGUSTO SEABRA
9 de Junho de 1983 a 15 de Fevereiro de 1985
* JOÃO DE DEUS ROGADO SALVADOR PINHEIRO
15 de Fevereiro de 1985 a 12 de Julho de 1985
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
* JOÃO DE DEUS ROGADO SALVADOR PINHEIRO
6 de Novembro de 1985 a 17 de Agosto de 1987
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
* ROBERTO ARTUR DA LUZ CARNEIRO
17 de Agosto de 1987 a 31 de Outubro de 1991
* DIAMANTINO FREITAS GOMES DURÃO
31 de Outubro de 1991 a 19 de Março de 1992
* ANTÓNIO FERNANDO COUTO DOS SANTOS
19 de Março de 1992 a 7 de Dezembro de 1993
* MARIA MANUELA DIAS FERREIRA LEITE
7 de Dezembro de 1993 a 28 de Outubro de 1995
* EDUARDO CARREGA MARÇAL GRILO
28 de Outubro de 1995 a 25 de Outubro de 1999
* GUILHERME PEREIRA D'OLIVEIRA MARTINS
25 de Outubro de 1999 a 14 de Setembro de 2000
* AUGUSTO ERNESTO SANTOS SILVA
14 de Setembro de 2000 a 3 de Julho de 2001
* JÚLIO DOMINGOS PEDROSA DA LUZ DE JESUS
3 de Julho de 2001 a 6 de Abril de 2002
* JOSÉ DAVID GOMES JUSTINO
6 de Abril de 2002 a 17 de Julho de 2004
* MARIA DO CARMO FÉLIX DA COSTA SEABRA
17 de Julho de 2004 a 12 de Março de 2005
* MARIA DE LURDES REIS RODRIGUES
Desde 12 de Março de 2005

Nove nomes diferentes
Dezanove ministros diferentes
Ministros PSD: 20 anos, 11 meses, 18 dias
Ministros PS: 10 anos, 8 meses, 27 dias



«Isto» não tem nada a ver com os estado actual da educação?
__________________________________________
Obrigado o castendo!, por tão útil "lembrança".
A "minha" resposta (por agora):
Claro que não!, os professores é que têm a culpa toda porque ainda não perceberam...

Rogério Ribeiro

Morreu Rogério Ribeiro. O artista, o homem afável, simpático, o camarada.

Pelas paredes de nossas casas ficam gravuras, serigrafias, numa ou noutra a "sorte" de um original. Mensagens de luta e de beleza. Ou de luta transformada em mensagens de beleza. Ou de beleza para que fossem mensagens de luta, para a luta.


Tanta coisa! E ainda tanta tinha para nos dar... Mas agradeçamos-lhe o que foi e o que dele ficou.

