Há um “projecto europeu”?, ou
escrevendo com um pouco (só um
bocadinho…) de rigor: há um
“projecto de integração de Estados europeus”?
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Ou há tal projecto assim como edifício
que se vai construindo, ou como caminho que se vai fazendo passo a passo, al andar como cantou o poeta e nós ecoamos?
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Não!,
o que tem havido, no pós-guerra, são vários esboços de arranjos
macro-estruturais entre Estados europeus, adaptando-os, nas mutáveis correlações
de forças sociais, à evolução objectiva da História.
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BENELUX,
OECE, FRITAL, CAME, CECA, OCDE, CEE (com CECA e EURÁTOMO), EFTA (AECL) e, a
partir do apagamento desta e do desaparecimento do CAME, transformações na CEE
em CEs e, depois, em UE como se esta fosse a filha de todas as mães e madrastas,
a única e globalizada via, arrogando-se até a tomar abusivamente o nome do
continente, substituindo geografia, história, cultura por economia, corrijo: substituindo
Europa por União Europeia, isto é, por mercado, finanças, especulação bolsista
e bancária, especulação, dívida, défice orçamental,,,
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Mas
esses passos nesse caminho imposto transnacionalmento pela relação social
dominante, se numa única direcção sempre foram passos ziguezagueantes e, muitas
vezes, de recuo.
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Porque há os povos
e porque há que manter a fachada democrática, tem havido que ratificar alguns
desses passos mais evidentemente decisivos para os povos e os seus viveres.
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E
várias vezes os povos têm dito NÃO ao que aqueles em quem delegaram o poder congeminaram
e acertaram entre si (ou a que uns submeteram outros por força dos interesses
mais poderosos).
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BRexit
não é estreia.
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O
noruegueses disseram NÃO à integração por duas vezes (1972 e 1992), os
dinamarqueses começaram por recusar Maastrich, obrigaram a malabarismos legalistas
em que impuseram, com os britânicos e os suecos, a opção de ficarem de fora de
certas Uniões dentro da União Europeia como a Económica e Monetária (coisa de
somenos!…), e quando houve a intenção de dar uma passada que tudo varresse de
obstáculos com a constituição de uma Constituição (a que chamavam) Europeia, os
franceses e os holandeses, em referendos, disseram NÃO, isto é, não deram perna para
a passada.
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A
“solução” foi radical mas tardia: acabar com os referendos!, e avançar com fórmulas
como a do Tratado de Lisboa… sem que os povos tivessem de dizer SIM ou NÃO.
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Faltava
esta…, esta do BRexit, que se não viesse agora apenas adiava o que ficou inadiado.
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E
agora?
(...)
1 comentário:
Muito esclarecedor!Claro,que de vez em quando, é preciso que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma,mas,neste caso,será que fica?Pelo menos,servirá para fazer reflectir sobre esta europa do nosso descontentamento.Bom fim de semana.
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