Ontem, na Assembleia da República e em consequência dos resultados eleitorais de 4 de Outubro, deu-se uma mudança muito significativa na situação política portuguesa. A governação PSD-PP foi interrompida, foi-lhe posto um fim. Assim aconteceu porque se aproveitaram as condições criadas pelas legislativas (não "governativas"...), possibilitando e validando a interpretação de que era esse o sentido do voto, concretizando a inequívoca vontade popular manifestada de muitas outras formas.
Assim se criaram as condições para um outro rumo para a política, o social, a economia. Passo num caminho fácil? Evidentemente que não! Passo laboriosamente - e seriamente! - preparado, no respeito institucional/constitucional, e na expectativa de próximo e idêntico respeito da parte de quem ocupa a Presidência da República.
Entretanto, conhecem-se e dão-se a conhecer reacções (da reacção). De estupefacção, de desespero, de ira. Como é possível, depois de 40 anos de posse e/ou partilha do poder em diferentes formas e combinações, verem-se afastados da governação dois partidos nela enquistados?
Mas essa reacção não se estranha, e há que ter atenção a (e cuidado com) sequentes manifestações.
Para enfraquecer o que possibilitou este passo e se prepara - repito: laboriosa e seriamente - para iniciar um caminho, começaram a aparecer e a inventar-se artes e manhas.
A de BE, PCP e PEV não se terem comprometido a não propor (ou a votar contra) moções de censura a um governo minoritário do PS é a mais mirabolante (talvez apenas superada pela de se exigir, eventualmente, a presença e o apadrinhamento do Papa Francisco numa espécie de casamento, e como garante da eternidade de união dos nubentes...).
Repare-se nesta pérola na manchete da 1ª página do jornal de mais vetusta referência, no dia seguinte à rejeição de um governo PSD-PP por todos os outros deputados:
O espectáculo vai continuar!
4 comentários:
A direita casseteira vai ganhando força com a indefinição de Cavaco.
Muito perigosa esta situação
e comprei-o, esse pasquim!
imprescindível, um novo jornal, de esquerda.
Desejo apenas, em nome da estabilidade política, que o novo governo dure mais de 12 dias; em nome dos mais desprotegidos, que o PSD/CDS não aprove as medidas de direita que o PS propuser; em nome do Bom Ano para todos, que Cavaco Silva recupere rapidamente da sua saúde.
Um abraço de terras de direita
E a perfídia continua!B
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