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domingo, março 08, 2020

8 de Março, sempre e porquê

Neste dia, também neste dia há tanto para recordar! 
De novo recorro ao primeiro anónimo do séc. XXI publicado na data, em 2006. Há 14 anos.
E a uma lembrança de sempre, a da primeira mulher, a mãe.









domingo, março 10, 2019

Manifestações, aniversários - Equívocos, fracturas e facturas


Em 1969, no ano da mudança no fascismo para o fascismo continuar (e a guerra colonial), a resistência – a clandestina e a outra – também continuaram. Foi um ano, entre a queda da cadeira e a morte de Salazar, de equívocos e de reforço da luta contra equívocos.
Nas muitas formas de luta, ganhou força a do esclarecimento e mobilização das massas. A condição das mulheres foi causa e motivo. A criação do Movimento Democrático das Mulheres é marco indelével desse reforço. Unitário! Não como começo de algo novo, mas como continuidade e adequada forma.
Passados 50 anos, com tanto trabalho feito neste meio século!, para este ano o MDM organizou uma manifestação nacional para 9 de Março, para que convidou as mulheres de todo o País a participar, e foi criando condições para que fosse “um momento de luta e de celebração para dar voz aos problemas mais sentidos pelas mulheres”.
Conseguiu-o! Inteiramente.
Entretanto, de diversas origens, beneficiando das “redes sociais” e de um inusitado apoio da comunicação massificada, e cavalgando oportunistamente circunstâncias especiais (e nalguns casos com despudorados objectivos de ano de eleições) foi convocada para 8 de Março uma outra manifestação. Teve todos os apoios e foi o que foi… embora outra tivesse sido a imagem.
Sobre a Manifestação Nacional de Mulheres – Igualdade na Vida-o combate do nosso tempo! –  foi dada escassa notícia e envergonhada imagem.
Permito-me facultar à comunicação social a imagem, tirada por telemóvel, inabilmente manejado, de um dos muitos momentos da manifestação que me emocionou.

Outro equívoco neste descarado (mas difícil de denunciar!) aproveitamento de verdadeiros problemas da sociedade que nos calhou viver, e transformá-los em causas fracturantes (que fracturem… e facturem votos!), está no assinalar de dois aniversários:
  •        o do 20º aniversário do Bloco de Esquerda
  •        o dos 98 anos do PCP, em que se inclui quase meio século de luta (clandestina) contra a ditadura.

Malhas que o imperialismo tece numa luta de classes que só a luta contínua (com as massas) pode destecer.

quinta-feira, março 07, 2019

Hoje, amanhã (8 DE MARÇO!) e depois de amanhã


Sou de outro tempo. Sou do tempo dos partos sem assistência médica (ou qualquer outra) entre a cava da vinha e a apanha da azeitona, sou do tempo das viúvas de vivos (emigrantes “de salto”) – excelente o título do livro de Joaquim Lagoeiro –, sou do tempo de antes de Maio de 1968 e sua mitologia libertadora.

Por acaso de circunstâncias, sou também deste tempo de hoje. Sou deste tempo de juízes criadores de “causas fracturantes”, de sentenças ou despachos (de libertação ou de dispensa de pulseira para criminosos) auto-denunciadores de mentalidade de outros tempos... ou sem tempo, ultra-reaccionária.
Sou do tempo que medeia estes dois tempos. Sou, também de todos os entre-tempos, sempre atento e procurando intervir nesta área da condição das mulheres na sociedade do seu (e nosso!) tempo.

Por isso, estive na criação (em 1968) do Movimento Democrático das Mulheres, e suas primeiras iniciativas, por isso fui membro (e relator) da comissão das mulheres no Parlamento Europeu. Por isso, me congratulei de a violência doméstica ter passado, por lei, a ser considerada crime público.
Por isso, hoje se assinala, aqui, este dia.

Por isso, estarei na manifestação de 9 de Março de 2019.