segunda-feira, março 10, 2008

domingo, março 09, 2008

Tudo isto é um susto!... e uma expectativa

Ao ouver os noticiários televisivos, fiquei em susto. E em expectativa.
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Depois da manifestação de ontem, e do que comentou a senhora ministra (da Educação, porque há uma outra de que também se falou a propósito de Anadia), o senhor primeiro ministro foi interpelado. E falou. Teve de falar. Também achou irrelevantes os números porque, para ele, como para ela, o que conta é… a razão. Que, evidentemente, é a de ele e de ela. Porque é A RAZÃO, por ser a de ele e de ela.
Na verdade (deles-ambos-os-dois, se me permitem usar números em apoio), na rua tanto faz que sejam mil, como dez mil, como cem mil, a dizerem as suas razões. Tanto faz, se elas não forem iguais À RAZÃO. Tanto faz. Como tanto faz que tenham vindo, os que vieram, do Seixal e Baixa da Banheira, ou que também tenham vindo de Chaves, e de Vila Real de Santo António, e de Ourém, e de Castelo Branco. Ou de Freixo de Espada à Cinta, ou de Alguidares de Baixo. Tanto faz, porque as razões que os trouxeram a Lisboa não são A RAZÃO, que é a deles e mais de quem os acompanha.
E, se calhar, têm alguma razão. Embora eles – os dois e mais quem – não aceitem que não a tenham toda, e única, e exclusiva. Têm, em contradição consigo próprios, a alguma razão que lhes foi mandatada pelos números que lhes deram maioria absoluta. Que lhes foi dada por muitos e muitos que, agora, têm as suas razões para vir para a rua gritá-las. Contra o mau uso do número de razões que lhes deram para que os representassem. Pode ser assim a democracia representativa que lhes serve de escudo? (e para que, vá lá..., lutaram Álvaro Cunhal e, agora, Mário Nogueira!)
O que é grave é que se pergunta até quando A RAZÃO, esta que dizem ter como sua e única, se pode impor às razões que são não só de dez, de mil, de cem mil. O que é ainda mais grave é que se pergunte como e o que irão fazer, ele e quem o acompanha, para imporem A RAZÃO, seja a dez, a mil, a cem mil, aos que se forem somando. E que não são números.
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Também na televisão, do alto de um cadeirão, Sua Excelência o Presidente da República veio dizer-nos que está a acabar uma reflexão sobre o uso da palavra em público pelo Presidente da República. E que a vai tornar pública. À reflexão. Que está mesmo a acabar.
O Presidente da República, quando o anunciou, estava a usar a palavra em público como Presidente da República, talvez a última vez antes de acabar a sua reflexão sobre o uso da palavra em público.
E se se vier a verificar que não deveria ter feito aquele uso da palavra em público dizendo que estava no termo de uma reflexão sobre o uso da palavra em público pelo Presidente da República? Ou que não deveria, quantas vezes?, ter usado a palavra em público sem, antes, ter acabado a sua reflexão sobre o uso da palavra em público como Presidente da Republico?
Não importa, ou talvez não importe, mas o facto é que, pessoalmente, fiquei na expectativa do que sairá dessa reflexão. Que fará, decerto, o que, em terminologia adaptada, irá servir de jurisprudência para o uso da palavra em público para presidentes de repúblicas.
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Para a Liga de Honra (é assim que se chama?), o Benfica empatou com o Leiria, último classificado. E na Luz. José António Camacho pediu a demissão. Por tão pouco?

Tenha vergonha!

"Tenho vergonha destes pseudo professores que trabalham pouco, ensinam menos, não aceitam avaliações e transformaram-se em soldados do Partido Comunista»
"escarrado" por Emídio Rangel (no Correio da Manhã de 8.3.2007)
______________________________

Este deve ter tido uma pseudo-professora, que o fez trabalhar (muito) pouco, menos (e pior) ainda o ensinou, não o avaliou, e fez dele um soldado raso da provocação.
E, se é o caso (e a responsabilidade...), uma professora das poucas que não vieram (ou que não teriam vindo se viva estivesse) à manifestação de ontem.



o actual Range(l) os dentes

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E, cá por mim, assino como "soldado" do PCP, com todo o respeito e admiração pelos que o não são... e têm vergonha na cara.
(com a "ajuda" do tempodascerejas e samuel-cantigueiro, que agradeço)

Neste domingo, o DN saíu!

Neste domingo, 9 de Março, o Diário de Notícias saíu.

No domingo passado é que parece que não. Eu pelo menos recuso-me a aceitar que seja "do dia" um jornal que, na primeira página, não traz uma foto, uma linha, sobre o acontecimento da véspera que foi ter havido um Partido que encheu a deitar por fora o Rossio, e que faça grande manchete com enorme foto a ilustrar chamada para entrevista e afirmações de um dirigente partidário que tem a obsessão (e o serviço) de tirar espaço a esse Partido. Mas não o conseguirá - nem o tal dirigente, nem o DN - até porque, como se viu, mas o DN não quis contar na 1ª página, esse espaço transborda rossios. Até simulei uma zanga com o simpático vendedor de jornais, dizendo-lhe que me recusava a comprar o jornal da véspera que ele me queria impingir como se fosse "do dia"...

Hoje não. Esta é a capa do jornal "do dia"!

