segunda-feira, dezembro 09, 2013

Reflexões lentas - os ecos e os (des)ecos

Estas reflexões começaram - ou despertaram, ou continuaram outras bem frequentes - quando, a caminho de Lisboa, naquele tempo de viagem e informação que o rádio do carro nos traz, ouvi falar de uma comemoração dos 40 anos do Congresso de Aveiro de 1973, com fartas referências a Mário Soares e a Carvalho da Silva.
Logo me assaltaram recordações da participação, quer nesse Congresso, quer no de 1969, lembrando a viagem de comboio na companhia do José Saramago. Mas mais me assaltou a recente referência, lida a correr no avante!, a paralela assinalação do Congresso de Aveiro sem destaque ou referência na comunicação social outros que a do jornal partidário.

Depois, com o fim-de-semana que passei, essa anotação foi sendo relembrada e reforçada, em reflexões lentas. 
Sobre a 24ª Assembleia da Paz e o debate que se lhe seguiu, no sábado, não dei conta de qualquer referência ou destaque da dita comunicação social. 


Com a enorme agravante de, por ter coincidido com todo o noticiário e comentário sobre a morte de Nelson Mandela, nada se ter feito (ou eu nada ter ouvisto) sobre a ligação do 25 de Abril, do CPPC e do movimento da Paz português,do Movimento contra o apartheid,  a Mandela - e como este o reconheceu várias vezes e em várias circunstância! Como foi lembrado na Assembleia até com impressionantes testemunhos pessoais.   

O que ainda mais deve ser sublinhado no meio da hipocrisia que a morte de Mandela tanto fez ressaltar e tornar repugnante.

No dia seguinte, isto é, ontem, participei na Convenção Democrática Nacional, iniciativa que vem do início do ano e tem motivado várias realizações culminando com esta de ontem na Faculdade de Medicina Dentária, com a participação de prestigiadas individualidades de diferentes quadrantes profissionais e político-partidários,

e que, a des-exemplo de iniciativas que se querem semelhantes, e que de outras bandas sucederam a esta, mereceu o mais significativo silêncio.

Quer esta reflexão (lenta e dorida) dizer que se está surpreendido? Não!
Se o estivesse, ou para quem o estiver, parafraseio a célebre expressão dedicada à economia: é a luta de classes, estúpido!

5 comentários:

José Rodrigues disse...

A comunicação social dominante só se preocupa com(dej)etos...não deram nem um cheirinho de todas essas importantes iniciativas...uma variante do SNI de tempos idos!???


Abraço

Justine disse...

Pois é isso mesmo, mas é sempre importante desmistificar, denunciar, chamar a atenção para isso - como tu tão bem fazes!

Jorge Manuel Gomes disse...

Nem mais!

Um grande abraço,

Jorge

Antuã disse...


Pois é assim. A Liberdade de expressão anda pela rua da amargura.

Graciete Rietsch disse...

Sem dúvida . É "a liberdade de expressão" imposta pela classe dominante.

Um beijo.