Mas, atenção, não a partir de uma mobilização momentânea e mediática contra um expiatório juiz (e suas posições), que não mais é que o infeliz reflexo de uma mentalidade resquício não despiciendo do tempo que ainda vivemos. 
Lembrarei o 8 de Março e estarei nessa manifestação (e noutros actos) enquanto luta por uma outra sociedade, de que expurguem as desumanas sequelas de séculos que foram e antecederam o século que nos calhou viver (parte do XXº e este XXIº) e os que virão. 

quinta-feira, março 29, 2018

Eleições de que não se fala... ou de que se fala noutra "língua"-3


de Granma:

As mulheres no Parlamento...
(de Cuba!)

Enquanto a presença de mulheres nos orgãos deliberativo de muitos países diminuiu, o Parlamento cubano, com 53,22%, ocupa o segundo lugar no mundo no que respeita a participação feminina.

Quando, em 1993, Fidel analisava a composição da Assembleia Nacional do Poder Popular (ANPP) e a participação de um número crescente de diplomas universitários, de negros e de mestiços e de mulheres... tirava a conclusão de que esse facto testemunhava "o avanço gigantesco do nosso povo no decurso da Revolução" e representava também "a maneira como a desigualdade e a discriminação tinham desaparecido no nosso país".
Desde então, cada um desses sectores viu aumentar o números de lugares no Parlamento, não com o simples fim de respeitar quotas de representação, mas resultado do valor e da formação dos candidatos que, com as suas características, foram eleitos pelo povo.
Nos 605 deputados eleitos a 11 de Março 53,22% são mulheres, o que faz do Parlamento cubano o segundo do mundo tendo a maior participação feminina, só ultrapassada pelo Ruanda com 61,3%.
Em contrapartida, o panorama internacional não é tão encorajante, se se considerarem os dados recentemente publicados pela União interparlamentar (UIP), organismo que agrupa os orgãos legislativos de 178 países. Segundo as suas estatísticas, a participação das mulheres estagnou entre 2016 e 2017, apenas aumentando 0,1%.
É certo que no ano passado, os lugares ocupados pelas mulheres a nível mundial atingiram 23,4% enquanto tiveram uma taxa de participação record, além de terem obtido mais lugares que nos períodos precedentes, com 27,1%. Mas o saldo entre entradas e saídas de mulheres não foi positivo e impediu que haja mais mulheres parlamentares em exercício de longo prazo.
O continente americano, por exemplo, registou um aumento de 0,3% da representação parlamentar feminina em 2017, se bem que as mulheres ocupem 28,4% dos lugares. A Argentina (38,1%), o Ecuador (38%) e o Chile (22,6%) apresentam os melhores indicadores. Há que assinalar que desde 2013, o Parlamento cubano, na sua 8ª legislatura, cujo mandato termina em Abril, teve uma representação feminina de 48,86%.
Actualmente, a caminhada emancipadora da mulher cubana, além de a ter tornado maioritária na Assembleia nacional, tem ainda contas a regular em termos de equidade e de autonomia, e há ainda que acabar com velhos preconceitos.
Mas ninguém pode pôr em dúvida esta certeza de Fidel que "ao longo destes anos difíceis, não houve qualquer tarefa económica, social e política, não houve sucesso científico, cultural e desportivo, não houve contribuição para a defesa do nosso povo e da soberania da nossa Pátria que não tivesse contado com a presença invariavelmente entusiasta e patriótica da mulher cubana".
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 SUR LES 322 FEMMES DÉPUTÉS


55,59 % sont des déléguées de base
87,5 % ont un niveau d’études supérieures
13, 66 % sont âgées entre 18 et 35 ans. La moyenne d’âge des femmes députés, de même que celle de l’ensemble du Parlement, est de 49 ans, alors que la plus jeune d’entre elles a 19 ans
24,5 % (79) appartiennent aux organes du Pouvoir populaire : 37 sont présidentes d’un Conseil populaire, c’est-à-dire qu’elles sont en relation directe avec le peuple
51,8 % sont des Noires et des métisses
6,8 % sont dirigeantes d’une organisation de masse et 5,2 % d’une organisation politique
15,8 % ont un emploi dans la production et les services
3,10 % appartiennent au secteur paysan et coopératif
17,7 % travaillent dans les secteurs de la santé et de l’éducation.
3,72 % se consacrent à la recherche.


