quinta-feira, julho 02, 2015

Quantos somos/como estamos - 6

Passo a passo, trabalhando e proseguindo trabalhos de outros (não é esse - ou deveria ser - o nosso destino ou fito?), neste apanhado da situação em que estamos escolhemos, agora, o mais significativo espelho gráfico-estatístico das desigualdades sociais, em termos monetários, em que se divide o rendimento disponível das populações em decis, isto é, desde os 10% da população de menores rendimentos até aos 10% da população de mais elevados rendimentos, e se vê quais as variações em cada uma das parcelas. No estudo que se vem acompanhando - e alguns outros se poderiam aproveitar - vê-se quais as quebras de rendimento disponível, decil a decil, entre 2009 e 2013, a partir de cálculos de Carlos Farinha Rodrigues, assim se quantificando como foram repartidos os "custos da crise" entre os estratos da população portuguesas.









O que a vivência da realidade mostrou, justificando algumas posições que consideram que a "crise" serviu para redistribuir de forma anti-social as suas consequências, tem aqui uma representação estatística e gráfica muito clara e esclarecedora. 
Neste escalonamento (evidentemente mais que discutível,  e com toda a falibilidade original da representatividade dos números estatísticos) um exercício de etiquetagem entre os "mais pobres" e os "mais ricos" - em termos de rendimento monetário disponível - poderia arriscar uma adjectivação subjectiva:

  1. "Pobres"
    1. "Muito pobres"
    2. "Pobres"
  2. "Remediados"
    1. "Pouco"
    2. "Medianamente"
    3. "Bastante"
  3. "Classe média"
    1. "Baixa"
    2. "Média"
    3. "Alta"
  4. "Ricos"
    1. "Abastados"
    2. "Muito ricos" (ou "nababos")
De onde pode ver que os "pobres" (e sobretudo os "muito pobres") foram os mais atingidos... o que se justificaria por serem evidentemente [(:-(] os que viviam mais acima das suas possibilidades; os "remediados" e "classe média" aguentaram-se, o que corrige algumas ideias mas se explicará pelo maior acesso destes à comunicação social, quer activa quer passivamente; os "muito ricos" diminuiram (estatisticamente) os seus rendimentos disponíveis, de qualquer modo com quebras inferiores à de todos os "pobres" (20% da população) e 1/3 da que sofreram os "muito pobres" (10% da população).
A crise quando nasce não é para todos!  

2 comentários:

Olinda disse...

Ê,a crise ê incompatîvel com a democracia.Jâ para os que falam sempre em nome dela,os grandes "democratas",o quadro estâ de acordo com o que defendem.Bjo

Justine disse...

Muito interessante e esclarecedor!