O sr. ministro das finanças, no Expresso, confirmou o que eu tinha vindo a ouvir. Nesta campanha inqualificável, entre muitas falácias e alguns sustos, sai-se com estas que merecem registo :
- pergunta dos jornalistas: A privatização do BPN pode ficar vazia (isto é - digo eu - pode não haver quem lhe "pegue")?
- resposta de sexa.: Não creio. Prolongámos o período para apresentação de proposta (quer dizer: por enquanto está!). Fizemos a nacionalização para evitar uma crise sistémica num período crítico da situação financeira internacional (pois... a crise do sistema e o Estado português a sacrificar-se, nacionalizando, e assim suportando a situação internacional...). Evitámos um pânico financeiro na altura em que a nacionalização foi feita (ibidem). Fizemo-lo com compromisso de privatização (só se nacionalizou para todos suportarmos os prejuízos privados e, depois, privatizar... foi esse o compromisso. Perante quem?) e estamos a procurar cumpri-lo.
- pergunta seguinte: As perdas do BPN (isto é, os custos da nacionalização não recuperados na privatização que está "vazia") terão que ser incluídas no défice?
- resposta de sexa.: Trataremos o BPN cumprindo as regras do Eurostat (do Eurostat?! O Eurostat a estabelecer regras para o governo português cumprir?, ou o Eurostat é só um gabinete de recolha, tratamento e disponibilização de dados estatísticos para que outras entidades, como o Banco Central Europeu, tomem decisões?, o Eurostat?!...). Entendemos que a operação que está delineada não tem que ter repercussão orçamental ("a operação que está delineada"!... em que a privatização não fique "vazia" e em que haja recuperação dos custos da operação, não é?)
E quem escolheu o título deste pedaço da entrevista veio ajudar com este título que não corresponde ao que que está dito, ainda que desta maneira falaciosa.
- Perdas no BPN não terão efeitos orçamentais
Isto só visto! Porque ouvido ainda se pode ter dúvidas que tenha sido dito...
Os sustos?...
Deixo só um, e que não é pequeno (até já assustou o ministro da agricultura!):
- pergunta dos jornalistas: Que bens vão sair do IVA reduzido?
- resposta de sexa.: Apresentaremos uma revisão das tabelas anexas ao IVA. Entendemos que há produtos nessa tabela que não justificam um tratamento tão generoso (lá generosidade não se pode esperar... e, já agora, não há produtos na tabela normal - os da puericultura, por exemplo - que de modo agum mereciam tratamento tão oneroso, 23%!)
3 comentários:
Belo trabalho de "tradução". :-)))
Abraço.
Mais uma lição para mim. Não é que eu não soubesse já alguma coisa, mas assim tão bem explicadinho é que não.
Um beijo.
E se continuássemos a ouvir o cante alentejano???
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