10.12.2013
A passagem pelo prós
e contra de ontem deu-me que pensar (durante o sono...).
&-----&-----&
Ou melhor: sintetizou
algumas reflexões que por aqui circulam.
&-----&-----&
Estes fulanos (aqueles
da “direita” que não se limitam ao pragmatismo aproveitador de curtíssimo
prazo) andam um tanto para o perdidos.
&-----&-----&
Alguns mesmo para o
desesperados.
&-----&-----&
O liberalismo já deu o que tinha a dar, e não oferece
quaisquer perspectivas para o futuro, enquanto persiste na mesma senda.
&-----&-----&
E “eles” estão
enrolados em dicotomias, assim como quem quer ver como caminhar e esbarra contra paredes
laterais quando o caminho é em frente.
&-----&-----&
Ontem, predominava (ou
predominou enquanto ouvi... de passagem) a dicotomia economia-política,
mas já teria havido (como tem havido) a Estado-privado, individuo-colectivo e outras.
&-----&-----&
O que se verifica é a
incapacidade de passarem o tempo pré-hegeliano, a marcarem passo à porta da
dialéctica na abordagem Marx e pós-Marx-mas-marxista.
&-----&-----&
Trata-se, quanto a mim,
da evidência da ideologia de classe e das suas inevitáveis limitações por impossível
superação das contradições.
&-----&-----&
O que me parece
interessante (?) é o recurso bombeiral ao Francisco que é papa.
&-----&-----&
Valha-lhes ele (que “eles”
porão com maiúscula: Ele, o Papa).
&-----&-----&
Recurso com alguma
diversidade de interpretações e o cuidado, em quase todos, de não deixarem que se escorregue
para a excessiva condenação do capitalismo, que poderia fazer vislumbrar
coincidências com “leituras” marxistas.
&-----&-----&
Como a realidade vai
(re)impondo.
&-----&-----&
E lá têm de vir as advertências
securitárias e o alerta para o espectro do espectro referido em 1848, no Manifesto.
&-----&-----&
Mas… apetece perguntar,
já quantas vezes a igreja católica, via papal, desempenhou esta tarefa?
&-----&-----&
Quantas encíclicas –
desde a Rerum Novarum, de 1891, espécie de manifesto-contra-O Manifesto com versões periódicas e recauchutadas – e quantas
exortações?
&-----&-----&
Que não serão mais do
que aproveitadas bóias de salvação para, em nome do social-caritativo, vir em
socorro do naufrágio anunciado de um sistema de exploração que não encontra
saída sem esse recurso.
&-----&-----&
É, enfim!, a luta de classes, com o apoio institucional de quem se coloca na posição de não tomar
posição, de pretender a aparência de pairar acima das coisas terrenas, com fornecimento
de bancos alimentares e exortações analgésicas que tornem suportável o insuportável.
&-----&-----&
Mais uma dicotomia... e o
inferno das boas intenções!
&-----&-----&
E, já agora, achei
curiosa a precisão de um dos interlocutores naquele fórum com o seu
preciosismo dos 97% (não 96% nem 98%...) dos crentes que existem no mundo todo e
o seu correspondente (e patético) apelo a um concílio ecuménico globalizado!
&-----&-----&
“Crentes de todo o
mundo, uni-vos!”
3 comentários:
As encíclicas "Rerum Novarum" e "Quadragesimo anno" foram a base ideológica para o corporativismo nazi-fascista.
Quando começam a agarrar-se à "doutrina social da igreja"… é porque a coisa já vai muito mal… e a mulher de césar descobre, aflita, a urgência de parecer séria!!! :-)
Não vi o Programa, mas imagino-o. Acho que,de facto,o capitalismo vai mal pois até precisou de recorrer à Igreja pondo lá um Papa argentino(América Latina, donde começa a surgir alguma luz)que é perito na tentativa de manter as ovelhas no seu redil.
Um beijo.
Enviar um comentário