Há períodos em que os acontecimentos se sucedem, cavalgam uns nos outros. PEC III, intentona no Equador, Jerónimo de Sousa em Ourém, eleições no Brasil, Centenário da República. Muito se vê, lê e ouve, muito aqui se comenta... mas fica tanto por comentar!
Algumas coisas que ficam por dizer não nos deixam retomar o curso normal da vida (há disso?...) e impõem-se.
Tinha pensado aproveitar o que li sobre o 5 de Outubro na revista Ciências Sociais de 1978, da Academia das Ciências da URSS, e não encontro espaço, nem no meu tempo nem neste blog. Mas não deixarei de voltar ao assunto.
Entretanto, não sou capaz de passar adiante, neste dia 6 de Outubro, sem recuar 24 horas e sem lembrar (a partir de cerca altura da vida muito vivemos do que foi vivido...) que na nossa formação política, melhor diria cívica, as comemorações do 5 de Outubro tiveram uma importância enorme. Desde os tempos de estudante, começos dos anos 50, era dia de ir ao cemitério do Alto de S. João homenagear "os republicanos", alguns ainda vivos, e depositar uma coroa de flores no monumento a António José de Almeida.
No caminho éramos acompanhados pela polícia. Ou melhor: éramos sempre acompanhados pelas polícias, desde a PIDE sempre presente às outras, até pela montada a cavalo que, às vezes, se lembrava de nos espadeirar. Era "dia de levar porrada". As nódoas negas curavam-se em casa - quando não eram mais graves - e iam-se transformando em calo. Para melhor se aguentar no ano seguinte e no que viesse a acontecer no intervalo. E havia sempre coisas a acontecer. Porque é o acontecer que faz a hora. E porque quem sabe não espera acontecer.
Assim me fui aproximando, sem o ter premeditado, de
... isto pra não dizerem que não falei das flores
(de Geraldo Vandré, cantado por Zé Ramalho)
15 comentários:
Nas comemorações do centenário da Républica Burguesa,Francisco Lopes produziu estas brihantes declarações.
"O Presidente da Républica com esta opção que tomou, de favorecer o rumo de brutal ataque aos trabalhadores e ao povo português que está em curso,está a ser um factor de profunda desunião, (nacional)porque num quadro de injustiças que existe e do rumo do afundamento do Pais (da economia burguesa capitalista)só é possivel um COMPROMISSO para resolver as injustiças e para resolver o problema nacional."
-Mas Cavaco alguma vez tomou outra opção que não fosse a defesa dos interesses da burguesia capitalista?
-Mas pode haver UNIÃO entre capitalistas e proletários, quando os interesses destas duas classes sociais são antagónicos?
-"Um compromisso" com a burguesia para salvar o país, só é possivel desde que seja para resolver as "injustiças e o problema nacional".Mas desde quando é que a burguesia fará um compromisso, que não seja para resolver os seus interesses de classe?
-Mas desde quando é que as injustiças sociais e os problemas do país se podem resolver, no quadro de uma sociedade capitalista?
É este o tal candidato diferente e alternativo e esta politica de colaboração de classe, que o PCP tem a propôr aos trabalhadores?Porca Miséria, como dizem os italianos.
Saudações Fraternais
A Chispa!
Mais uma cerimónia fúnebre que não deixou na história de Portugal qualquer marca relevante. Lenine ao corrente de tudo que se passava nos países europeus (incluindo Portugal) não deixou de satirizar o regicídio de 1908, e mais tarde na Revolução de 1910 teve a lucidez de a comparar com a revolução Russa de 1905 e de demonstrar como ela estava tão atrasada relação ao movimento operário russo dessa época. Os comunistas potugueses não se cansam de conclamar os valentes "por mares nunca dantes navegados calam a voz trajana". revisionismo parecido com o discurso de Carlos Queiroz e J. Mourinho. Não admira que o autor deste bolg goste tanto da "selecção". Isto, sim, é ser revolucionário e patriota até à medula.
Ah! vocemecês voltaram?! É assim, às revoadas?
Deixem-me em paz... e na minha luta que não é contra vocês, embora vocês me obriguem a perder tempo. E ele é tão pouco. Sempre foi mas, agora, acrescento... JÁ é tão pouco (estou com 74 anos, porra)!
Vão chatear outros mais novos, talvez susceptíveis (espero bem que não!) de irem nas vossas cantigas...
Por cá, "elegemos" Romário, o Palhaço Tiririca (este, com mais de 1,3 milhão de votos), Anthony Garotinho (mais de 600 mil votos -sub-judice, porque condenado por abuso de poder em outra eleição), além de alguns conhecidos "mensaleiros". Dilma levou o 1º turno, mas o palanque estava com rostos à beira de uma ressaca (ou depois dela). O PT torce pela volta de "Lulinha Paz e Amor" porque o dito cujo - que inventou a criatura - exagerou na dose, convencido de que não haveria o confronto em 2º turno com Serra. A campanha para Presidente (salvo por Marina)foi pobre: promete-se ao povo as migalhas. Mas houve diversão: a maior de todas, em São Paulo, onde o humorista Tiririca, com uma candidatura tão polêmica quanto legítima arrebatou mais de milhão de votos, com uma campanha que - digamos assim - aproveitou o "potencial do produto". Quem quiser ver, vá até http://www.youtube.com/watch?v=qJqD6SrrOA4
...ou ainda http://www.youtube.com/watch?v=x0hTBU16LhQ&NR=1
Saudações cariocas!
É uma importante memória!
De qualquer modo, qualquer memória que te tivesse trazido a esta grande canção, seria importante. :-)
Abraço.