sexta-feira, novembro 24, 2017

Para o quase-diário - um 25 de Novembro, o de 1967

Seria para o quase-diário, que durante anos escrevinhei, não estivesse ele "em estaleiro"... Por isso, vem para aqui o que se me impõe registar.
Acabávamos de almoçar quando a vizinho que, por dias combinados, nos vem ajudar em lides caseiras entrou, e depois das saudações, me perguntou se eu me lembrava das cheias de há 50 anos, de que ouvira coisas na televisão e mal se lembrava tão pequena era mas, de que guardava uma recordação.
O que ela veio trazer-me!!!
Andava há uns dias com esse dia na memória a aguardar espaço (ou tempo) para a ele voltar, por efeito de mails (do Jorge Vasconcelos, por exemplo) e outros sinais, mas a vizinha Rosa, com o seu questionar, despoletou tudo, isto é, fez arranjar tempo (ou espaço) para recuar 50 anos.
Nesse dia 25 de Novembro de 1967, a Estampa organizara um colóquio para, com os depoimentos nele gravados e segundo a coordenação e apresentação de Urbano Tavares Rodrigues, vir a editar o 2º volume de uma nova colecção - Polémica - que lançara.
O tema proposto foi A Condição da Mulher Portuguesa e a editora (e o coordenador) incluíra-me entre os depoentes, como economista a parceirar com uma socióloga (Isabel Martins, mais tarde também escritora conhecida como Isabel Barreno), quatro escritores (Isabel da Nóbrega, Augusto Abelaira, Natália Nunes e Agustina Bessa Luís) e uma jurista (Maria da Conceição Homem de Gouveia).
O colóquio realizou-se no fim da tarde. E chovia!
No meu depoimento, comecei com o lamento/justificação por, com tais interlocutores, ter de me atribuir a tarefa de "(...) apresentar os áridos números, (e) sei que isso me pode tornar no desinteressante estragador de troca de impressões vivas, sobre temas vivos.(...)".
E chovia lá fora!
Depois de prologar a introdução/lamento, disse:
"(...) Mas vamos às tarefas auto-atribuídas. Lá fora, aqui ao lado, há frio, há fome, há quem apanhe chuva.(...)".
Era o dia 25 de Novembro de 1967. De há 50 anos. Só horas depois se teve a clara consciência da tragédia que, estes anos passados, se assinala, particularmente com a justa lembrança (vivida por alguns de nós) da solidariedade dos jovens estudantes universitários e do Partido Comunista, então na dura e violenta clandestinidade, mobilizada para minorar a tragédia sofrida pelos de "ali ao lado"!

A propósito, ao folhear o livro, deparei-me com este trecho do depoimento de Isabel Barreno:
«(...) Um dia, a assistente social foi visitar a oficina, viu as mulheres trabalhando ao torno, e, conversando com o contramestre, mostrou-se muito satisfeita com a promoção daquelas mulheres, "e elas agora ganham o salário de um torneiro não é verdade?"; o contramestre disfarçou, mostrou-se pouco à vontade, "bom, por enquanto não, por enquanto são aprendizes"; a assistente social insistiu, "sim, mas depois vão ganhar o mesmo que os outros torneiros, não é?", e o homem então resolveu entrar a direito no assunto: "oh minha senhora, não diga isso, parece mal, as mulheres a ganharem o mesmo que os homens, até parece comunismo".(...)».
Ah!, pois parece...

terça-feira, novembro 14, 2017

Políticas de urbanização e discriminação


 de:
As políticas urbanas enfrentam
as desigualdades 
entre homens e mulheres


As políticas de urbanização beneficiam maioritariamente os homens. Associativos e universitários militam por uma melhor consideração das mulheres no espaço público.

