Em lembrança/homenagem a uma certa matéria dada na Universidade Sénior de Ourém... um poema de Mário Benedetti traduzido (mas procurando em nada trair... embora "cucado"):
Não fujas (no te salves)
Não fiques parado
à beira da estrada,
não congeles a alegria,
não queiras sem ganas
de querer,
não fujas agora
nem
nunca,
não fujas!
Não te enchas de resignação,
não guardes, do mundo todo,
apenas um cantinho tranquilo,
não baixes os olhos ao chão
pesados
como chumbo,
não fiques de boca seca
de palavras,
não durmas sem sonhos
não medites sem côr
sem
sangue,
não te julgues fora do tempo!
Mas se,
apesar de tudo,
não conseguires vencer-te
e, parado à beira da estrada,
congelas a alegria,
queres sem ganas de querer
e foges de agora, de hoje,
Se te enches de resignação
e, do mundo todo,
guardas para ti
só um cantinho tranquilo
e se amarras os olhos ao chão,
sem os levantares
para outros olhos,
e se mastigas as palavras
na boca seca
e se dormes sem sonhos
e se meditas sem côr
sem sangue
e se te julgas fora do tempo
Se, por tudo isso,
ficas parado à beira da estradas
e foges,
então…
não fico
contigo!
1 comentário:
Belíssima tradução do poema!
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