Carta aberta a Wolfgang Schauble

Caro (e bem caro nos estás a ficar!…) Wolfgang Schauble,

Escrevo-te sem gosto ou gozo algum. Socorri-me de dados biográficos na net para melhor te conhecer do que pela publicidade das tuas acções e pelo excelente retrato de ti feito pelo Fernando Campos (devias vê-lo!), e não ganhei qualquer vontade de continuar nesta tarefa que trouxe do duche. 

Com franqueza franquezinha, tu és mesmo feio e mau (espero que te lavem com frequência). Digo-te isto sem pruridos de bom gosto, embora com reservas de bom senso, que não merecerias pelo modo abrutalhado como desempenhas a tua tarefa (dein kampf, para perceberes se acaso te chegar a missiva ao olho vesgo).

Assim como foste exímio na “treuhlitada” privatizadora com que o capital ocidental absorveu a RDA, estás convencido que conseguirás impor uma União Europeia construída à tua imagem. 

Mas não vais! Porque a História dá muitos trambolhões no seu caminho (dois passos atrás depois de um passo em frente,,,) mas logo, com a presteza de quem tem os séculos todos na medida do tempo que é o seu, retoma o seu caminho. Como te ensinaria a obra do teu confrade brasileiro… se  ainda fosses capaz de aprender alguma coisa. Do que não tenho grandes esperanças, nem posso contar com a ajuda do Carmo e Cunha, meu velho mestre de finanças quando estas eram parte de uma aprendizagem de economia.

Se não te cumprimento nem pelo passado nem pelo teu presente, não te auguro (nem desejo) auspicioso futuro na senda em que te meteste como pequeno deus de trazer pela Germânia encarregado de criar europas à tua imagem. 
Passa bem… e depressa. 

Este cidadão portuga 

(logo, europeu desde que nasceu

... bem antes de 1988 e do Tratado de Maastrich)