Haverá quem, anónima e alarvemente, ria mas o escrito de Lenine de Setembro de 1917, com o título A catástrofe que nos espera... é muito sério! E, porque fala do capitalismo, do seu funcionamento, da luta que há que continuar, tem toda a actualidade, como se pode ver pela "amostra" junta:
.«(…) é necessária uma ingenuidade incrível para não compreender – é necessária uma excepcional hipocrisia para fingir não compreender – de onde vem esta sabotagem, por que meios ela é realizada. Pois esta sabotagem pelos banqueiros e pelos capitalistas, este torpedeamento por eles de todo o controlo, vigilância, registo, adapta-se à existência das instituições “democrático-revolucionárias”. Os senhores capitalistas assimilaram maravilhosamente essa verdade (…) de que os mencheviques e os socialistas-revolucionários se esforçaram por esquecer imediatamente depois de os seus amigos ocuparem uns lugarzinhos de ministros, de vice-ministros, etc. (…) a essência económica da exploração capitalista não é de modo nenhum afectada pela substituição das formas monárquicas de governo por formas democráticas republicanas e que, portanto, inversamente: é necessário modificar apenas a forma da luta pela inviolabilidade e a santidade do lucro capitalista para o salvaguardar na república democrática com o mesmo êxito com que foi salvaguardado na monarquia autocrática.
«A sabotagem actual, mais recente, democrático-republicana, de todo o controlo, registo, vigilância, consiste em que os capitalistas reconhecem “calorosamente” em palavras o “princípio” do controlo e a sua necessidade (como também todos os mencheviques e socialistas-revolucionários, naturalmente) mas insistem apenas na introdução “gradual”, planificada, “regulada pelo Estado”, deste controlo. Mas de facto estas belas palavrinhas encobrem o torpedeamento do controlo, a sua redução a nada, a uma ficção, [jogam com] o controlo, no adiamento de todos os passos eficazes, sérios e práticos, [n]a criação de instituições de controlo extraordinariamente complicadas, pesadas, burocráticas e sem vida, que dependem inteiramente dos capitalistas e não fazem nem podem fazer absolutamente nada.»
«A sabotagem actual, mais recente, democrático-republicana, de todo o controlo, registo, vigilância, consiste em que os capitalistas reconhecem “calorosamente” em palavras o “princípio” do controlo e a sua necessidade (como também todos os mencheviques e socialistas-revolucionários, naturalmente) mas insistem apenas na introdução “gradual”, planificada, “regulada pelo Estado”, deste controlo. Mas de facto estas belas palavrinhas encobrem o torpedeamento do controlo, a sua redução a nada, a uma ficção, [jogam com] o controlo, no adiamento de todos os passos eficazes, sérios e práticos, [n]a criação de instituições de controlo extraordinariamente complicadas, pesadas, burocráticas e sem vida, que dependem inteiramente dos capitalistas e não fazem nem podem fazer absolutamente nada.»
5 comentários:
Não te preocupes com quem ri alarvemente. Não sabem fazer outra coisa, pois nem pensam.
Podes não acreditar, mas estive a (re)ouver o prós...
Beijo.
É pena que o artigo não faça a comparação da atitude de Lenine com a de J.de Sousa relativamente à resolução do problema. O título diz tudo: "A Catástrofe que se aproxima e os meios para a conjurar". E de facto em Outubro desse ano Lenine conduziu a maior Revolução da História da Humanidade. Estamos a 500 anos luz de distância com esta gente tão medíocre.
"Para palavras loucas, orelhas moucas."
O escrito de Lenine que apresentaste é perfeitamente actual.
Um beijo.
Se a srª é surda, então como conseguiu ouvir as palavra "loucas"?
Eu não as disse por via gestual...
Maria - também o revisitei. Só tenho um verbo para aqueles dois protagonistas: confrangedor! Já fiz um "post" para a meia-noite... e tenho de ir trabalhar noutras cousas.
Graciete - Também achei, por isso o transcrevi, e as nossas posições procuram ser (e são!) inteiramente ajustadas e coerentes. O fundamental é contribuir para a tomada de consciência e a mobilização. Quando àqueles das palavras loucas e da via gestual... olha, lembra-te do Bordalo, e sorri!
Abreijos
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