(...)
Esse começo da tarefa “às portas” do mercado, em que teríamos
sentido alguns engulhos na receptividade aos nossos papéis... não quero ser simplista
e injusto mas para que muito contribuiu o ambiente criado pela atitude de alguns
emigrantes em carência de protagonismo: estamos aqui!… estamos a ter sucesso…
somos “outros”… viemos à terra… queremos lá saber de políticas… vocês é que
puseram isto na merde… (béu-béu… tais-toi,
chou-chou)… os políticos são todos iguais, querem é monei… pois, pois, lá nisso
da “Europa” vocês têm razão, aquilo é um falhanço… mas nós nem votamos!... ah!
isso não é assim, vocês podem votar e não desperdicem esse direito).
Ainda assim, cumpriu-se a tarefa e alguns de nós, mais pacientes, insistentes e determinados, conseguiram vencer barreiras e ter conversas interessantes, curiosas,
com conclusões convergentes e despedidas calorosas. As razões, desde que consigam
ser expostas e argumentadas, impõem-se. Esta situação tão difícil, sobretudo para quem trabalha
ou trabalhou, as causas da necessidade de procurar noutros lugares o que aqui
todos poderiam/deveriam ter, é culpa de alguns políticos, mas é, sobretudo, consequência
das políticas que esses políticos e partidos servem, servindo-se. O que há que
mudar. E depende de nós, de cada um e de todos. Onde quer que estejamos.
E partiu-se à conquista do mercado. Ao interior, às entranhas
das 5ªs. feiras cá do burgo. Repletas, vibrantes de animação e vida. De
familiaridade. Ainda bem!
Um “banho” de gente, a que não faltaram as crianças de uma escola,
em grupo desalinhado/alinhado com discreto (mas enorme) esforço das suas professoras, muito atentas e
cuidadosas. Um agitado grupo a mais entupir o que já entupido estava.
Encontros e mais
encontros, olhares de revés, saudações amigáveis, algumas solidárias (há
muito que não o leio… gostava do que escrevia cá no jornal, escreva… lá escrever, vou
escrevendo, não tenho é onde publicar… ah, sim?, não me diga!... pois é!).
A passagem-visita ao lugar onde os vizinhos mais vizinhos
expõem o seu produto, "a criação", e quase só ali nos vemos, apesar da excelente (e bem prestável
e amiga) vizinhança, com água no poço e primícias à porta. Desta vez com os netos a acompanhá-los.
O circuito habitual. Sempre diferente.
Até 4 de Outubro lá voltaremos.
E depois. E sempre. Enquanto.
1 comentário:
Uma excelente crónica! Espero a próxima vez. Sempre. Enquanto!
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