O que parece é que há quem considere irrelevante o que se passou! Como é possível que quem tem tantas responsabilidades diga coisas destas? Só por irresponsabilidade e ininputabilidade.

Pois os irresponsáveis e ininputáveis têm outro sítio para estar que não à frente de ministérios. E logo da educação. Que é urgente que seja boa...

E por onde anda o primeiro ministro? Tirou férias?

"Não é relevante"... disse ela!

Como é possível ter ouvido isto?!

E agora... que diz ele?

sábado, março 08, 2008

Este Nicky!

Segredar. O senhor dr. Nuno Melo, insigne senhor deputado da pátria ditosa, eleito sob as insígnia e sigla do cds/pp, não acredita que os senhores deputados do be e do pcp sejam capazes de respeitar um segredo de estado, porque demasiado tentados a usar informação classificada em proveito político próprio e, presume-se, público. Atendendo ao modo como fulanos do cds/pp se comportaram durante o consulado dos dois governos constitucionais imediatamente anteriores ao actual, recorrendo sobejamente ao tráfico telefónico - conforme documentado e noticiado -, compreende-se a incredulidade do senhor dr. Nuno Melo. Ui, o espectro, ele anda aí. Nicky Florentino.
(em albergue dos danados)
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Esta do espectro!... é assim que começa um célebro Manifesto publicado há 160 anos! A minha admiração por este florentino cresce post a post. Às vezes, tenho pena de não poder (ou melhor: de não dever) transcrevê-los todos, mesmo aqueles com que não concordo...)

Que confusos eles estão a ficar...

O Sr. Santos Silva, que é ministro dos assuntos parlamentares, perdeu a compostura à entrada de uma reunião do seu partido, o dito socialista, em Chaves.
Tão perturbado ficou com a manifestação, e com o que ouviu, que deve ter feito confusão e ter perdido o norte, desapercebendo-se que estava em Chaves. É que aquela "recepção", ALI - em Chaves -, não foi com certeza telecomandada da Soeiro Pereira Gomes.
É ao que leva o autismo... É mesmo par(a)lamentar.

Dia da Mulher

Para a companheira
para as camaradas e para as amigas,
para as trabalhadoras,
para as mulheres,
hoje, 8 de Março de 2008:


… as mulheres não têm razão para se queixarem da Internacional, que elegeu uma delas, a Sra. Lan, para o Conselho Geral... Ironia à parte, o último congresso do American Labour Union representa um grande passo em frente: os trabalhadores dos dois sexos foram tratados num completo pé de igualdade. Em contrapartida, os ingleses e mais ainda os galantes franceses mostraram uma grande estreiteza de espírito. O progresso social mede-se pela posição social do belo sexo (incluindo as feias)…

Karl Marx
(de uma carta a Kugelmann, 12 de Dezembro de1868)

sexta-feira, março 07, 2008

Vamos lá a ver uma coisa

Eu até podia não saber nada do que está em causa. (Embora me tenha informado um bocadinho).
Eu até podia não ser professor. (Mas sou, apesar de reformado).
Eu até podia estar de acordo com muita coisa que se diz fundamentar as "políticas". (E estou... com algumas coisas que se dizem para servir de desculpas esfarrapadas para o que se faz).
Eu até podia achar que os professores devem ser avaliados pelos seus desempenhos. (E acho que todos devemos ser avaliados pelos nossos desempenhos, embora nunca assim, à maneira de programa de televisão, todos uns contra os outros todos).
Eu até podia considerar que esta ministra tem toda a razão. (Mas não considero nada, bem pelo contrário!, e considero que alguma razão que pudesse ter tido a perdeu toda com a sua estratégia de confrontação e intransigência).
Eu até podia estar entre os que apoiam a política que o Exmo. Senhor Engenheiro Sócrates está a levar a cabo. (Evidentemente que não estou, e venho-o dizendo desde o início, porque se viu logo onde ele queria chegar... ou onde há quem queira que ele chegue).
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Agora, mesmo que eu nada soubesse, nada fosse, estivesse de acordo com, achasse que, considerasse que, estivesse entre os, o que eu nunca aceitaria (e espero que ninguém aceite!) é que isto seja tudo feito a "cabo de esquadra" , com este cheiro a enxofre que já conheci em outros tempos.
Por isso... "é preciso avisar toda a malta"!

