terça-feira, janeiro 11, 2011

Sobre honestidade (corrigido e ilustrado)

Ele há conceitos e conceitos.
Ouvi aquele homem na entrevista na RTP1, e não consigo fechar o computador (e apagar a luz...) sem escrever qualquer coisa.
Ele há conceitos e conceitos!
Cavaco Silva será, como tanto apregoa que até faz desconfiar, o mais honesto dos seres vivos alguma vez nascidos (uma vez...). Mas sê-lo-á de acordo com o seu conceito de honestidade. Que não pode impor como único, absoluto, e que não tem nada a ver com o de muito boa gente. Com o de gente que não entra em negócios com as suas poupanças, que não entrega multiplicadas "economias de casal" nas mãos de especuladores "de confiança", que não reduz o conceito de honestidade a um âmbito legal-contabilístico.
Ao que se vê, o conceito de honestidade de CS não é beliscado por ter sido, em cenário apropriado, o último candidato a ser entrevistado no canal de serviço público (foi sorteio?), e o único a ser entrevistado já em período de campanha eleitoral (teria sido por acaso?); como coexiste perfeitamente com o facto recente da utilização da mensagem de ano novo enquanto dupla personalidade de PR e de candidato a PR.
O seu conceito de honestidade sente-se fortemente atingido quando outros são, segundo ele, deshonestos a ponto de referirem as aplicaçãos que ele fez de poupanças com gordos proveitos (e com gritantes suspeitas de favorecimento), e não referirem os desaires que ele e a sua esposa terão tido em outras aplicações espalhadas ou confiadas a outros bancos, em dimensão que (pelo que ele disse...), feitas as contas, levaria a números exorbitantes
Aquele redutor conceito de honestidade que alardeia não se aflige com a coexistência do seu largo desafogo financeiro, pelo menos também em grande parte devido a actividades especulativas, com um crescente nível de desemprego, de que nem sabe aproximadamente o número, e um salário mínimo que, com toda a evidência, não dá para poupar um cêntimo, e dificilmente aplicará centenas de milhar e milhões de euros na especulação financeira que cav(ac)ou buracos por onde este País se enterraria ou afogaria, se isso fosse possível.
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Aquele homem diz-se presidente de todos os portugueses, e quer continuar a sê-lo.
Meu, que português sou, não é, e não o será, não obstante respeitar os resultados do voto dos meus compatriotas.
O conceito de honestidade que partilho com tantos (mesmo com alguns, talvez muitos..., que nele votarão) não cohabita com o dele. E, como não emigrarei, continuarei a lutar pelo esse nosso outro conceito de honestidade. Muito mais largo e exigente. Um conceito de honestidade... honesto, para dizer tudo.


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manhã do dia seguinte, hoje: com a desculpa (?) das horas e condições em que a escrevi, esta "mensagem" saiu com muitos erros, pelo que a corrigi e lhe juntei uma foto para ilustrar e para servir de... bom dia!

10 comentários:

Dédé disse...

Será que o NÃO HÁ ALMOÇOS GRÁTIS só se aplica acima de 147 500 euros ?

Maria disse...

Tu achas que o homem acredita no que disse? Se assim for, é completamente burro, acreditando que faz de nós parvos...

Beijo.

GR disse...

Ontem os órgãos de com. social diziam que C.S. ainda não tinha nas arruadas, enchentes, talvez no Norte consiga. Talvez! Onde o povo é mais analfabeto, o desemprego é um flagelo, a fome abunda e a pressão da igreja é maior, talvez!
Este é o homem que com toda a honestidade se inscreveu na PIDE, que tem o conceito mais ridículo sobre a (sua) agricultura, o mais retrógrado sobre o papel da Mulher. Este é o presidente que com o governo nos tirou a Soberania Nacional e mutilou a nossa Constituição da República.
Quero que meu Presidente e por isso luto/lutamos seja Francisco Lopes!

Bjs,

GR

Graciete Rietsch disse...

Ele é burro e mau e quanto a honestidade só se for a que resulta dos seus elevados lucros financeiros. Assim é possível ter as contas em dia, ser um bom pai e um bom chefe de família. Mas olhar honestamente(?) para um país que morre à míngua de recursos à custa das desonestas especulações que ele faz e apoia, não se coaduna com honestidade e bom carácter.

Um beijo.

Anónimo disse...

Tenho vontade aplaudir o teu post, Sérgo.
Jã agora permite-me um desabafo. Ontem fui a Setúbal e, em conversa com a senhora que me cortava o cabelo, eu disse-lhe que ia votar em Francisco Lopes. Pergunta-me ela: - "É aquele senhor que é autarca?".Disse-lhe que não, conversámos ainda bastante tempo e eu vim para casa a pensar. De facto, até dia 23, temos que ser nós os jornais, a rádio e a TV. Há muita gente que ainda não conhece o nosso candidato, apesar do bom trabalho do FL e de todo o Partido.

Campaniça

Sérgio Ribeiro disse...

Dédé - ... até diria que acima de 147.500 € * 140% todos os almoços são grátis...

Maria - olha... se calhar até acredita. Está tão cheio de si, isto é, de coisa nenhuma!

GR - Sempre ao serviço do poder económico-financeiro e de quem mais maleficamente o serve.

Graciete - O pior é haver quem pense que ele é que é esperto,e que nós somos uns parvos bem intencionados!

campaniça - Chega a assustar tanta desinformação e ignorância! E é quem vai votar (ou não votar, ou votar em branco ou nulo, o que dá no mesmo. Por isso é que ontem fiquei agradavelmente surpreendido naquele debate directo... Temos TODOS de continuar a dar todo o apoio à candidatura de Francisco Lopes (grande candidato!) e â luta contínua.

Beijos

Justine disse...

Meu também não é!
Ah, como eles torcem a verdade, como eles anulam princípios éticos!
Eles a anulá-los, tu a repô-los: luta titânica...

Unknown disse...

"deshonestos"? "cohabitam"? ainda te escaparam algumas ortografias pré-acordo ortográfico de 1945... :-)))

(Desculpa, mas não resisti a fazer a gracinha...)

Formiga disse...

O conceito de honestidade para ele, é a fome do povo, e o enriquecimento dos banqueiros...

Sérgio Ribeiro disse...

Justine - luta titânica! Temos de ser todos. E sei que (a)companheira(s).

João Filipe Oliveira - Coexisto (para não escrever cohabito) mal com os acordos ortográficos...
Obrigado pelas correcções, que, espero..., estejam actualizadas (atualizadas, perdão!) com o novo acordo.
Um abraço