A 22 de Abril e a 8 de Maio cumpri a convocatória/convite
para apresentar o livro Da resistência antifascista à nacionalização da
banca, de Anselmo Dias, em Lisboa (no STEC) e em Almada (na Sala Pablo
Neruda do Forum Municipal Romeu Correia), como o foi noutros espaços e por
outros apresentadores (na Universidade Popular do Porto, por Avelino Gonçalves).
Não tendo escrito nenhum texto para introduzir o debate, tomei umas notas e fiz
um esboço de esquema que acompanharia o folhear do livro e a citação de algumas
passagens assinaladas e sublinhadas.
Das notas, retiro o que me pareceu útil para arrumação relevando
três momentos-marcos ou períodos do que foi um processo, e sua extrapolação para o
presente:
- · 1969-75 – resistência à nacionalizações
- · 1990-95 – desnacionalização-UEM-BCE
- · 2009-… – “crise” e colapso EuroGrupo
Referir, sublinhando, o papel do trabalho de consciencialização
e mobilização de massas, em paralelo com a luta institucional, estruturas e
organizações sindicais. Dentro de um sindicalismo “domesticado”, e
potencialmente a derivar para “bom vendedor” de força de trabalho, lutando por um
sindicalismo de classe. Ilustrar com o processo concreto das nacionalizações, tal como o livro
testemunha.
Anotar as acções convergentes no aproveitamento da legislação
marcelista em outras áreas profissionais. As arbitragens nos caixeiros e nos
metalúrgicos. Contar casos e situações
vividas.
Falar do “divisionismo sindical” que desde sempre se
manifestou, foi estimulado e aproveitado, com recurso ao que o livro conta do “caso
João Aguiar".
Sublinhar o papel decisivo dos delegados sindicais nas acções
de nacionalização e nos dias sequentes.
Por último, enfatizar a necessidade de debater – hoje! – a nacionalização
da banca… nas novas condições e nunca esquecendo as lições da experiência vivida
Abrir debate.
O debate foi animado, particularmente interessante como testemunhos,
e dele guardei –como novas notas – muita “matéria” e duas frases-imagens – ”foi às
pinguinhas ou a conta-gotas” e “às vezes parece estar-se à espera de um comboio
numa paragem de autocarros” –, que aproveitei para abrir, dentro do mesmo
esquema, a apresentação de Almada, que teve idêntica participação (cerca de 40
presentes em cada), com destaque para bancários
reformados e saudosos de experiências e tempos vividos.
-----
Porque recupero estas notas? Entre outras razões, porque “la
Grèce me blesse” e penso na próxima semana (e na anterior) de corrida aos
bancos… sem haver a força do controle dos trabalhadores da banca que caracterizou
Portugal em Março de 1975.
Ou será que?!...
Sem comentários:
Enviar um comentário