A "nossa terra" nas bocas do mundo!

Não resisto a reproduzir um comentário num outro blog (o cantigueiro) de um oureense (vá lá que não escreveu ouriense...):
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"Maldezentes".
Eu p'ráqui todo contente com o nome da nha terra nos jornais, televisão e rádio, e sem ser por umas malfeitorias do sr. perzidente da cambra e bocês a mandarem vir..."

Insisto...

Porque o caso o justifica. Infelizmente!
Com a devida vénia, transcrevo de o castelo:

março 7, 2008
no reino da dinamarca
Também na tarde de hoje, dois agentes da PSP da esquadra de Ourém deslocaram-se a duas escolas da cidade para saber quantos professores iam participar na manifestação de sábado, em Lisboa. O Comando Distrital da PSP de Santarém assegura desconhecer a situação.
O adjunto do comandante da esquadra de Ourém, Basílio Duarte, pediu para transmitir ao PÚBLICO que os agentes se limitaram a “cumprir uma solicitação do Comando de Santarém”, a que a esquadra pertence. Contudo, o oficial de Relações Públicas do Comando Distrital da PSP de Santarém, Jorge Soares, desmente ter sido dada qualquer ordem nesse sentido. “Até parece que estou no 23 de Abril de 1974. Não passaria pela cabeça de ninguém com bom senso dar esse tipo de orientação ou diligência. Acho muito estranho que isso tenha acontecido. Este tipo de atitude não é admissível num estado de direito”, afirma Jorge Soares.
notícia completa no público.
Publicado por pfig em 8:28 AM

quinta-feira, março 06, 2008

Confirmação no Público

Acabo de ler o público digital e a indignação cresce.
Ao mesmo tempo que não consigo aceitar que, havendo quem não concorde, com toda a legitimidade, com manifestações por não as entender como formas de resolver problemas, e até esteja, também legitimamente, do lado de (algumas) das posições da "senhora ministra", não veja que coartar ou intimidar quem está na disposição de manifestar, como bem entende e democraticamente, o seu desacordo é um gravíssimo atentado à democracia! É fascizante. As palavras têm de ser ditas.

Ourém falada na RTP1

O telejornal da RTP1 de há pouco acaba de informar que, cumprindo ordens da sua Direcção Nacional, agentes da PSP visitaram, entre outras, escolas de Ourém para saber quantos professores destas escolas participariam, no próximo sábado, na manifestação que se realizará em Lisboa.
Não, decerto, para melhor organizarem o trânsito na(s) cidade(s), no sábado de manhã; não, decerto, para reforçarem o serviço de vigilância de casas que ficarão eventualmente vazias.
Porquê Ourém? Por amostragem? Por ser estranho também de escolas de Ourém haja quem queira juntar-se a um protesto? Por se avaliar ser mais fácil, através de formas subtis de intimidação, desmobilizar em Ourém do que em Avis, Seixal ou Marinha Grande?
Isto já não é falta de vergonha ou despudor, é verdadeiramente uma ameaça a juntar a outras!
Quem já viveu muito não pode deixar de lembrar um "ambiente" no ar que nos querem fazer respirar, de reconhecer algumas práticas que a derrota do fascismo faria crer que não voltariam.
O que está em causa é muito mais que esta obsessão de nos pôr a avaliar uns aos outros, a olharmo-nos como rivais, concorrentes, inimigos, a vivermos vazios de solidariedade para com o vizinho, de confiança nos próximos, de entre-ajuda no trabalho.
Há que acabar com a distracção, com a falta de vigilância, com o laxismo que nos trouxe até este ponto tão baixo, tão anti-democrático, tão desumano.

Parabéns e Para Bem



Com as devidas vénias (e abraços de camaradagem) ao Cravo de Abril e ao Canhotices

Visto de longe (de Florença?)