Este maralhal "género chispa" desperta-me alguma curiosidade. Não de saber o que dizem... que isso pouco me interessa, mas para testemunhar o momento histórico em que aparecem np PS, no PPD, ou, glória máxima, na Comissão Europeia.
De qualquer maneira, enquanto andam a tomar balanço para ocupar os "seus verdadeiros lugares"... dizem coisas "giras", vá lá... fofas. :-)))
Hoje apareceram duas aves muito giras!...
Caro Sérgio
Não se refugi na idade e no cansaço,responda às questões levantadas pela "A Chispa!".
São encomodativas e pertinentes e colocam os oportunistas em maus lencóis, nós sabemos, mas se fosse você e os seus amigos apenas aqueles que estavam sujeitos às consequências destes "compromissos" que se têm vindo a realizar desde o 25 de abril, pode acreditar que não interrompiamos os seus afazeres que acreditamos que sejam muitos, mas o problema é que quem sofre e tem sofrido as consequências dessa politica oportunista de direita, revisionista tem sido o proletariado, todos estes ataques que a burguesia tem desferido contra os trabalhadores,o PCP tem nela enormes responsabilidades, quando controla as direcções sindicais e não permite que a luta dos trabalhadores contra esses ataques possa ir mais longe,conduzindo-os à derrota e à descrença nas suas próprias forças, acabando a burguesia por impor a sua politica reaccionária.
Para não irmos mais longe, basta observar com o que se passou com o Pec I e II, onde o governo aplicou as medidas com o minimo de protesto,e que agora voltou à carga com medidas mais agressivas com consequências profundas para as famílias dos trabalhadores. Se você estivesse nesta situação, possivelmente, compreendia os meus reparos,mas como não está...
Quanto a chatear-mos os mais "novos", nós vamos aos poucos tentando chamá-los à atenção para determinados factos,mas olhe que está dificil, mesmo nesta camada o oportunismo e a tendência para o compromisso,introduzida pelos mais velhos,já está em alguns casos bem arreigada,o que os leva umas vezes a responder, outras remetem-se ao silêncio perante a evidência dos factos, outros mais velhinhos como por exemplo o do "oassaltoaoceu.blogspot.com" já nem sequer publicam os comentários, demonstrando toda a sua covardia politica e baixa moral intelectual, imprópria para quem se arroga de pertencer ao comunismo.Mas prometemos que cumpriremos com a sua sugestão.
No entanto não deixamos de lhe pedir desculpa, pelos incómodos politicos que lhe temos provocado.
Bem haja
A Chispa!
Caro Sérgio
Ao ler os comentários do Chispa e do Anónimo das 14h30, lembrei-me, penso que a propósito, de uma obra notável, em minha opinião, do Álvaro Cunhal, "O Revisionismo Pequeno-Burguês de Fachada Socialista". E olhando para os tempos que correm, é ver esses pesudo-revolucionários de há alguns anos bem instalados na vida, seja em Bruxelas, seja aqui, de mãos dadas com os detentores do poder económico. Eles acusam-te, acusam-nos, daquilo que eles são, daquilo que eles, objectivamente, fazem. E fazem-no à espera da recompensa que outros, antes deles, tiveram.
Mas a luta continua, como sempre aconteceu, mesmo contra a aliança desses pseudo-revolucionários com o capital.
No dia 29 de Novembro, nós estaremos onde temos de estar, eles estarão no outro lado da barricada.
Do Norte um abraço amigo
Valdemar
Caro Valdemar
A "A CHISPA!" é produzida por ex-operários da Lisnave, S.N e de outras empresas, em Bruxelas,bem instalado e a servir os interesses da burguesia capitalista portuguesa, esteve o amigo Sérgio e estão outros que já estiveram no PCP.
Não entre na provocação, responda as questões que a "A CHISPA!" coloca, ou também se sente entalado com as afirmações de F.Lopes
Um abraço,Valdemar
A CHISPA!
Qual o significado da palavra compromisso para A CHISPA?
Eu entendo-a como compromisso com o povo português para evitar ou minorar a desgraça que lhe está acontecendo e tudo fazer para que haja uma ruptura real com esta política de sujeição aos interesses financeiros do grande capital e do imperialismo. Mas gostei de ler que está difícil chamar os jovens à razão deles(CHISPA)
Um abraço camarada Sérgio. Eu também já ando cansada com tanto esquerdismo que só favorece quem eles dizem atacar.
Mas que barulheira que "praqui" vai!! Nem me deixaram ouvir a canção:)))
Sérgio, tu, como muitos, mesmo muitos milhares,entre os quais eu, estamos na política, seja aqui, seja onde for, para lutar por ideais, por um País mais justo, mais fraterno, mais solidário. Claro que não deixamos de estar sujeitos aos insultos de alguns cujo comportamento se caracteriza por considerar como inimigo principal aqueles que não procuram satisfazer interesses pessoais, mas lutar pela realização do Portugal querido em Abril. Já estamos vacinados pelos insultos que sistematicamente produzem.
Estou certo que depois de tantos anos de luta consequente, coisa que essa gente também poderá ter mas no sentido da defesa dos interesses que combatemos, tu continuarás ainda com mais denodo a percorrer o caminho que tão bem escolheste e a propiciar-nos este espaço onde tanto aprendemos. Para que não haja dúvidas, apoiarei o Francisco Lopes como o melhor candidato a PR, o único candidato que defende a ruptura com a política que vai levando o nosso País para o abismo. E com tanto que fazer, porque o caminho faz-se com trabalho, não perderei mais tempo a comentar o que não merece que o faça.
Do Norte, um grande abraço
Valdemar
Fogo que isto ficou animado...
Vamos fazer a hora? É isso que importa!
Beijos.
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