quarta-feira, novembro 11, 2015

Na manhã do dia seguinte

Ontem, na Assembleia da República e em consequência dos resultados eleitorais de 4 de Outubro, deu-se uma mudança muito significativa na situação política portuguesa. A governação PSD-PP foi interrompida, foi-lhe posto um fim. Assim aconteceu porque se aproveitaram as condições criadas pelas legislativas (não "governativas"...), possibilitando e validando a interpretação de que era esse o sentido do voto, concretizando a inequívoca vontade popular manifestada de muitas outras formas.
Assim se criaram as condições para um outro rumo para a política, o social, a economia. Passo num caminho fácil? Evidentemente que não! Passo laboriosamente - e seriamente! - preparado, no respeito institucional/constitucional, e na expectativa de próximo e idêntico respeito da parte de quem ocupa a Presidência da República.
Entretanto, conhecem-se e dão-se a conhecer reacções (da reacção). De estupefacção, de desespero, de ira. Como é possível, depois de 40 anos de posse e/ou partilha do poder em diferentes formas e combinações, verem-se afastados da governação dois partidos nela enquistados?
Mas essa reacção não se estranha, e há que ter atenção a (e cuidado com) sequentes manifestações.
Para enfraquecer o que possibilitou este passo e se prepara - repito: laboriosa e seriamente - para iniciar um caminho, começaram a aparecer e a inventar-se artes e manhas. 
A de BE, PCP e PEV não se terem comprometido a não propor (ou a votar contra) moções de censura a um governo minoritário do PS é a mais mirabolante (talvez apenas superada pela de se exigir, eventualmente, a presença e o apadrinhamento do Papa Francisco numa espécie de casamento, e como garante da eternidade de união dos nubentes...).
Repare-se nesta pérola na manchete da 1ª página do jornal de mais vetusta referência, no dia seguinte à rejeição de um governo PSD-PP por todos os outros deputados:


O espectáculo vai continuar!
       

4 comentários:

Juvenal Amado disse...

A direita casseteira vai ganhando força com a indefinição de Cavaco.

Muito perigosa esta situação

joneses disse...

e comprei-o, esse pasquim!
imprescindível, um novo jornal, de esquerda.

Pata Negra disse...

Desejo apenas, em nome da estabilidade política, que o novo governo dure mais de 12 dias; em nome dos mais desprotegidos, que o PSD/CDS não aprove as medidas de direita que o PS propuser; em nome do Bom Ano para todos, que Cavaco Silva recupere rapidamente da sua saúde.
Um abraço de terras de direita

Olinda disse...

E a perfídia continua!B