Blank state. Na pátria ditosa, parece que os gentios estão sobressaltados, anda muito povo largado na rua. É mau sinal. Tem chovido pouco. As leiras estão a começar a ficar secas. A novidade vai ser afectada. Nicky Florentino.
(em albergue dos danados)
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ai estão, estão... os gentios sobressaltados!,
ai anda, anda... muito povo largado na rua!
Para quando as primicias?

quarta-feira, março 05, 2008

A propósito de certidões de óbito mal passadas

No domingo, na reunião do CC que se seguiu à marcha qur desaguou e fez cheia no Rossio, comecei uma intervenção referindo o programa prós e contras que começara aquela semana que assim terminava em beleza. E com que beleza!
Disse, mais ou menos, "assisti ao programa (o que raro acontece) e ganhei, para a minha militância, a lição de um debate que não foi um ping-pong entre a ministra, intérprete de uma política, e um comunista, sindicalista de classe. E não o foi porque foi muito mais que isso..." E por aí fora.
Logo na noite seguinte, ao voltar a casa de uma reunião, acendi a televisão, vi de que tratava o prós e contras, que estava no fim, e li ainda um bocado, com olhares de soslaio para o televisor a que tirara o som.
Mas fiquei a pensar no raio da descarada escolha do mesmo tema para dois programas seguidos e o segundo claramente com a finalidade de amortecer a situação, de vir em socorro de quem já se afundou, de seguir conselheirais recomendações do PR.
Se a semana que passou foi... muito interessante, esta está a dar-lhe boa continuidade, com alguma desorientação em certas hostes, que estrebucham e, mais uma vez, temos aquele programa de televisão a abrir e um sábado de manifestação a fechar.
Vamos a ver... mas, ou eu me engamo muito (o que acontece, o que acontece) ou há por aí umas certidões de óbito que estavam passadas com nomes errados, e que vão ter de ser corrigidas para se juntarem a outras que já o foram nas áreas da saúde e da cultura....

terça-feira, março 04, 2008

O grau zero

Sábado, porque foi O sábado, houve "aquela coisa"...
Antes, face à oposição que alastrava contra as políticas de saúde e de cultura, o primeiro ministro decidiu mudar de ministros-executores para ver se conseguia continuar as mesmas políticas com menos sobressaltos.
Esta semana, na luta dos professores contra o que a ministra e o governo lhes quer impor, sucedem-se as formas de expressar a indignação, e as manifestações culminarão com uma "outra coisa" para o dia 8 de Março.
O PS, a assobiar para o ar, adia para 15 de Março o comício que veio dizer ter convocado para 8 de Março, no Porto.
Mas há um ministro que afirma que é ele-PS, que é ele-governo, quem marca a sua "agenda política" e que "não vai a reboque" nem de ninguém nem de nada.
Confesso ter chegado ao grau zero da literacia do "politiquês". Ou será que foram outros que chegaram ao nível máximo - de saturação... - do autismo e da desvergonha?

domingo, março 02, 2008

Ontem... foi O sábado!

Ontem foi o sábado em que nós e quem se juntou a nós dissemos o que vimos dizendo há anos mas, ontem, nas ruas, com mais vozes e mais alto do que poderiam esperar os mais optimistas.
Foi uma festa na tarde de sol e calor. Foi uma tarde nas ruas de Lisboa e no Rossio como se na tarde, nas ruas, no Rossio - um Rossio a transbordar de gente e bandeiras vermelhas como nunca - coubessem os 3 dias da Festa do Avante!

sábado, março 01, 2008

Porque hoje é sábado...

... o Vinicius também ajuda à festa:

Há um renovar-se de esperanças
porque hoje é sábado

Há uma tensão inusitada
porque hoje é sábado

Há uma comemoração fantástica
porque hoje é sábado

Todos os namorados estão de mãos entrelaçados
porque hoje é sábado
(e muitas mãos livres vão levantar um cartão vermelho)

Há uma perspectiva de domingo
porque hoje é sábado