As políticas de urbanização sustentam as desigualdades entre mulheres e homens. Uma lógica que é possível mudar. Laura Perez Castano, conselheira municipal em Barcelona e presidente de  bate-se por uma abordagem género nas políticas da cidade. Ela intervirá na conferência internacional e inter-disciplinar dedicada à coprodução de políticas de seguran-ça urbana organizada pelo Forum Europeu pela segurança urbana (Efus), que se realizará de 15 a 17 de Novembro.

sexta-feira, novembro 10, 2017

Ponto e contraponto - a discriminação da mulher e o 7 de Novembro

6ª "dose"
caixas de fósforos no 60º aniversário



PONTO

 - Edição Nº2293  -  9-11-2017
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Mulheres trabalham dois meses gratuitamente

DESIGUALDADE As persistentes disparidades salariais entre homens e mulheres levam a que as mulheres trabalhem os últimos dois meses do ano gratuitamente.

Por ocasião do Dia Europeu pela Igualdade Salarial, a Comissão Europeia publicou, dia 31 de Outubro um relatório que descreve os diferentes focos de desigualdade que continuam a penalizar as mulheres nos 28 estados-membros.
Em média, a diferença no valor/hora entre homens e mulheres atinge os 16,3 por cento, a desfavor destas. Daqui resulta que as mulheres trabalham 59 dias por ano sem remuneração.
Segundo o relatório, o fosso salarial é mais reduzido na Itália e no Luxemburgo (ambos com 5,5%) e Roménia (5,8%); e mais elevado na Dinamarca (22%), na República Checa (22,5%) e na Estónia (26,9%). Em Portugal a diferença é 17,8 por cento, acima da média europeia, segundo os dados do documento, relativos a 2014.
Em relação a 2006, as diferenças salariais na UE apenas se reduziram 1,4 pontos percentuais, isto apesar de ser cada vez maior o número de mulheres com formação superior (33% contra 29% em 2006).
Porém, as discriminações não se verificam apenas a nível remuneratório. As mulheres tendem a trabalhar em sectores com baixos salários, têm menos promoções e estão sub-representadas nos cargos de gestão e direcção, estimando-se que apenas seis por cento dos cargos de direcção estejam ocupados por mulheres.
A Comissão Europeia constata ainda que «as mulheres tomam a seu cargo importantes tarefas não remuneradas, como o trabalho doméstico, o cuidado de crianças ou de familiares, em muito maior medida do que os homens».
De facto, os dados indicam que «os homens dedicam em média nove horas por semana na prestação de cuidados não remunerados e na realização de tarefas domésticas, enquanto as mulheres destinam 22 horas às referidas actividades, ou seja, perto de quatro horas diárias».
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CONTRAPONTO
de
UMA GRANDE INICIATIVA (texto de Lenine, de Junho de 1919!)
(…)
Todos devemos reconhecer que a cada passo, em toda a parte, e também nas nossas fileiras, se revelam vestígios da abordagem charlatanesca, intelectual burguesa, da questão da revolução. A nossa imprensa, por exemplo, não luta o suficiente contra estes restos putrefactos do apodrecido passado democrático-burguês e apoia pouco os rebentos simples, modestos, quotidianos, mas vivos, do verdadeiro comunismo.
Tomemos a situação da mulher. Nenhum partido democrático do mundo, em nenhuma das repúblicas burguesas mais avançadas, faz, neste aspecto, em dezenas de anos, nem a centésima parte daquilo que nós fizemos no primeiro ano do nosso poder. Não deixamos, no sentido literal da palavra, pedra sobre pedra das infames leis da desigualdade de direitos da mulher, das restrições ao divórcio, das ignóbeis formalidades que o rodeiam, sobre o não reconhecimento dos filhos naturais, a investigação da paternidade, etc. - leis de que subsistem em todos os países civilizados numerosos vestígios, para vergonha da burguesia e do capitalismo. Temos mil vezes razão para nos sentirmos orgulhosos do que fizemos neste domínio. Mas quanto mais limpamos o terreno da cangalhada de velhas leis e instituições burguesas, tanto mais claro se tornou para nós que isto foi apenas a limpeza do terreno para a construção, mas ainda não a própria construção.
A mulher continua a ser escrava do lar, apesar de todas as leis libertadoras, porque está oprimida, sufocada, embrutecida, humilhada pelos   pequenos trabalhos  domésticos, que a amarram à cozinha e aos filhos, que malbaratam a sua actividade num trabalho improdutivo, mesquinho, enervante, embrutecedor e opressivo. A verdadeira emancipação da mulher e o verdadeiro comunismo só começarão ali e onde começar a luta em massa (dirigida pelo proletariado, detentor do poder do Estado) contra esta pequena economia doméstica, ou, mais exactamente, quando começar a sua transformação em massa numa grande economia socialista.
Concedemos nós na prática suficiente atenção a esta questão, que, do ponto de vista teórico, é indiscutível para qualquer comunista? Certamente que não! Preocupamo-nos suficientemente com os rebentos do comunismo que já existem neste domínio? Uma vez mais, não e não! As cantinas públicas, as creches e os jardins infantis - eis exemplos destes rebentos, eis meios simples, correntes, sem pompa, grandiloquência nem solenidade, de facto capazes de emancipar a mulher, de facto capazes de minorar e suprimir a sua desigualdade em relação ao homem pelo seu papel na produção social e na vida social. Estes meios não são novos. Foram criados (como, em geral, todas as premissas materiais do socialismo) pelo grande capitalismo, mas neste eles têm sido, em primeiro lugar, uma raridade, e em segundo lugar - o que tem particular importância -, ou "eram empresas mercantis, com todos os piores aspectos da especulação, do lucro, do engano, da falsificação, ou então uma acrobacia da caridade burguesa", odiada e desprezada, com toda a razão, pelos melhores operários.
É indubitável que estas instituições são já muito mais numerosas no nosso país e começam a mudar de carácter. E indubitável que entre as operárias e camponesas há muito mais talentos organizativos do que os que nós conhecemos, pessoas que sabem organizar o trabalho prático, com a participação de um grande número de trabalhadores e de um número muito maior de consumidores, sem a abundância de frases, a futilidade, as brigas e a charlatanice sobre planos, sistemas, etc., de que "padece" a "intelectualidade", sempre demasiado presumida, ou os "comunistas precoces”. Mas não cuidamos como deveríamos desses rebentos do novo.

