Enquanto em Bruxelas se realiza o encontro União Europeia-América Latina, tudo parece servir de cenário para a "tragédia grega". De adiamento em adiamento, de chantagem em chantagem, de propostas em recusas, de recusas em prostas, de reuniões a dois, a três, a todos, esta aparente luta de tracção à corda continua, com a afirmação (dos dois lados da corda) quase caricata de que o grande objectivo é "salvar" o euro, a zona euro, a União Europeia. 
 A chanceler alemã, Angela Merkel, disse esta quarta-feira que é possível 
encontrar uma solução para a crise da dívida grega, considerando que "querer é 
poder". 
"Mas cada dia conta", adiantou a chanceler, que falava antes do início de uma 
cimeira entre a União Europeia (UE) e os países da América Latina e das 
Caraíbas, lembrando que "o objetivo é manter a Grécia na zona euro". 
Numa altura em que a Comissão Europeu endureceu o tom, insatisfeita com as 
últimas propostas do governo grego, Merkel indicou estar pronta a encontrar-se, 
"à margem da cimeira, com o primeiro-ministro grego (Alex Tsipras), juntamente 
com o presidente francês (François Hollande)". 
Se o primeiro-ministro grego "quer discutir connosco, claro que o faremos", 
disse, ao mesmo tempo que lembrava que as negociações sobre a dívida grega 
"devem continuar com as três instituições", a UE, o Fundo Monetário 
Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu. 
"A minha abordagem é sempre a de que querer é poder. Mas o trabalho deve ser 
feito com as três instituições e cada dia conta", disse ainda Merkel. 
O presidente francês, por seu turno, apelou para que se avance depressa e se 
concluam rapidamente as negociações entre a Grécia e os seus credores. 
"Só temos uma mensagem: é preciso avançar com rapidez, não deixar que se 
arraste, não sugerir soluções que seriam negativas para a Grécia e para a União 
Europeia e para a zona euro", disse Hollande ao chegar à cimeira UE-América 
Latina. 
A Comissão Europeia manifestou-se insatisfeita com as propostas apresentadas 
na terça-feira pela Grécia no âmbito do plano de assistência financeira, 
argumentando que estas "não refletem" as discussões anteriores entre Atenas e 
Bruxelas.   
De um acordo sobre as reformas a realizar pela Grécia depende o desembolso de 
uma ajuda financeira vital para o país, 7,2 mil milhões de euros prometidos a 
Atenas e suspensos há meses. 
A Grécia enfrenta problemas de liquidez e tem de pagar perto de 1,6 mil 
milhões de euros ao FMI a 30 de junho.

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