(a propósito da marcação
das legislativas para 4 de Outubro,
e do seu anúncio pelo cidadão Cavaco
Silva,
no estatuto de Presidente da
República)
Muito mal se dá esta gentalha com os outros, com os outros que
não sejam os seus. Enquanto-seus-forem.
Mas os discursos, por eles proferidos sob o estatuto de representantes dos
outros, legitimados pela escolha destes para os representar, deitam para fora
das bocas, pelos etéreos meios, preocupações imensas relativamente aos outros...
Como se preocupados com o seu futuro, com o seu nível de vida, com o seu bem-estar. Com o bem da
Nação.
Esta gentalha, alguns deles em particular, deu-se muito bem
com ditaduras, com fascismo e guerra colonial, disponível e subserviente para polícias políticas, apta e obediente para mobilizações guerreiras. Fazendo,
claro, pelas próprias vidinhas…
Fazendo pelas vidinhas, foram-se adaptando às situações
mutantes, disponíveis e aptos para, ao serviço do poder económico-financeiro, protagonizarem
ditaduras de executivos com ligeira camada de cobertura de verniz democrático.
E se lhes causam engulhos as regras democráticas que lhes são
impostas, e cujos consagrados nomes enfática e sacrilegamente invocam, não se
cansam de as procurar contornar – ou controlar… como se diz das rotundas – e, se
acaso lhes falta o engenho demagógico e manipulador, deturpam-nas, e se, ainda
assim, os seus desígnios, ou os desígnios que lhes estão cometidos, não são alcançados,
não hesitam: caminham, ou abrem caminhos, pisando as tais regras democráticas,
ignoram-nas sob os seus pés e botifarras, e justificam-se com a necessidade da
eficácia para a estabilidade e/ou para um apenas dito crescimento económico,
para o bem-estar das populações, para melhorar o nível de vida dos povos. Para
o bem da Nação. De que esmagam a soberania.
1 comentário:
SEM mais.Boa malha!
Abraço
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