sábado, junho 27, 2015

A Grécia... ou será que?

A 22 de Abril e a 8 de Maio cumpri a convocatória/convite para apresentar o livro Da resistência antifascista à nacionalização da banca, de Anselmo Dias, em Lisboa (no STEC) e em Almada (na Sala Pablo Neruda do Forum Municipal Romeu Correia), como o foi noutros espaços e por outros apresentadores (na Universidade Popular do Porto, por Avelino Gonçalves).
Não tendo escrito nenhum texto para introduzir o debate, tomei umas notas e fiz um esboço de esquema que acompanharia o folhear do livro e a citação de algumas passagens assinaladas e sublinhadas.
Das notas, retiro o que me pareceu útil para arrumação relevando três momentos-marcos ou períodos do que foi um processo, e sua extrapolação para o presente:
  • ·        1969-75 – resistência à nacionalizações
  • ·        1990-95 – desnacionalização-UEM-BCE
  • ·        2009-… – “crise” e colapso EuroGrupo

Referir, sublinhando, o papel do trabalho de consciencialização e mobilização de massas, em paralelo com a luta institucional, estruturas e organizações sindicais. Dentro de um sindicalismo “domesticado”, e potencialmente a derivar para “bom vendedor” de força de trabalho, lutando por um sindicalismo de classe. Ilustrar com o processo concreto  das nacionalizações, tal como o livro testemunha.
Anotar as acções convergentes no aproveitamento da legislação marcelista em outras áreas profissionais. As arbitragens nos caixeiros e nos metalúrgicos. Contar casos e situações  vividas.
Falar do “divisionismo sindical” que desde sempre se manifestou, foi estimulado e aproveitado, com recurso ao que o livro conta do “caso João Aguiar".
Sublinhar o papel decisivo dos delegados sindicais nas acções de nacionalização e nos dias sequentes.
Por último, enfatizar a necessidade de debater – hoje! – a nacionalização da banca… nas novas condições e nunca esquecendo as lições da experiência vivida
Abrir debate.

O debate foi animado, particularmente interessante como testemunhos, e dele guardei –como novas notas – muita “matéria” e duas frases-imagens – ”foi às pinguinhas ou a conta-gotas” e “às vezes parece estar-se à espera de um comboio numa paragem de autocarros” –, que aproveitei para abrir, dentro do mesmo esquema, a apresentação de Almada, que teve idêntica participação (cerca de 40 presentes em cada), com  destaque para bancários reformados e saudosos de experiências e tempos vividos.
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Porque recupero estas notas? Entre outras razões, porque “la Grèce me blesse” e penso na próxima semana (e na anterior) de corrida aos bancos… sem haver a força do controle dos trabalhadores da banca que caracterizou Portugal em Março de 1975. 
Ou será que?!...

  

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