Vejamos a burguesia. Como sabe admiravelmente dar publicidade àquilo que lhe é necessário! Como exalta as empresas "modelo" (na opinião dos capitalistas) nos milhões de exemplares dos seus jornais, como sabe fazer, de instituições burguesas, "modelo" objecto de orgulho nacional! A nossa imprensa não se preocupa, ou quase não se preocupa, em descrever as melhores cantinas ou as melhores creches, em conseguir, com uma insistência diária, a transformação de algumas delas em instituições-modelo, em fazer propaganda delas, em descrever pormenorizadamente a economia de esforço humano, as vantagens para os consumidores, a poupança de produtos, a libertação da mulher da escravidão doméstica, a melhoria das condições sanitárias que se conseguem com um exemplar trabalho comunista e que se podem alcançar, que se podem alargar a toda a sociedade, a todos os trabalhadores.

sexta-feira, março 10, 2017

quarta-feira, março 08, 2017

Hoje, 8 de Março

Todos os anos, neste dia 8 de Março, neste blog, se assinala o Dia Internacional da Mulher. Recorro a duas dessas referências.

1.    , Em 2012 (adaptada)
Saúdo-te, hoje, mulher, no dia que dizem ser o teu. Saúdo-te com a alegria de quem inclui, nas suas pequenas-grandes lutas, a luta contra as discriminações, a luta contra a desigualdade social entre o homem e a mulher.
(E são já tantos e tão diferentes, os anos desta luta!)
Saúdo-te, mulher, porque neste dia, te sentes mais diferente e mais igual, mais diferente porque tu és mulher e eu sou homem, mais igual porque este dia é um dia de afirmação, de afirmação de que temos os mesmos direitos.
E desejo-te que o dia de hoje seja um dia feliz para ti, mulher.
Mas também te saúdo com tristeza. Porque sei que, se te perguntasse

porque é que o dia 8 de Março
é o dia da mulher?

