quinta-feira, janeiro 13, 2011

Porque é bom lembrar!

No dia 11, no cravodebril, Fernando Samuel "postava" uma mensagem-comentário, com o título é bom lembrar, a partir da habitual crónica de Mário Soares no DN.
É um excelente texto (que pode ser lido integralmente aqui), e dele retiro este parágrafo da transcrição da despudorada "confissão" de Mário Soares:

«Depois do caso República - e no período mais agudo do PREC - conspirei activamente, em nome do PS, com o chamado Grupo dos Nove, no restaurante Bordalo, onde me encontrava praticamente todas as semanas com Victor Alves, Vasco Lourenço, Melo Antunes, Victor Crespo, Costa Brás e com o saudoso comandante Gomes Mota, entre outros. E mais tarde em casa do Jorge Campinos, contra o golpe que os comunistas e os esquerdistas preparavam para impor o "poder popular". Foram vencidos em 25 de Novembro de 1975, do qual resultou a normalização democrática da Revolução».
.
Sem pretender acrescentar algo ao que Fernando Samuel escreveu, a não ser o asco que a prosa soarina me provoca, só duas observações:
  • antes do "caso República", já Soares conspirava contra o que ele chama PREC, e que são as iniciais de processo revolucionário em curso, talvez não o fazendo "activamente, em nome do PS" mas subversivamente em seu nome pessoal e dos interesses que servia com a sua conspiração, evidentemente contra-revolucionária. Aliás, a montagem do "caso República", aquela encenação burlesca ou soaresca, foi um exemplo de conspiração contra-revolucionária;
  • como muito bem esclarece Fernando Samuel, «Já em relação ao aludido "golpe dos comunistas", Soares continua a fugir com a bochecha à seringa, assim escondendo, com um golpe inventado, a série ininterrupta de golpes a que ele e os seus correligionários e afins, a mando dos seus patrões, estiveram ligados.
    Designadamente o 25 de Novembro, do qual resultou esta «normalização democrática» em que vivemos hoje: com a independência do País nas patas dos grandes da Europa e do mundo, com a aparelho produtivo destruído... com o desemprego, a precariedade, os salários em atraso, os cortes nos salários, o congelamento das pensões e reformas... com os PEC's todos, o OE, a pobreza, a miséria, a fome... e com o FMI a preparar-se para invadir e ocupar Portugal.»

Esta chamada (por Mário Soares) «normalização democrática da Revolução"», NÃO!, nem obrigados.

É 3 em 1 porque não é normalização, não é democrática, é contra-revolucionária.

Mas é bom lembrar os conspiradores que estão na sua origem! E quando são eles a fazê-lo, melhor.

5 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Mário Soares começou a trair antes do 25 de Abril. Lembram-se da CDE e da CEUD nas eleições de 1969?
Eu nunca esquecerei.

Um beijo.

Carlos Gomes disse...

Tenho um particular interesse pelo estudo dos acontecimentos políticos nas últimas décadas os quais também vivi intensamente. Agora mais numa perspectiva histórica, desprendida das paixões políticas.
No comentário de Mário Soares apenas quero anotar um pormenor que, a avaliar por outras intervenções recentes, deve possuir um diagnóstico clínico que se pretende ocultar. Creio que, quando referiu o "restaurante Bordalho", Mário Soares pretendia referir-se ao "restaurante Chocalho" que ainda existe, na rua de Santos-o-Velho, em Lisboa.
A confirmar-se a situação clínica que desde há algum tempo suspeito, penso que não deveremos levar demasiado a sério alguns comentários.

Carlos Gomes disse...

Em meu entender, a alegada “conspiração” de Mário Soares não se inicia com o chamado “caso República” mas a partir das eleições para a Assembleia Constituinte ocorridas em 25 de Abril de 1975. Não possuindo o movimento que desencadeou o golpe de Estado um programa político que definisse um modelo de regime e constatando os resultados das referidas eleições, Mário Soares considerou-se no direito a formar governo apesar de não se tratarem de eleições legislativas. Resta saber se o resultado destas poderia legitimar a escolha de uma solução governativa ou qual seria a alternativa.
Como se sabe, só após a realização das referidas eleições surgiram dois projectos de sociedade e de regime político distintos identificados como o “documento COPCON” e o “Documento Melo Antunes” do chamado “grupo dos nove”, os quais se distinguiam pela opção de um modelo do tipo “poder popular” e da “democracia representativa” que acabaria por vingar na sequência dos acontecimentos do 25 de Novembro de 1975.
Os acontecimentos ainda são relativamente recentes pelo que ainda se torna difícil analisá-los com frieza e objectividade histórica. Não o conseguimos fazer relativamente a factos históricos ocorridos há duzentos anos e até em relação a períodos mais remotos…

GR disse...

Este traidor quando fala sobre o 25 de Novembro começa“O mundo de hoje é muito diferente do de 1975”. Pois é!
Foi devido a ele com a ajuda externa (americana) que destruiu a Democracia e tentou matar Abril.
Maldito homem!
Será que falta muito tempo para abrir a garrafa de champanhe?

Bjs,

GR

GR disse...

VISEU c/ Sérgio Ribeiro e Samuel

Amanhã Sexta-feira, dia 14 de Janeiro, pelas 21 horas, no Solar dos Peixotos (Sala da Assembleia Municipal) em Viseu, a Candidatura de Francisco Lopes leva a efeito uma Sessão/Debate em que participará Sérgio Ribeiro - economista, professor universitário, ex-deputado no Parlamento Europeu, subordinada a dois temas: “A Quem Serviu a Nacionalização do BPN?”; “Porque Defendem os Grandes Grupos Económicos a Intervenção do FMI em Portugal?”.
Samuel, cantor de Abril e Mandatário de Francisco Lopes no Distrito de Évora, emprestará à sessão o calor da música de combate, resistência e esperança que o tempo presente evoca e reclama.

Que ninguém falte!

GR