segunda-feira, julho 06, 2015

Como se também tivesse abusado do vinho retsina (houve quem o tivesse feito)

Estamos todos de ressaca. 
O que aconteceu ontem, ali para o Mar Egeu, teve o efeito de uma bebedeira. De retsina. E se no vinho está a verdade, com aquela dose de bom vinho grego as verdades têm de vir ao de cima. E mostram, de uns, a miséria moral, a falta de um pingo de vergonha, enquanto que, a alguns outros, vem ao de cima a euforia desmedida, o "já está!" quando "ainda nem está a começar"... 
No meu caso pessoal, em vez do momento de pausa e descontracção de um "sudoku", deu-me para abrir o "excel" e entreter-me com uns números.

Disseram "eles", e disso fizeram uma arma da manipulação e da chantagem, que a coisa estava muito renhida, que havia empate técnico com ligeira vantagem para o sim, Repetiu-se a distribuição 44-43-12 que, com as aproximações, queria dizer que os 100% que iriam votar o fariam com 44% decididos ao SIM, 43% ao NÃO, estando 12% indecisos; estes iriam repartir-se pelo sim ou pelo não ou pelo voto nulo (ou branco). Isto com base, claro..., em sondagens cientifiquissimas!
Afinal, a repartição foi 36,45% de sins, 57,75% de nãos e de 5,80% de votos nulos ou brancos. 
Ou seja, arredondando para mais fácil comparação, nem com os tais 12% de indecisos a terem-se todos decidido pelo não se remendaria a erradíssima (e nada inocente!) informação pois daria 44-55-0.
Mas há, aqui, um pequeno pormenor na correcção a fazer. A insistente referência aos 38,69% de sins versus 61,31% de nãos ou deixa de fora 5,80% de votos nulos (ou brancos) ou soma 105,80%... pelo que a correcta distribuição é 36-58-6 (indecisos -ou não - que se decidiram pelo voto nulo ou branco)
Ora, parecendo isto ser mero preciosismo, não o é. Politicamente, pode interpretar-se os 5,80% (pelo menos grande parte) como a representação de um discutível duplo NÃO (não ao sim e não àquela formulação do não) que redundaria em voto nulo. O que, nesta interpretação, não teria feito grande falta ao NÃO ao SIM mas o tornaria ainda mais relevante. Passaria de mais de 61% de NÃOs relativamenteo aos SIMs (58% relativamente a 36%, 22 pontos percentuais) para mais 78% (64% relativamente a 36%).

Esmagador, não?!

2 comentários:

Anónimo disse...

Pois é! Mas se o SIM ganhasse pela tal pequena margem, esse nulo, que era um não a esse não conforme o autor diz, seria uma espécie de SIM. Não, não consigo perceber a atitude do PC grego!


O ZEUS Vigilante

Sérgio Ribeiro disse...

Nem eu a estou a justificar... NÃO sou grego! Quero estar SOLIDÁRIO COM O POVO GREGO e a tentar perceber as causas das posições, analisando objectivamente (quanto posso) as circubstâncias e os resultados e consequências. Para uso próprio e, se considerado
útil, colectivamente .