me olharias espantada e, se me respondesses, dirias um sei lá... convicto e indiferente.
E não podes imaginar quanto me custa que, para ti, seja este dia  um dia igual ao de S. Valentim ou outro qualquer desses, outro qualquer desses dias em que os pequenos comerciantes aproveitam para tentar atenuar a crise - a sua, a dos pequenos…

Há 155 (160!) anos – porque foi em 8 de Março de 1857 –, 130 mulheres teriam morrido queimadas num incêndio, num incêndio provocado contra elas, fechadas numa fábrica em Nova Iorque, impedidas de sair, apenas(!) por lutarem por uma redução do seu horário de trabalho, de 16 horas diárias, para o máximo de 10 horas, por quererem um horário igual ao dos homens.
E quantas mulheres, antes e depois desse dia de 1857, lutaram e lutam por direitos seus, de mulheres trabalhadoras.
E foi uma mulher, Clara Zetkin, que nascera em 1857, que, no dia 8 de Março de 1910, em Copenhague, ao presidir à 2ª Conferência international das mulheres socialistas, propôs a criação do dia international das mulheres, dia de manifestação anual para lutar pelo direito de voto, pela igualdade entre os sexos, e pelo socialismo.

Divirtam-se, gozem a liberdade tão duramente conquistada (porque, por exemplo, antes do 25 de Abril de 1974, a todos estava vedado festejar o 8 de Março), sejam felizes, ao menos neste dia em cada ano…, mas lembrem, num minuto, as operárias de Nova Iorque e todas as mulheres que, como elas, lutaram por um futuro melhor!

2.     
  

sábado, março 09, 2013

Ainda a 8 de Março mas já em 9 de Março e por aí fora...


«Charge de Amorim para o Correio do Povo (RS)


em vermelho


1911 - Dia das mulheres do mundo
Cartaz alemão para o 8 de Março de 1914

1ª celebração do Dia da Mulher, proposta da marxista alemã Clara Zetkin na Conferência Internacional da Mulher Socialista (Dinamarca, 1910). Calcula-se 1 milhão de participantes. Anos depois, a data se fixa: 8 de março.



sexta-feira, março 08, 2013

terça-feira, agosto 28, 2012

Desemprego - conceitos e números - 5 (no feminino)

Ontem, tinha a intenção de colocar mais um"post" sobre o sexo na população activa. Até para dar alguma importância ao mistério da D, População Activa, que tem vindo, ao longo dos séculos a feminizar-se , como lhe é próprio da designação.
Como há anos (décadas!) venho observando, um dos sinais contemporâneos do progresso social tem sido o de mudança da "condição feminina". Se estivesse (ou quando estiver) disponível para/habilitado a aprofundar o que se trata de mera observação e registo, estou certo que chegaria a resultados interessantes. Nestas reflexões sobre a população activa, e a sua representação estatística por sexos, encontram-se sinais quase a exigirem esse aprofundamento. 
Desde a década de 60 do século passado, a mudança da relação entre os sexos, no nosso mundo ocidental, tem sido tão grande que os contemporâneos a notam se estiverem minimamente atentos ao modo como vivem. Na relação a dois, na divisão de trabalho, na assumpção da maternidade/paternidade, em todas as vertentes da vida social.
Nesta abordagem da população activa, apesar das reservas a terem de se considerar nas representações estatístivas, os sinais são evidentes.
Em 1974, a parcela feminina da população activa era de 39,4% e em 1990, no tempo em que, com a colaboração do Luís Afonso, elaborei, no Diário, o "folhetim" O Mistério da D. População Activa, era de 43,4%.
Pela tabela e gráfico dos números do século XXI vê-se que essa evolução se manteve, tendencialmente, até ao ano de 2010, em que atingiu 47,5%, de acordo com a metodogia adoptada em 1998, o que permite comparabilidade (embora sem anular as reservas).

