Basta!
Terei chegado ao meu ponto de saturação (embora me pareça que estamos TODOS muito cansados) com a entrevista de ontem do ministro das finanças a Judite de Sousa.
Terei chegado ao meu ponto de saturação (embora me pareça que estamos TODOS muito cansados) com a entrevista de ontem do ministro das finanças a Judite de Sousa.
E havia quem nos acusasse a nós de “cassete”! Este episódio (em sucessivos episódios) dos “mercados”, do FMI & Cia.,Lª., do OE-rapa-tira-põe-e-deixa, do voto-nãovoto-viabilizo-nãoviabilizo-responsávelsoueu-irresponsáveléstu, é muito mais que uma "cassete", é um DVD ou uma "pen" ou algo mais moderno com uma capacidade aparentemente inesgotável tantas as mega-gigas (ou lá o que é) que contém.
Ontem à noite deu-me a fartura. Mas, antes, ainda fiz umas contas, embora já um tanto perturbado:
Ontem à noite deu-me a fartura. Mas, antes, ainda fiz umas contas, embora já um tanto perturbado:
- Se o objectivo absolutamente inquestionável é o de 4,6% de défice orçamental,
- como o défice orçamental é um cociente saldo do orçamento/PIB,
- como na previsão orçamental o crescimento do PIB é de 0,2% (em que ninguém acredita),
- se em vez de 0,2% for -2%, e tudo o resto mantiver igual, quais as consequências?
Em vez do défice ser de 4,6% passará a ser de 4,703%, e lá se vai o inquestionável objectivo!
Mas se, em vez do crescimento do PIB ser o que se diz previsível neste rumo das políticas, aumentasse 2% por efeito de se Pôr Portugal a Produzir, o défice – com tudo o resto igual –, em vez de ser 4,6% do PIB seria de 4,519%... e os “mercados” ficariam mais tranquilos (como “eles” dizem)
Isto é apenas num exercício com fracções, por mera alteração do denominador. Mas elucidativo, acho eu ... enquanto acho coisas.
9 comentários:
O Sergio, ainda sabe fazer destas contas... Agora eu, que só as de merceeiro, as minhas e as dos outros, vivo numa agonia que todos estes homens sem honra nos colaram ao estomago e à alma...
Abraço
Ana
Até Teixeira dos Santos e o resto dos membros do governo ficariam mais "calmos" se fossem igualmente postos a produzir...
Abraço.
Por falar em cassete. Nos últimos tempos (parece que também é ciclico, embora a sua amplitude seja muito, mas muito curta) tem vindo a ser repetida uma mentira que de tanto que é repetida já quase todos a ssumem como verdadeira: Portugal é o país da área euro, da europa ou da ODCE, com maior rigidez da legislação laboral ou, noutra versão, com menor flexibilidade no mercado de trabalho.
Como se assim fosse. Como se analisando apenas a legislação isso fosse verdade, mas mais importante, como se olhando bem para a realidade isso fosse reflectido.
É o FMI, é a Comissãio Europeia, é o governo português, é o PS, o PSD e o CDS, são os comentarista, economistas ou não do costume... Mentirosos!!! E como diz o povo, pior não é o que não vê, é o que não quer ver (porque sabe e pode ver).
Estou farta destes tipos, das contas que eles não fazem, das mentiras que eles nos pregam.
E ainda mais farta estou que nos tomem por parvos e nos passem atestados de estúpidos.
Têm de ter a resposta. uma GRANDE resposta. Dia 24!
Beijo.
anamar - são pouco mais que continhas de somar contra contas de (fazer) sumir... Obrigado pelo estímulo.
samuel - queres ver, queres ver que ainda te acusam de querer criar "campos de reeducação", com clínica de "acalmamento" ao lado?
Ricardo - exactamente! São duas teclas, a da rigidez da legislação laboral e a do peso da despesa pública, em que se usa a velha receita hitleriana de repetir a mentira até que os ouvintes não tenham dúvidas de que é verdade.
E nós que contrapunhamos a verdade, tanto quanto os números "deles" o permitam.
Abraços
Maria - Olá, como estás tu?
Dia 24! E até lá!
Beijos
Pois, não me apercebo dessas contas com tanto rigor mas sei perfeitamente que, se a batalha da produção não resultar, o défice aumentará.
Um beijo.
E seria demasiado atrevimento pedir-te para explicares como se calcula a produtividade?
É que nunca precebi bem como se chega a essa diferença da nossa produtividade para a dos alemães, por exemplo.
Abraço Enorme
David
e é "não percebi", claro
:-)))
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