Passo a passo, trabalhando e proseguindo trabalhos de outros (não é esse - ou deveria ser - o nosso destino ou fito?), neste apanhado da situação em que estamos escolhemos, agora, o mais significativo espelho gráfico-estatístico das desigualdades sociais, em termos monetários, em que se divide o rendimento disponível das populações em decis, isto é, desde os 10% da população de menores rendimentos até aos 10% da população de mais elevados rendimentos, e se vê quais as variações em cada uma das parcelas. No estudo que se vem acompanhando - e alguns outros se poderiam aproveitar - vê-se quais as quebras de rendimento disponível, decil a decil, entre 2009 e 2013, a partir de cálculos de Carlos Farinha Rodrigues, assim se quantificando como foram repartidos os "custos da crise" entre os estratos da população portuguesas.
O que a vivência da realidade mostrou, justificando algumas posições que consideram que a "crise" serviu para redistribuir de forma anti-social as suas consequências, tem aqui uma representação estatística e gráfica muito clara e esclarecedora.
Neste escalonamento (evidentemente mais que discutível, e com toda a falibilidade original da representatividade dos números estatísticos) um exercício de etiquetagem entre os "mais pobres" e os "mais ricos" - em termos de rendimento monetário disponível - poderia arriscar uma adjectivação subjectiva:
- "Pobres"
- "Muito pobres"
- "Pobres"
- "Remediados"
- "Pouco"
- "Medianamente"
- "Bastante"
- "Classe média"
- "Baixa"
- "Média"
- "Alta"
- "Ricos"
- "Abastados"
- "Muito ricos" (ou "nababos")
De onde pode ver que os "pobres" (e sobretudo os "muito pobres") foram os mais atingidos... o que se justificaria por serem evidentemente [(:-(] os que viviam mais acima das suas possibilidades; os "remediados" e "classe média" aguentaram-se, o que corrige algumas ideias mas se explicará pelo maior acesso destes à comunicação social, quer activa quer passivamente; os "muito ricos" diminuiram (estatisticamente) os seus rendimentos disponíveis, de qualquer modo com quebras inferiores à de todos os "pobres" (20% da população) e 1/3 da que sofreram os "muito pobres" (10% da população).
A crise quando nasce não é para todos!
2 comentários:
Ê,a crise ê incompatîvel com a democracia.Jâ para os que falam sempre em nome dela,os grandes "democratas",o quadro estâ de acordo com o que defendem.Bjo
Muito interessante e esclarecedor!
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