No entanto, em 2011 deu-se uma inversão na evolução. Não só na população activa como na sua componente emprego, o que provocou o facto, que se estima histórico, de, neste trimestre de 2012, a percentagem  de desempregados ter sido superior à percentagem de desempregadas, como reflexo da saída da mulheres da população activa.
É certo que houve uma alteração metodológica(*), que veio perturbar a comparabilidade, mas a observação das evoluções tem um significado da maior relevância. e é de degenerescência social. (anti)histórica. Espera-se (e por isso se deve lutar) que seja transitória.

Até porque outros sinais não deixaram de aparecer, como o facto de na 100ª Reunião da Conferência Internacional do Trabalho, de 2011, ter sido aprovada a inclusão de um capítulo específico para os empregados/empregadas domésticas na Convenção 102 da OIT, que determina a concessão de alguns direitos básicos como aposentadoria, salário-família, pensão por morte, dentre outros benefícios para essa assim considerada categoria profissional. Trata-se de um sinal. Dos que são alimentados pela/alimentam a luta e dizem que ela vale a pena. Só há que a continuar.

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(*) - Alterações metodológicas significativas no que respeita ao modo de recolha da informação assoà introdução do modo telefónico, da consequente alteração do questionário e da adopção de novas tecnologias no processo de desenvolvimento e supervisão do trabalho de campo.

segunda-feira, março 19, 2012

OUTRA INFORMAÇÂO - ser mulher em Cuba

em vermelho:

19 de Março de 2012 - 10h49

É melhor ser mulher em Cuba
do que em qualquer outro país da AL

Cuba se encontra entre os países com menor disparidade entre mulheres e homens no mundo, revela pesquisa divulgada pelo World Economic Forum (WEF).
Cuba é o 20º país com menor desigualdade de gênero
Foto: Periodistas.org

O ranking comparou 135 países, medindo as diferenças entre mulheres e homens em áreas como educação, saúde, economia e possiblidade de acesso a cargos políticos.
De acordo com a lista, Cuba subiu 4 posições em relação à pesquisa de 2010, ocupando agora a 20ª posição e superando todos os países da América Latina e do Caribe, tendo uma alta porcentagem de mulheres tanto no parlamento como em setores técnicos.
Segundo o WEF, apesar de mais de 80% dos países terem melhorado alguns de seus indicadores em matéria de igualdade de gênero, no restante a situação tem piorado. O Brasil ocupa a 82ª posição no ranking.

Fonte: jornal A Verdade

quinta-feira, março 08, 2012

8 de Março - Dia da Mulher - 2012 - 3

Este ano, por ter calhado a uma 5ª feira, do dia 8 de Março se fala no avante!

em Ourém, no mercado semanal,
fez-se uma distribuição de um folheto
e contactaram-se,
em conversa amena e soalheira,
dezenas de mulheres.

Este ano de 2012, neste espaço,
uma dedicatória pessoal,
a uma mulher:
seren(as)idades

8 de Março - Dia da Mulher - 2012 - 2

Saúdo-te, hoje, mulher, no dia que dizem ser o teu. Saúdo-te com a alegria de quem inclui, nas suas pequenas-grandes lutas, a luta contra as discriminações, a luta contra a desigualdade social entre o homem e a mulher.
(E são já tantos e tão diferentes, os anos desta luta!)
Saúdo-te, mulher, porque neste dia, te sentes mais diferente e mais igual, mais diferente porque tu és mulher e eu sou homem, mais igual porque este dia é um dia de afirmação, de afirmação de que temos os mesmos direitos.
E desejo-te que o dia de hoje seja um dia feliz para ti, mulher.
Mas também te saúdo com tristeza. Porque sei que, se te perguntasse

porque é que o dia 8 de Março
é o dia da mulher?

me olharias espantada e, se me respondesses, dirias um sei lá... convicto e indiferente.
E não podes imaginar quanto me custa que, para ti, seja este dia  um dia igual ao de S. Valentim ou outro qualquer desses, outro qualquer desses dias em que os pequenos comerciantes aproveitam para tentar atenuar a crise - a sua, a dos pequenos…

