Começou-se pela palavra cidadão.
A que veio logo a seguir, ao correr da escrita, foi eleitor.
Decerto porque muito se usa a dupla cidadão eleitor (como se fosse uma redundância) para escorar uma noção redutora de democracia, que limita a cidadania política à escolha, periódica, de concidadãos para desempenho de tarefas cidadãs, que têm de ser delegadas em alguns, pois não podem ser feitas por todos à uma e com fé em deus.
Em Portugal, escolhem-se os cidadãos que deverão cumprir mandatos nas freguesias, nos municípios, na Assembleia da República, como Presidente da República, no Parlamento Europeu, a partir de candidaturas com que uns cidadãos se apresentam, com programas, aos eleitores, para funções executivas e deliberativas do Estado. Cujas são acompanhadas pelo orgão de soberania Tribunais, com a missão de fazer respeitar as leis do Estado, antes de todas a lei constitucional.
E assim é porque desta forma está organizado o Estado, o poder político (Parte III da Constituição), "que pertence ao povo (aos cidadãos qualquer a definição) e é exercido nos termos da Constituição" (art. 111º).
Mas muito grave seria se essa identificação de cidadão com eleitor levasse o seu sentido redutor até tornar a cidadania exclusivamente a capacidade eleitoral (também com regras), necessária mas de modo algum suficiente, nem tão-só como cidadania política. O que redundaria (como acontece) na criação de dois tipos de cidadãos - os eleitores e os eleitos, os "políticos" - e em crescente desinteresse dos primeiros porque os segundos "seriam todos iguais", privilegiados, "agarrados ao poder", não cumprindo o que se comprometeram para ganhar eleitores e eleições.
Mas este "post" é só uma passagem, que quer relevar a importância fundamental do voto como expressão do direito dos cidadãos a escolherem quem os represente, em determinadas funções (do Estado), certos lugares e temporários mandatos e, até, com limites temporais.
A outras palavras com sentido chegaremos. A seguir será utente. Deixando correr a escrita, sem pretensões de estar a "dar aulas" (até porque não é matéria de minha especialidade... a não ser como cidadão). Apenas reflectindo, em voz baixa e dedos sobre as teclas. .
2 comentários:
Espero bem,que essas tuas aulas mexam e remexam essas cabecinhas....
estou certa, que algumas delas já se questionam,pelo menos naquela ideia,será que devo ir votar ou ficar em casa...comodamente no sofá como nada tivessem com isso!
Bom trabalho,tens feito ao longo da tua vida,e vais continuar a fazer!
Concordo plenamente com a Isabel aqui ao lado :-)))))))))))))))))))))
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