Recebi hoje uma carta. De remetente que desconhecia (Be Water), e que me dava conta de que a partir de 16 de Dezembro de 2013 tenho um débito de 8,89 euros, que me será descontado directamente da minha conta bancária. De quê? De facturação do período de 2013-10-16 a 2013-11-20 relativa a consumo de água (receita Be Water, dizem eles...) mais Tar Disponibilidade (também de receita deles...) mais RSU (receita CMO, isto é, Câmara Municipal de Ourém) mais TRH (Receita do Estado, continuam eles a informar-me) mais IVA (que não dizem mas todos sabemos muito bem o que é!).
Ou seja, 2,28 euros de consumo de água mais alcavalas que somam 6,61 euros (74,4% do total, e quase 3 vezes o que de água teria consumido), sem estar ligado a saneamento básico nem nada dessas coisas! Mas não é isso que intriga e aqui me traz.
Que é essa tal Be Water que me cobra, e que passa a ter acesso a um débito directo que a outros autorizei mas a ela não (disso tenho a certeza)?
Há muitos anos, quando aqui à aldeia chegou a água canalizada, terei feito um contrato com os serviços municipalizados da tal CMO para ser fornecido de água, enquanto utente de um serviço público. Passado algum tempo, andava eu por longe, esse serviço passou a ser-me prestado por uma Compagnie Génèrale des Eaux que, ao que parece, teria feito, nas minhas costas, um negócio com os "senhores da Câmara". Não gostei, mas calei.
Depois, decorrido algum tempo, passou a ser a Veolia que tomou o lugar da Compagnie des Eaux, e agora aparece esta coisa da Be Water, sem me dizerem água vai!?...
("somos a sua água"?, ah!, são?... obrigadinho pela informação!, iá podiam ter dito...)
Isto é possível? Parece que sim!
Assim querem que siga a dança. E nós deixamos?
Claro (como água...) que são os mercados quem mais ordena, e tudo isto são jogos de bolsa e especulação.
Mas só quero afirmar que as águas estão cada vez mais turvas. E que não são só as águas!
A propósito, por este caminho o serviço público dos correios (CTT queria dizer Correios, telégrafo e telefone, e era serviço público) vai ser-me prestado por qualquer empresa de designação inglesa, alemã, chinesa ou japonesa, cotada em bolsa e... coitados de nós porque o que passa a contar (com desconto nas nossas contas bancárias "mixurucas") são as variações dessas cotações e jamais os direitos e as necessidades enquanto cidadãos e utentes de um serviço público.
Vamos deixar?
3 comentários:
Que fazer?Nao se fazem revolucoes,por vias pacîficas.Em nome da democraCIA,somos confrontados com factos consumados,que sao verdadeiros atentados ä democracia.Estamos a regredir tanto,que
qualquer dia,poderâ ser o dia em que o povo acordarâ!
Um beijo
"Somos a água"? Mas quem deu autorização?
A água, esse bem precioso, é do POVO.
Até quando suportaremos estas infâmias?
Um beijo.
A Compagnie Génèrale des Eaux é, agora com outro apelido, um oceano de corrupção. Os franceses estão a tentar livrar-se desse polvo.
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