Já há o precedente das sextas-feiras negras que vem lá dos anos 30.
Quando as coisas estavam complicadas, mas mesmo muito complicadas, faziam-se feriados, sobretudo feriados bancários, não fosse o pessoal lembrar-se de ir aos bancos bus car as suas poupanças que estavam tão bem no pé de meia ou debaixo do colchão e tinham sido desencaminhadas para os banco, onde lhes deram descaminho! E a dimensão do "bangsterismo" não tinha nada a ver a dimensão do actualmente se passa, com a demencial financeirização. Repare-se que nessa altura, os dinheiros tinham cobertura, isto é, havia coisas nos cofres dos Estado relacionadas com o que os Estados emitiam como moeda. Fiduciário, dizia-se, ou seja, merecia confiança.
Bom... mas eu estava a falar de outros assuntos e resvalou-me logo o pé para este teme da moeda e mais isto e mais aquilo.
Voltemos, pois aos feriados, até porque estamos num (da Independência e Restauração nacionais, com o Conde de Andeiro, perdão, com o Miguel de Vasconcelos atirado pela janela). Estava eu a pensar se não seria interessante aproveitar a ideia dos feriados-obrigatórios-e-imprevistos-cá-por-coisas e fazer um mês-de-férias-obrigatórias-e-imprevistas-cá-por-coisas-parecidas?! De qualquer maneira, já conseguiram fazer a economia produtiva tão remanescente, com as terras em pousio, as águas paradas e as indústrias em deslocalização, que se calhar não fazia grande diferença.
Por outro lado, e este é o busilis da ideia, talvez se chegasse mais depressa a 23 de Janeiro, poupando-nos a este espectáculo que estraga o Natal a qualquer Menino Jesus.
Já repararam que Terreiro do Paço e Grand'Place dizem-se e desdizem-se com curtos intervalos, e com ainda mais curtos intervalos, os nossos governantes parecem desgovernados e contradizem-se uns aos outros e a si próprios? Sai um secretário de Estado porque o ministro não foi solidário, demite-se o chefe da espionagem porque, diz ele, com este OE2011, não pode espionar (ou é espiolhar?) em condições, saem directores-gerais porque não sei o quê, cada um com as suas razões ou sem elas.
Neste estado em que estamos, está tudo parado - ou, quando não está, é um total desnorte e desvario -, tudo à espera de 23 de Janeiro.
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Pare-se tudo. Façam-se férias!
3 comentários:
É uma boa ideia, sim senhor...
Um abraço.
Mas hoje é quarta feira?!
Diga-se que também negra, porque também negros são os tempos que vivemos! Trevas?! Alguns ainda vêem alguma coisa! Mas de tão negros que são os tempos, ninguém quer ver nada! Um feriado! Ora aí está! E nada...
Um abraço muito
A televisão está a tentar o coma induzido coletivo... e por vezes parece que resulta.
Abraço.
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