Nobel
Krugman: Juro do leilão de OT de Portugal é “ruinoso”
Económico com Lusa
13/01/11 07:00
Krugman: Juro do leilão de OT de Portugal é “ruinoso”
Económico com Lusa
13/01/11 07:00
Krugman alerta para a destruição dos países periféricos da zona euro caso os juros continuem elevados.
O Nobel da Economia alerta que mais sucessos como o do leilão português de ontem e a periferia europeia será “destruída".
Na apreciação que Paul Krugman faz no seu blogue, o economista considera a taxa de juro do leilão da dívida pública portuguesa "pouco menos que ruinosa".
Portugal colocou hoje no mercado 1.249 milhões de euros em obrigações do Tesouro com maturidades a 10 e a 4 anos. Nos títulos a 10 anos, a taxa média ponderada baixou para 6,716% face aos 6,806% observados no leilão anterior. Nessa maturidade foram emitidos 599 milhões de euros, tendo a procura superado em mais de três vezes a oferta. Já nos títulos a 4 anos, os juros dispararam para 5,396% face aos 4,041% do leilão anterior comparável. Nesta maturidade foram dadas ordens que superaram em 2,6 vezes o montante da oferta, tendo sido emitidos 650 milhões de euros.
Em reacção, o primeiro-ministro considerou a colocação da dívida "um sucesso, qualquer que seja o parâmetro pelo qual se analise".O leilão foi "um sucesso na procura e um sucesso no preço, e isso é a melhor demonstração de confiança na economia portuguesa por parte dos mercados", sublinhou José Sócrates, à entrada para a Heimtextil, em Frankfurt.
No seu comentário, Krugman afirma que "considerar um sucesso a capacidade de Portugal colocar obrigações a dez anos a uma taxa de juro de 'apenas' 6,7% diz alguma coisa do profundo desespero da situação europeia".
O Nobel argumenta que, "se se pensar sobre a dinâmica da dívida, uma taxa de juro tão alta é pouco menos que ruinosa". Adianta, porém, que "não é, de facto, tão má como as pessoas estavam à espera na semana passada, daí o sucesso". Mas alerta: "Mais alguns sucessos e a periferia europeia será destruída."
No início do dia de quarta-feira, antes do leilão que se realizou durante a manhã, a Bloomberg citava o Financial Times alemão para divulgar que a Comissão Europeia e o fundo de resgate europeu estavam a preparar uma ajuda a Portugal que poderia chegar aos 100 mil milhões de euros se fosse necessária. Pormenorizava-se que a ajuda poderia ser disponibilizada muito brevemente, se o leilão da dívida registasse juros considerados insustentáveis.»
O Nobel da Economia alerta que mais sucessos como o do leilão português de ontem e a periferia europeia será “destruída".
Na apreciação que Paul Krugman faz no seu blogue, o economista considera a taxa de juro do leilão da dívida pública portuguesa "pouco menos que ruinosa".
Portugal colocou hoje no mercado 1.249 milhões de euros em obrigações do Tesouro com maturidades a 10 e a 4 anos. Nos títulos a 10 anos, a taxa média ponderada baixou para 6,716% face aos 6,806% observados no leilão anterior. Nessa maturidade foram emitidos 599 milhões de euros, tendo a procura superado em mais de três vezes a oferta. Já nos títulos a 4 anos, os juros dispararam para 5,396% face aos 4,041% do leilão anterior comparável. Nesta maturidade foram dadas ordens que superaram em 2,6 vezes o montante da oferta, tendo sido emitidos 650 milhões de euros.
Em reacção, o primeiro-ministro considerou a colocação da dívida "um sucesso, qualquer que seja o parâmetro pelo qual se analise".O leilão foi "um sucesso na procura e um sucesso no preço, e isso é a melhor demonstração de confiança na economia portuguesa por parte dos mercados", sublinhou José Sócrates, à entrada para a Heimtextil, em Frankfurt.
No seu comentário, Krugman afirma que "considerar um sucesso a capacidade de Portugal colocar obrigações a dez anos a uma taxa de juro de 'apenas' 6,7% diz alguma coisa do profundo desespero da situação europeia".
O Nobel argumenta que, "se se pensar sobre a dinâmica da dívida, uma taxa de juro tão alta é pouco menos que ruinosa". Adianta, porém, que "não é, de facto, tão má como as pessoas estavam à espera na semana passada, daí o sucesso". Mas alerta: "Mais alguns sucessos e a periferia europeia será destruída."
No início do dia de quarta-feira, antes do leilão que se realizou durante a manhã, a Bloomberg citava o Financial Times alemão para divulgar que a Comissão Europeia e o fundo de resgate europeu estavam a preparar uma ajuda a Portugal que poderia chegar aos 100 mil milhões de euros se fosse necessária. Pormenorizava-se que a ajuda poderia ser disponibilizada muito brevemente, se o leilão da dívida registasse juros considerados insustentáveis.»
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E não se nos acuse que o transcrevemos com satisfação! Bem pelo contrário.
Há que mudar de rumo!
6 comentários:
Sérgio,
Esta história dos juros sobre a dívida pública portuguesa tem vindo a alimentar uma velha questão na minha cabeça (e concerteza não só na minha): mas afinal o que nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?
Dizem que a procura multiplicou mais de duas vezes a oferta de títulos. Supostamente o preço dos título deveria ter aumentado, diminuindo o juro a pagar. Mas o que temos vindo a observar é que perante a «segurança» de obter uma elevada remuneração do capital aplicado devido às elevadas taxas de juro e à dependência apresentada pelas políticas de financiamento do Estado português.
Parece que afinal a famosa lei de Say não se verifica em todos os casos, nomeadamente quando os pressupostos do mercado cosntruido no idealismo do fim da história não se verificam. O grave é que quem está a pagar esta elevada remuneração ao capital (neste caso especulativo) é o trabalho de todos aqueles que mais nada têm, capacidade de trabalhar.
Abraço!
É claro que afundamento da situação vai gerar uma grande crise económica, que o PCP e a Inter lamentam, mas que devia ser o motor da luta contra o capital e por isso deveria ser oportunamente aproveitada. O que se vê com estas lamentações é apenas o percurso sinuoso do PCP e seus "copains" que o arrastarão para o abismo. Vão ter o mesmo destino da URSS da camarilha Khruchtchev.
Ricardo - pois...
Já viste o "comentador" que te segue? Ele há cada "revolucionário"!
Abraço
Há que mudar o rumo. Com a luta! Urgentemente, porque as consequências sociais são gravíssimas e haverá quem as sofra.
Que há que mudar de rumo, eu sei e sinto-o. Mas o negócio com a dívida é que eu não compreendo muito bem. O que significa vender uma dívida? Tenho que ir urgente mente comprar o teu livro.
Um beijo.
Para a "nacional parolice" dos nossos analistas... é muito educativo que apareçam estas dicas vindas de fora.
Abraço.
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