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Nos últimos dias da
semana (e do mês) tropecei em notícias diversas de várias origens ou,
talvez!..., numa única notícia de uma única origem com várias
glosas.
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No diário Económico,
o destaque é “crise nos países emergentes”, e o título do artigo
que o justificaria é “moedas dos emergentes afundam e Europa tenta acalmar
mercados” e “traduz” e adapta informações e artigos que noutras partes vim
a encontrar, no Financial Times e no The Economist e noutros lados.
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Ora a “raíz” da notícia
e dos artigos é a queda cambial do peso argentino e, em segundo plano, a
da lira turca, que fizeram os “mercados europeus” registar perdas
significativas, e levando a muito se falar de “risco de contágio”.
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De onde, as parangonas
falsificam a informação a começar por aquela expressão falaciosas de que “a
Europa tenta acalmar mercados”…
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… como se a Europa
existisse como… um mercado dos mercados!, e não fosse ela (e os EUA) a contaminadora.
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Além disso,
a designação de “países emergentes” tem servido para identificar um grupo
de 4 países (BRIC - Brasil, Rússia, India e China), por vezes alargado a um 5º
(a República da África do Sul) e a inclusão da Argentina e da Turquia nunca foi sequer sugerida.
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O artigo no
DE é ilustrado (além da habitual fotografia do sr. Ohli Rehn) com uns gráficos
em que, mantendo-se a confusão, se pode, no entanto, algo fazer para a
deslindar, recortando o destaque dado aos números relativos à Argentina.
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Dessa ilustração pode
tirar-se que os 4 BRIC têm uma população de
China 1.354 milhões
Índia 1.223
Brasil 198
Rússia 142
num total de 2.917
ou seja, cerca de 3 mil
milhões contra os cerca de 51 milhões da população da Argentina!
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Quanto às previsões de crescimento do PIB,
estimadas nessas informações, elas são de
crescimento previsto PIB
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2013
|
2014
|
2015
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Economias emergentes
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4,7%
|
5,1%
|
5,4%
|
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Rússia
|
1,5%
|
2,0%
|
2,5%
|
||
China
|
7,7%
|
7,5%
|
7,3%
|
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Brasil
|
2,3%
|
2,3%
|
2,8%
|
||
Índia
|
4,4%
|
5,4%
|
6,4%
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Ora aqui está um tipo de
contágio que seria desejável encontrar nas “economias europeias”, particularmente
nas periféricas de que a dinâmica financeira (os “mercados”) do capitalismo destruiu
a capacidade produtiva, que não as potencialidades dos recursos.
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Há que lutar por uma economia
que não se baseie, materialmente, na exploração do tempo de trabalho dos recursos
humanos, e que não especule com os instrumentos financeiros que foram sendo criados
(e “inventados”) para acumular capital na sua forma material ou do que a ele dê
acesso, concentrando-o e centralizando-o,.
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Mas isto são reflexões para
um “diário”, ou melhor: para os “dias de agora”.
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Reflexões que todos os dias
vou fazendo, sem que as passe todas “a limpo”, todos os dias.
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Amanhã haverá mais, e estas vou publicar.
3 comentários:
Boa malha!
Obrigada pela excelente análise e respetivas conclusões.
Um beijo.
É bom ir explicando estas coisas para podermos compreender melhor a economia.
A África do Sul é membro de pleno direito embora a adesão tenha merecido muitas cautelas dos restantes 4 membros que viam com receio que certas tradições politicas não se enquadrassem na perspectiva geral.
Esse receio está ultrapassado e os BRICS representam um território de 40 milhões de quilómetros quadrados, com uma população de 3 biliões e 3 milhões, com um PIB de 13.842.050 milhões e mais coisas.
Penso que a URSS está a dar a volta por cima e com uma dinâmica nunca vista.
Um exemplo da dinâmica foi o Brasil ter comprado à SAAB, sueca, caças militares mas a SAAB é chinesa e depois deste negócio vai começar a produzir em exclusivo para a China.
Tanta coisa em movimento a começar cá dentro do burgo.
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