segunda-feira, janeiro 16, 2017

Desigualdade, desigualdades, causas e consequências

Não. Não leio tudo... mas leio mais que o avante! (mas leio o avante!, sim senhor... e far-me-ia imensa falta se o não lesse!). Só assim me informo... e quero ser um cidadão inFormado.
Se me irrito com NSantos (e fico triste... não desiludido - atenção! - porque, para isso, teria de me ter iludido), porque desinforma (!), já me sinto compensado por, no mesmo caderno Economia, na pág. 39, Paul De Grauwe (professor da Universidade de Lovaina) me informar que morreu Atkinson, tecer interessantes considerações sobre o "regresso do estudo da desigualdade nas economias desenvolvidas", e afirmar que a Atkinson se deveria tal mérito.

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Logo me convoca, tal abordagem e sua exposição, a dizer duas coisas primeiras (e primárias?):
  • que, sem tirar o valor do contributo de Atkinson para esse regresso à problemática das desigualdades, tal "regresso" resulta sobretudo da realidade se impor, impedindo que seja ignorada (que se varra para debaixo da carpete dos cada vez mais ricos a multidão dos cada vez mais pobres);
  • que esse "regresso" seja detectado por uma elite bem comportada de estudiosos  da realidade que adoptaram a postura de avestruz ao meter a cabeça na areia ao rejeitarem "a predição marxista de que o capitalismo levaria a uma crescente desigualdade" (diz Paul De Grauwe, que assim se confessa... mas não se alarga em penitência!)
Há, na verdade teorias e curvas muito curiosas, alimentando ilusões explicativas sobre a realidade, que esta vai desmentindo. Mas logo novas descobertas se fazem e empolam numa escalada pseudo teórico-explicativa que, para combater (ou escamotear) os efeitos, escamoteia o fundamental, as causas.
E por aqui me fico, em aponta mente, com o sempre adiado mergulho na consideração do conceito de pobreza/pauperização enunciado em 1848, em há que aprofundar as necessidades e a diferença entre ser pobre (e desigual) há 170 anos, sem automóvel nem telemóvel, e ser pobre hoje, com tudo que o trabalho trouxe para o viver em sociedade. Mas em que as causas das desigualdades são as mesmas, e estão nas relações e na correlação de forças sociais!

1 comentário:

Olinda disse...

Apontamentos,que me fazem reflectir!Bjo