Estou a acabar de assistir à tomada de posse do XXI governo de Portugal em democracia constitucional, no Palácio da Ajuda. É a transmissão televisiva de uma cerimónia de pompa e circunstância que esconde a verdade das coisas, das relações entre os seres humanos, o lado hipócrita da actividade tão nobre que é (deveria se) a política.
Agora, será o tempo de escalpelizar, ou autopsiar, os discursos de Cavaco e de António Costa, o que foi dito por detrás do que dito foi. Se me vier aos dedos, não deixarei de o fazer, como cidadão empenhado que sou. Mas, por agora, o que me veio à ideia (e aos dedos que procuram...) foi o 25 de Abril de há um quarto de século em que participei em cerimónia parecida com esta, em que fiz parte, bem constrangido, deste desfile de cumprimentos protocolares em que, orgulhoso do meu cravo vermelho, tive de apertar a mão a um primeiro-ministro alérgico a cravos.
E, antes disso, registar o começo formal de um novo troço de caminho, que começa depois desta tomada de posse de hoje, numa situação que foi provocada por umas eleições. E que (não se esqueça!) tudo se iniciou com uma declaração de Jerónimo de Sousa que disse "o PS só não será governo se não quiser!" bem diferente das palavras do actual primeiro ministro, que cumprimentavam o "vencedor" e que afirmavam que o PS não iria fazer oposição negativa.
2 comentários:
Agora,virão tempos de discursos carregados de ódio!Bjo
Olha lá, quem é aquele sujeito a apertar a mão ao Sérgio Ribeiro???????
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