«(...) volto à labuta, neste dia seguinte a
um congresso do PS.
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De um PS com a efemeridade de ser governo,
inchado como a imagem do seu secretário-geral e 1º ministro abunda sob a capa
de uma modéstia e simplexidade bem enganadoras.
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E, por acaso…, depois do dueto
formado por três – Cavaco, Passos e Portas –, com uma comum e visceral
antipatia, só nos podia sair este par de jarras – Marcelo e Costa –, de idênticas
(embora diferentes) risonhas, efusivas e floridas presenças.
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Que nem soam a falsas, não obstante
se revelarem, nas suas distintas fundações, inconsistentes e de inevitável
curta duração de impacto de cores e cheiros.
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Isto, claro, escrito por quem confronta
o optimismo (irritante?) com pés de barro de um primeiro, e a afectividade e simpatia esfusiante do "supremo", que se encanta na sedução dos outros, dos outros a
quem não faz nenhum esforço para conhecer e amar.
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Isto, claro, sentido por quem tem
uma interpretação do momento seriíssimo que se vive - aqui, ali, e além - e, sobretudo, tem a recordação vivida de como se chegou a este momento.
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Isto, claro, vivido por quem
persiste, sem qualquer trégua ou hiato, na participação numa luta para que o futuro
seja não aquele para que, cada um deles à sua maneira, está a contribuir, um no aproveitamento fácil de uma
mudança de postura, outro na tentativa de compatibilizar a realização de
promessas sem beliscar as causas da sua inviabilidade.
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Isto, claro, dito (ou escrito,
sentido, vivido), com toda a petulância de quem se sente armado por algumas certezas, nascidas em leituras e vivências e adubadas em mais vivências e mais leituras.
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No dia seguinte ao congresso do PS
(ao modo deles, querendo mostrar-se diferente), em que aquilo a que se chama Europa foi tema revelador do beco de que António
Costa não quer que saiamos enquanto lhe denuncia as pestilências que reconhece
e sofremos.
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E esta é uma contradição insanável
com que temos de nos debater nesta saída que encontrámos (sim!, porque fomos nós
e não ele que abriu a fresta por onde entrou a travagem possível no caminho que
percorríamos, passo necessário para a transformação inevitável… para o bem ou
para o mal).
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Ora essa contradição pode
equacionar-se de várias maneiras, mas escolho uma que é lexical: quando António
Costa fala de Europa não é de Europa que
fala, é da União Europeia que fala.
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É desta construção político-cupular
de Estados europeus para preservação de um sistema que está em falência, em
rotura irrecuperável.
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(…)
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Por isso, achei muito curioso o título
do texto semanal do Nicolau Santos (mas não muito seminal!...) no Expresso:
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Embora NS não se referisse a este
António com que logo se estabeleceu a conotação, a Europa do António Costa (e de outros António como o explicitado
por NS) já não existe (chame-se-lhe o que se quiser).
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Mas a Europa que existia antes, e que
continuará a existir depois do ensaio histórico que levou a esta União Europeia, essa
continuará a existir.
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Diferente,
mas Europa… sem aspas!»
(continuará)
1 comentário:
Boa reflexão!Depois do desastre dos meninos de Chicago,qualquer coisa que melhore o estrago, é visto com optimismo.Mas convém não abandeirar em arco,atendendo aos conhecimentos ganhos com a experiencia.Bjo
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