Era de esperar. É sempre de esperar, desde que não se diga quando nem como. O quê?... Tudo.
Mas não se pode esperar sentado. À espera que aconteça!
O que "era de esperar..." que tivesse acontecido, só aconteceu neste tempo e assim porque foi feito acontecer. Por nós.
Desculpem a divagação. Que, dizem..., não estamos em tempo disso. Mas estamos. O que - este não estar e estar ao mesmo tempo - só alguns entenderão, embora todos o vivam.
Ontem foi o dia seguinte, como titulou o Prós e Contras, com feliz oportunidade mas sem qualquer originalidade (há até uma peça de teatro de Luis Francisco Rebelo, dos idos anos 50...).
Como era de esperar foi um programa diferente. A justificar -finalmente... - o título genérico. Houve uns pró e outros contra.
Perante o que nos colocou o dia anterior, n'o dia seguinte disseram-se coisas com alguma clareza. Discutiu-se política.
Houve até quem dissesse, com toda a "candura", que o Partido Comunista só por táctica aprovara a Constituição (a de 1976) e que esse tal PCP é contra o mercado e a democracia (o que implicaria uma discussão de conceitos e sobre quem luto pela democracia e a liberdade... mas não se pode ter tudo); houve até quem rebatesse, com veemência e apropósito, essa posição marxistofoba, em que se adivinhava a ignorância ou falsificada informação a coexistir com o borbulhar das vísceras anti-comunistas (com a insólita afirmação de ser esse PCP o único partido com uma ideologia... como se outra ideologia que professem - ou sirvam - outros partidos não fosse ideológica).
Houve também, claramente, duas posições relativamente à leitura da Constituição da República Portuguesa (era 5 de Outubro, lembram-se?), e sobre o primado dos direitos (o local, o aqui traduzindo a nossa realidade, e o "europeu", algures congeminado por servidores dos superiores interesses do monopólico "mercado" com expressão financeira transnacional).
Aflorou-se o debate político que faltou nos dias anteriores. Mas os dias anteriores tinham sido destinados a levar(ou não) os cidadãos ao voto, devidamente conform(at)ados, que é para isso que há a comunicação de massas. Agora, como era de esperar, trata-se - tão-só! - de encontrar os arranjos para se encontrar executivos que sirvam as políticas que decorrem do exercício da democracia tal como foi expressa. Apesar de fortemente condicionada.
Poderia continuar as reflexões. Falta-me tempo mas não queria perder estas reflexões no turbilhão do que é a vida, ou o viver neste tempo (como em qualquer outro).
Apenas acrescento que, enquanto esperava que se fizesse a hora do sono chegar (sempre atrasada...), li a entrevista de Vasco Vieira de Almeida na revista do Expresso e... adormeci reconfortado com boas (embora duras) recordações e algumas anotações. Talvez para breve. Depois de conversadas.
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