segunda-feira, outubro 04, 2010

Cont(H)abilidades!

Entre as medidas do PEC III, a questão da integração do fundo de pensões da PT terá ficado como a mais nebulosa e a menos controvertida.
Não se trata do IVA "normal", com mais 2 pontos percentuais, da redução de salários acima dos 1.500 euros, e de outras manigâncias que se descodificam com alguma facilidade, embora com toda a poeira que as acompanha - revisão da estrutura do imposto, escalonamento acima dos tais 1.500 euros, temporalidade das medidas, etc. e tal -, e que nem se deixa pousar, hoje diz-se uma coisa, amanhã diz-se outra, este que é ministro diz que sim, aquele que é primeiro diz que não.
No entanto, tudo isso é cristalino face à cont(h)abilidade com o fundo de pensões da PT que passaria para o Estado e viria dar uma ajuda muito cont(h)abilidosa para pagar não sei quantos submarinos, para se cumprir metas do défice... para acalmar os mercados. Afinal, em "económico", hoje, temos mais um balde de água fria:

«Défice seria de 8,8%
sem o fundo de pensões da PT
Pedro Latoeiro
04/10/10 16:29
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A S&P não conta com a integração do fundo de pensões da PT no Estado.
A agência de ‘rating’ não conta com a integração do fundo de pensões no Estado e estima por isso que o défice português será de 8,8% este ano.

"A transferência do fundo de pensões da Portugal Telecom (PT) para o Estado não será contabilizada no nosso método. Como tal, esperamos que o défice de 2010 se aproxime de 8,8% do PIB, bem abaixo do objectivo de 7,3%", lê-se numa nota da agência Standard & Poor's.

De recordar que a incorporação do fundo de pensões da PT no Estado é uma medida extraordinária que integra o último pacote de austeridade do Governo português. Teixeira dos Santos explicou esta receita extraordinária com a necessidade de cobrir a despesa com a aquisição de um submarino.

Sobre as outras medidas, a S&P considera que o corte de salários da Função Pública, juntamente com a subida do IVA para 23%, deve compensar largamente a fraca consolidação orçamental conseguida em 2010.

Ainda assim, a agência não descarta medidas adicionais em 2011, até porque Portugal tem nesse ano o maior desafio orçamental de toda a zona euro. "Este Governo tomará medidas adicionais para cortar o défice se acreditar que tal venha a ser necessário", refere no mesmo documento.»
.
O quê? O PEC IV? Isto é pior que uma telenovela de horror!

1 comentário:

Graciete Rietsch disse...

É mesmo um filme de horror.
Como é difícil de aceitar esta cont(Habilidade)!
Mas o que mais me custa é que ainda haja quem a considere necessária.

Um beijo.