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do Zambujal e arredores, isto é, sobre nós e os outros, sobre Ourém e o resto do Mundo.
terça-feira, abril 11, 2017
Siria e outros sentires... neste "estado do mundo"
Sentei-me a esta secretária de (quase) todas as manhãs com a disposição de aproveitar muito do que lera antes de adormecer. Na revista rápida de "novidades", sou agarrado por um Expresso curto, do Valdemar Cruz. Que me exige o trabalho de divulgação ao meu alcance!
11 de Abril de
2017
Há um vento de lamentos
nos lamentos do vento
Os primeiros-ministros dos sete
países do sul da Europa (França, Itália,
Espanha, Portugal, Chipre, Grécia e Malta), ontem reunidos, como seria de
esperar não esboçaram
qualquer ato de condenação do ataque lançado pelos Estados Unidos contra a
Síria na madrugada da passada sexta-feira. Revelaram até compreensão.
E aqui entra a contradição
suprema, porque ao mesmo tempo que entendem ser necessário
sublinhar que “não pode
haver uma solução militar do conflito”, acrescentam que apenas no âmbito das resoluções da
ONU e das conversações de Genebra será possível encontrar
uma solução política crível, capaz de assegurar a paz, a estabilidade da Síria e a derrota
do autodenominado Estado Islâmico. Ou seja, tudo o
contrário do que fizeram os EUA e pelo qual estes países mostraram compreensão. Ou
então sou eu que estou desfocado, deslocado, e “às vezes sinto-me como um órfão,
muito longe de casa”. Este é um lamento com dezenas de
anos, que Jimmy Scott canta de uma
forma comovente, como o fizeram, entre muitos outros, Louis
Armstrong, Odetta, Pete Segger, Charlie Haden ou Prince. São palavras de um espiritual negro,
cujo registo mais antigo data de 1870, concebido para denunciar
a prática comum de vender os filhos dos escravos. Aqui subverto-lhe o
sentido original e converto-o no lamento por um outro tipo de tráfico, o das ideias, a que
assistimos no tempo que passa.
Bashar al-Assad é
apresentado como o maior dos facínoras, autor de crimes
odiosos, inomináveis. Seja ou não, e já se viu como há opiniões para todos os gostos e
conveniências, não podem existir dúvidas sobre uma posição
de princípio: existindo, esses crimes devem ser firmemente
condenados e combatidos, ocorram eles na Síria, na Líbia, Arábia
Saudita, em Israel, no Paquistão, no Egito, na Palestina, no Afeganistão,
no Irão, no Sudão, ou onde
quer que aconteçam e independentemente de quem sejam os seus responsáveis.
A questão é, porém, outra. Com o mesmo empenho com que se repudiam as
alegadas ações de Assad, tem de ser repudiado qualquer ato unilateral de guerra,
executado à margem das decisões das Nações Unidas, e sem uma investigação rigorosa sobre o
que realmente possa ter acontecido no terreno. Não permite
ações imediatas? É
fazer o jogo do agressor? Há hipótese de vetos (não há
sempre?). Não é bom para um presidente acossado internamente poder ganhar novo fôlego com uma vistosa
ação externa? Talvez não seja, mas o que a comunidade
internacional tem de decidir – e
Portugal em particular - é se, depois de tanto ter sido
festejada por cá a eleição de António Guterres como Secretário Geral da
ONU, afinal o que se
celebrava era a eleição de um figura decorativa para um
organismo que faz de conta que coordena, vigia e assegura o concerto das
nações porque, no limite, a última palavra será sempre a que corresponda aos
interesses de alguém tão fiável, tão seguro, tão tranquilo, tão
previsível como Donald Trump, agora transformado no herói do combate aos
russos e seus aliados. O problema é ser este o mesmo Presidente dos EUA que
não há muitos dias era
detestado pelo “centrão” que domina a política interna e
externa do país, classificado como mentalmente
instável, refém dos interesses de Vladimir Putin e desprezado pelos media. Bastaram uns
mísseis e tudo mudou. O normal, portanto.
(...)
______________________________
Por aqui me poderia ter ficado, cumprido o que considerei um dever, e tentado continuar a manhã com outros trabalhos. Mas estava mesmo "agarrado". Pela lembrança do que senti, ontem, ao saber da compreensão (!) dos 7 do Sul relativamente aos misseis enviados dos Estados Unidos contra a Síria, que foi vergonha e... "motherless child" (alguma inevitável orfandade)!
"Los países del sur consideran
“comprensible” el ataque de EE UU a El Asad"
(um terá ido "lá dentro"... ou, de tão pequeno, não coube na foto!)
Enfim,uma voz honesta,discordante da esmagadora maioria dos seus congéneres!Mais houvesse,e o "estado do mundo"seria outro.Ainda não ouvi a figura decorativa vir a terreiro.(Provávelmente estará a rezar,por quem não sei)Bjo
2 comentários:
Haja alguém sério nesta comunicação social quase toda ao serviço dos grandes poderes
Enfim,uma voz honesta,discordante da esmagadora maioria dos seus congéneres!Mais houvesse,e o "estado do mundo"seria outro.Ainda não ouvi a figura decorativa vir a terreiro.(Provávelmente estará a rezar,por quem não sei)Bjo
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