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Tenho estado a transcrever outros e
a adiar excertos de coisas minhas ou para que contribuí.
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E parece-me ser oportuno referir,
neste momento nacional e europeu (e dessa coisa chamada União Europeia) lembrar
algumas iniciativas do Partido, que muitas foram, antes da contra-revolucionária palavra de ordem soarista “a Europa connosco”, durante o
processo de adesão e logo após esta, nesses “anos de chumbo” em que se virou a
década de 80 para a de 90.
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Por exemplo, o encontro sobre a Independência Nacional,
realizado no final de 1990
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Coube-me, novel deputado no PE, ser
o relator da secção I – a situação económica e social, o desenvolvimento e a
independência nacional (as outras secções foram II – Cultura, intercâmbio e
independência nacional, relatora Manuela Esteves, e III – Portugal na Europa e
no mundo; política externa e de defesa nacional, relator João Amaral)
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Amanhã tratarei disto.
15.07.2016
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Vamos lá então pegar nisto:
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Secção I – A situação económica e
social, o desenvolvimento e a independência nacional:
1.“(…) o conceito de independência nacional aparece claramente umbilicado
com o da interdependência decorrente da crescente - e objectiva - internacionalização da actividade económica.
(...)”
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2. “(…) O conceito de independência nacional, se assente em claros
princípios, tem, no entanto, de se considerar, de se avaliar, dele se fazer uma
luta dos uma luta dos cidadãos e trabalhadores, no contexto de uma dinâmica
social marcada por essa objeciva internacionalização da actividade económica e
correlativa interdependência, que é claramente assimétrica, quer social quer
regionalmente.
“O
processo de que somos contemporâneos observa em Portugal – com a integração na
CEE e com o que nesta se constrói, ou pretende construir – a aceleração dessas
tendências objectivas, e por isso a necessidade de se tomar posição sobre a
independência nacional, e entre tomada de posição estar entre as prioridades.
Porque a transnacionalização privada, os interesses das empresas
transnacionais, as receitas neoliberais que os servem, a desregulamentação das
relações de trabalho, desprotegendo-o socialmente, impõem (ou se concretizam),
no quadro de uma transferência de soberania para níveis supranacionais,
procurando esvaziar de conteúdo o conceito de independência, essa necessidade
é, também, uma prioritária forma de luta contra esses interesses e sua
expressão anti-social.
“Ora
a CEE, desde que existe, tem sido transferência de poderes e de competências,
que aos Estados competiam, e para um sistema institucional que se caracteriza
por um evidente consensual défice
democrático. Essa transferência tem sido
acelerada desde a assinatura do Acro +Único, e mais o será no contexto da
construção da União Económica e Monetária, que atravessa a sua primeira fase.
(…).”
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3. “(…) Por último, e pela positiva, independência nacional, na
perspectiva económica e social, toma forma em projecto nacional de
desenvolvimento, que parta do arrolamento, valorização e aproveitamento
integrado dos recursos nacionais, humanos, naturais e adquiridos, tendo
importância decisiva a valorização da força de trabalho, não só como recurso mas
também como ser humano, através da formação, em sentido lato, representando um
sempre melhor conhecimento da realidade renvolvente e uma mais apta capacidade
de intervenção no sentido da concretização desse projecto nacional de
desenvolvimento que se traduza em melhores condições de vida e de trabalho dos
portugueses.”
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É muito pedagógica (historicamente)
esta iniciativa, que se seguiu a uma outra, de 1988, na preparação do XII
Congresso – Portugal e a CEE hoje
– ambas definindo posições que,
pós-integração e com o “mundo em mudança”, confirmaram as posições anteriores
do Partido sobre a integração europeia e a continuidade da luta com base no respeito
e permanente actualização do marxismo-leninismo.
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Nas condições concretas, na sempre
mutável correlação de forças, nacional, nacionais e internacionais.
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Além da verdadeira lição (de
Mestre), que é a intervenção de Álvaro Cunhal como discurso de encerramento de
iniciativa que mereceu muitas reservas e fortes reticências de alguns ainda
dentro do Partido, refiro, neste registo, a inervenção sobre o sistema financeiro e a independência nacional.
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A comunicação (lembro: de 1990!) foi da autoria de
José Pitacas e, de certa maneira, prevê e antecipa a que viria a ser a crescente (até
demencial) importância do sector financeiro-bancário no funcionamento global do
sistema capitalista, então ainda não tão visível e, agora, em fase explosiva
(implosiva?).
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Anoto um capítulo em que se
vislumbra o papel reservado à banca espanhola na privatização e controlo da
banca ainda pública portuguesa, numa interpretação da Ibéria, onde Portugal
seria, a olhos “comunitários”, uma aberração a corrigir numa estrutura sub-federalista
dentro de uma federação de Estados:
“(…)
Presentemente e só por esta via, 40 por cento da banca privada está nas mãos destas
três entidades financeiras espanholas
O Banesto controla o Banco Totta.
O Santander controla o BCI.
O Bilbao Viscaya comprou o Lloyds.
Esta
situação tinha sido prevista já em vários estudos internacionais quando quando
diziam que os bancos espanhóis apareceram tardiamente no mercado português mas,
na base da sua relativa força competitiva, espera-se que venham a adquiri uma
quota significativa do mercado entre as instituições e, em particular, em
negócios bancários a retalho. (,,,)”
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A comunicação de José Pitacas termina assim:
“(…)
Com a entrega do sistema financeiro ao domínio directo ou indirecto das
transnacionais, o País é organizado pelo exterior, a economia portuguesa é
regulada pelas empresas transnacionais.
“Assim,
numa situação de perda de capacidade de manipular de política económica,
resultante da integração comunitária torna-se urgente a manutenção de centros
de decisão nacional que permita salvaguardar as possibilidades de
desenvolvimento futuro de Portugal.”
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É tão bom (e tão acre!)
revermo-nos nas "matérias dadas"
... para continuar a luta.
De sempre, contínua!
1 comentário:
"Matérias dadas",que caíram sempre em saco roto!Estamos e vamos pagar bem caro por esse autismo.Bjo
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