Há 155 anos – porque foi em 8 de Março de 1857 –, 130 mulheres teriam morrido queimadas num incêndio, num incêndio provocado contra elas, fechadas numa fábrica em Nova Iorque, impedidas de sair, apenas(!) por lutarem por uma redução do seu horário de trabalho, de 16 horas diárias, para o máximo de 10 horas, por quererem um horário igual ao dos homens.
E quantas mulheres, antes e depois desse dia de 1857, lutaram e lutam por direitos seus, de mulheres trabalhadoras.
E foi uma mulher, Clara Zetkin, que nascera em 1857, que, no dia 8 de Março de 1910, em Copenhague, ao presidir à 2ª Conferência international das mulheres socialistas, propôs a criação do dia international das mulheres, dia de manifestação anual para lutar pelo direito de voto, pela igualdade entre os sexos, e pelo socialismo.

Divirtam-se, gozem a liberdade tão duramente conquistada (porque, por exemplo, antes do 25 de Abril de 1974, a todos estava vedado festejar o 8 de Março), sejam felizes, ao menos neste dia em cada ano…, mas lembrem, num minuto, as operárias de Nova Iorque e todas as mulheres que, como elas, lutaram por um futuro melhor!

Há 155 anos. Faz hoje!



.

8 de Março - Dia da Mulher - 2012 - 1

Desde os idos anos 60 (do século passado) assinalo o dia 8 de Março. Como o DIA DA MULHER! Desde então que o faço como entendo dever ser feito a uma data maior, e faço-o publicamente. Por vezes, quando para tal convidado, em debates ou colóquios.
Desde os idos anos 60, porque foi então que tomei consciência da discriminação social a pretexto na desigualdade de género. Tomada de consciência para o que muito contribuiu a guerra colonial e a emigração que fizeram desta pátria (e mátria) uma terra de viúvas de vivos (que excelente título de livro de Joaquim Lagoeiro). E como o este nosso tempo, no meio século vivido, tanto mudou e tão igual é!

Depois que publico este "blog", todos os anos aqui faço essa assinalação: hoje é 8 Março, é o Dia da Mulher! E saem dois ou três “posts” sobre o tema (às vezes, são quatro ou cinco…). Quase sempre com uma ajuda inestimável de um desenho de Álvaro Cunhal, dos que ficaram nuns papéis que iriam para o lixo se Joaquim Pires Jorge não os tivesse salvo e não me tivesse dado o privilégio de os deixar à minha guarda e conservação, e que, com autorização de Álvaro Cunhal, mantenho como dos documentos mais valiosos (isto é, sem preço mas com enorme valor!)

Este ano de 2012, assim será.


E mais dois “posts” irei dedicar ao dia.
Um deles (às 13 horas), recuperando um texto em que tropecei e que foi escrito e publicado para os 150 anos do 8 de Março de 1857, e um outro (às 18 horas) que é o deste ano de 2012, e só deste ano será. Dedicado, com uma enorme gratidão, a uma mulher.

sábado, maio 08, 2010

Endosso de convite

Endosso este convite a todas/os:
Desde a segunda metade da década de 60 do século passado - porque a realidade da guerra colonial, da emigração, sei lá que mais..., - me despertou para ele, é um tema a que me tenho dedicado. A condição e situação da mulher na sociedade em que vivemos, na vida que é de constante mudança. Em esboço de estudos, em colóquios, em edições, só em reflexões, em lutas (que não podem ser só de mulheres...).
Tenho programada uma série de mensagens sobre Cuba, o IDH (indicador de desenvolvimento humano) do PNUD em que, na mensagem final da série, se tratará do "género"; no plano de actividades da Concelhia de Ourém do PCP, está marcada uma informação ao vivo (a 4ª sessão) sobre "as mulheres num mundo de insegurança", para 16 de Maio.
Espero cumprir o meu programa e ajudar a que se realize o planeado. Entretanto, veicularei aqui o que me possa chegar do Congresso do MDM. Com todo o empenho!