Suponha-se que, num determinado País X, num ano 0 - tudo ficção… -, a capacidade de produção é utilizada a 100% (em pleno emprego), e produz 100 u. m. (unidades monetárias, a que não mais me referirei) e que, destas 100, 20 vão para exportação. Para a produção desses 100, houve um desgaste na capacidade de produção de 10. Reservando/poupando 10 para repor a capacidade de produção, as restantes 70 (100 - 20 - 10) do total produzido são consumidas para satisfazer necessidades, das populações, sociais e do funcionamento do Estado, a que se terá de acrescentar 20 de importação para atingir o nível 90 que dará satisfação mínima, tendo em conta a dispersão… e, talvez, promessas eleitorais.
No ano1, se apenas se utilizar 90 da capacidade potencial de 100, porque, por exemplo, se promoveu pousio na agricultura e, ao longo do ano, abate de barcos, se se conseguir manter a exportação ao mesmo nível de 20, e se houver um acréscimo do consumo (numa perspectiva global: soma do consumo das famílias, das despesas sociais e das despesas de funcionamento do Estado), para 100, será necessário importar 30; nada se poderá poupar para repor a capacidade de produção utilizada, diminuindo a capacidade potencial em 9, ou seja, passa a 91, e o País fica endividado ao exterior em 10 (30 das importações menos 20 das exportações).
No ano2, com a capacidade potencial reduzida a 91 (100 - 9), se apenas se utilizar 80 dessa capacidade (mais abates, mais pousio, mais desemprego de forças produtivas, mormente do trabalho), e se mantiver a exportação das mesmas 20 restam 60 para os consumos; se, resistindo à compressão, apesar de não aumentarem, estes consumos se mantiverem em 100, as importações terá de crescer para 40, motivando a dívida de 20, passando-a para 30, e a capacidade potencial de produção foi reduzida em 8 (mantendo-se a hipótese do nível de depreciação de 10%), e não poderá ser reposto o desgaste, o consumo produtivo.
No ano3, com a capacidade potencial reduzida a 83 (91 - 8), se continuar o mesmo rumo de desvalorizar a produção e apenas se utilizar 70 desses 83 potenciais, e se, para suster o endividamento, se conseguir acrescer as exportações, subindo-as para 25, e travar as importações não permitindo que passem de 30, apenas restam 75 (70 - 25 + 30) para os consumos, o que representará uma queda dos consumos (sobretudo nos das famílias e nas despesas sociais enquanto papel do Estado) de 100 para 75, e não se vai conseguir mais do que desacelerar o endividamento que subirá 5 passando para 35, enquanto a capacidade potencial de produção, não amortizada, descerá de 83 no início do ano3 (e de 100 no início do ciclo) para 76!
No ano1, se apenas se utilizar 90 da capacidade potencial de 100, porque, por exemplo, se promoveu pousio na agricultura e, ao longo do ano, abate de barcos, se se conseguir manter a exportação ao mesmo nível de 20, e se houver um acréscimo do consumo (numa perspectiva global: soma do consumo das famílias, das despesas sociais e das despesas de funcionamento do Estado), para 100, será necessário importar 30; nada se poderá poupar para repor a capacidade de produção utilizada, diminuindo a capacidade potencial em 9, ou seja, passa a 91, e o País fica endividado ao exterior em 10 (30 das importações menos 20 das exportações).
No ano2, com a capacidade potencial reduzida a 91 (100 - 9), se apenas se utilizar 80 dessa capacidade (mais abates, mais pousio, mais desemprego de forças produtivas, mormente do trabalho), e se mantiver a exportação das mesmas 20 restam 60 para os consumos; se, resistindo à compressão, apesar de não aumentarem, estes consumos se mantiverem em 100, as importações terá de crescer para 40, motivando a dívida de 20, passando-a para 30, e a capacidade potencial de produção foi reduzida em 8 (mantendo-se a hipótese do nível de depreciação de 10%), e não poderá ser reposto o desgaste, o consumo produtivo.
No ano3, com a capacidade potencial reduzida a 83 (91 - 8), se continuar o mesmo rumo de desvalorizar a produção e apenas se utilizar 70 desses 83 potenciais, e se, para suster o endividamento, se conseguir acrescer as exportações, subindo-as para 25, e travar as importações não permitindo que passem de 30, apenas restam 75 (70 - 25 + 30) para os consumos, o que representará uma queda dos consumos (sobretudo nos das famílias e nas despesas sociais enquanto papel do Estado) de 100 para 75, e não se vai conseguir mais do que desacelerar o endividamento que subirá 5 passando para 35, enquanto a capacidade potencial de produção, não amortizada, descerá de 83 no início do ano3 (e de 100 no início do ciclo) para 76!
A política assim caricaturada - não a traço grosso mas por números de ilustração e sem entrar com as questões (e ilusões) monetárias que apenas agravariam o desenho evolutivo da situação - é de desastre (embora haja poucos que muito beneficiem dela).
A ruptura com esta política só pode concretizar-se com o aproveitamento dos recursos, das forças produtivas (depois de termos descoberto caminhos marítimos, agora há quem esteja a descobrir o mar!...), com a valorização do trabalho, isto é, dos trabalhadores.
Isto é, pôr Portugal a produzir!
1 comentário:
Esta aparentemente simples matemática explica muita coisa mas creio que a acompreendi.
Um beijo.
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