sexta-feira, outubro 07, 2005

Em toalha de papel

Foi no Xico Santo Amaro, enquanto comia só, como em muitos outros lugares tem sido.
Estava irritado. Sei-o pelo que fui escrevendo na toalha de papel. Tanto o estava que algumas das coisas que escrevinhei na toalha de papel não serão publicáveis, isto é, não serão tornáveis públicas. Estas ainda o são.
Ao procurar "utopias" para os dias que iriam seguir, comecei a brincar com as palavras e fui rabiscando:

Há os "utópicos" como há os sem-utopias,
e também há os sem peias que são a modos de cemtopeias.

&-----&-----&

Mas... eu topo-vos,
ó cemtopeias!
Com o vosso ser sem peias,
com o vosso sem pudor,
com a vossa sem vergonha
… em cada pata
das cem patas que tendes.

&-----&-----&

Eu encaro-vos
ó duas-caras
(ou com três ou mais).
Com o vosso descaramento,
com o vosso descarado mentir,
… em cada cara
das vossas muitas caras
está a caracatura de um homem
com vergonha na cara.

2 comentários:

Anónimo disse...

Bravo pelo poema.Enquanto lia hoje o Noticias de Ourém, na dúvida de o estar realmente fazendo, pois mais parecia tratar-se de um qualquer desdobrável promocional da CMO, não pude deixar de notar a referência feita à sua presença em determinado jantar nas Fontainhas.Ficámos todos esclarecidos.A sua presença "apagou" qualquer possível dúvida...Um abraço.Skywatcher

Sérgio Ribeiro disse...

Meu Caro Skywatcher,
as suas episódicas passagens pelos blogs são... pepitas de ouro deixadas por quem observa, atento e lúcido!
Não escrevi, na toalha do Xico Sto. Amaro, a pensar, ao nível da consciência, em qualquer situação particular, mas o meu caro Skywatcher é o segundo amigo a conotar estes "desabafos" com o caso da Rua da Murteira.
E a verdade é que, lembrado por si, o que escrevi se adequa a uma situação em que, não tendo sido convidado, esse jantar, organizado de forma capciosa, meio em segredo, não teria cumprido as intenções dos promotores porque a minha presença teria impedido que cumprisse os seus objectivos. Só isso justifica as referências à minha presença e também a descarada versão de que eu teria sido convidado, mentira que pretendia provar que não havia intenções político-partidárias na realização de tal jantar. Pois que fique claro que não fui convidado, que estive presente porque apoio a CRIO e porque não preciso de convites para o fazer, assim tendo transformado em jantar de apoio à CRIO o que, sob essa capa, teria outras intenções.
Um abraço

PS : a sua observação, e a do outro amigo, levam-me a publicar mais umas "coisas" que escrevi na toalha de papel desse jantar sozinho com os meus "desabafos". Pode ser que descubram, como fizeram neste, as motivações inconscientes ou subconscientes e assim me ajudem. Obrigado.