Aqui há umas aulas de cidadania na Universidade sénior cá da terra (que não são aulas, mas horas semanais de convívio muito agradável, salutar e rejuvenescedor) veio à baila a questão das palavras que, aparentemente - e muitas vezes para uso perverso -, parece quererem dizer o mesmo.
Vejamos: cidadão, eleitor, utente, cliente, contribuinte.
Mas comecemos por arrumar. Sucintamente.
Cidadão é, para começar mesmo, o habitante da cidade. Com outros e, por isso, tendo de se definirem e de se respeitarem regras de convivência, isto é, como viver com. Cada um - dos cidadãos - com direitos e com deveres.
Diz-se, na Constituição, a que as regras mais específicas de convivência devem obedecer, que "são cidadãos portugueses todos aqueles que como tal sejam considerados pela lei e ou por convenção internacional" (art. 4º).
E fica, este cidadão que sou eu, com um problema de definição por resolver. O problema das definições que que não definem. Ou da pescadinha de rabo na boca. Mas está certo. É o caso do guarda-chuva ou da moeda, cuja definição é indefinida mas que se sabe o que são quando nos faltam.
O certo é que ser cidadão, além de ser o que nos dá acesso a ter um cartão do dito - como se pode ver no "portal do cidadão" e outros lugares (ou "sites") pouco esclarecedores sobre o que seja, em rigor, ser cidadão -, é o que faculta e obriga um indivíduo a um elenco de direitos e deveres fundamentais (parte I), com princípios gerais (título I), direitos, liberdades e garantias (título II), com direitos e deveres económicos, sociais e culturais (título III), cujos são explicitados e arrumadinhos na tal Constituição. Que é de 1976, aprovada por esmagadora maioria dos eleitos para a escreverem, e já teve 8-emendas-8, pelo que vai na sua 8ª versão.
Fiquemo-nos por aqui. Cidadão é o que cada um de nós é numa sociedade neste cruzamento do espaço e do tempo em que vivemos (e em que lutamos para o ser, isto é, para usufruirmos e nos obrigarmos aos direitos e deveres fundamentais definidos para esse tempo e para esse espaço). Como foi o caso dos meus pais e é o dos meus netos, cidadãos nados.
Já se volta. Porque temos o direito e o dever a mais que fazer que escrever "posts" pouco lidos embora muito úteis a quem escreve. E que, escrevendo, reflecte. Ou viró verso: que reflectindo, escreve... Já se volta. Com outras palavras com sentido.
4 comentários:
"Posts"muito ûteis a quem escreve,e muito mais a quem lë.Pelo menos,na parte que me toca.O que eu tenho aprendido e reflectido contigo,camarada!
Bjo
Obrigado, camarada Olinda!
Um beijo
Sempre a aprender,até que esta cabecinha funcione,obrigada!
E vai funcionando muito bem. A tua...
Beijo
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